segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Feijoada - 173 anos do Colégio Pedro II

Assim como no ano passado, posto aqui no blog o convite para esse emocionante evento anual.

No Sábado, 4 de dezembro de 2010, ocorrerá na Unidade São Cristóvão do Colégio Pedro II mais uma edição da tradicional Feijoada, comemorando os 173 anos da instituição a partir das 12h 30 min. Tive a oportunidade de comparecer nas três últimas edições e é bastante interessante acompanhar diversas gerações de ex-alunos entoando o Hino dos Ex-Alunos e a Tabuada!

Espero rever diversos dos amigos com quem compartilhei bons momentos entre 1996 e 2002 na Unidade Engenho Novo II e entre 2001 e 2002 na Unidade Tijuca II. Minha relação com o Colégio é forte desde 1995, quando decidi que estudaria muito para passar no concurso de seleção. Objetivo alcançado e 5ª série iniciada em 1996.

Lá iniciei minha militância no Movimento Estudantil, fazendo parte do Grêmio Estudantil entre 2000 e 2002, Comando de Greve de 2001, representante de turma por diversas vezes; participei de minha primeira passeata - em defesa do Passe Livre; aprofundei o desejo pela leitura e pela escrita, publicando redações e vencendo um concurso de crônicas; mas principalmente me inspirei e fui influenciado para escolher ser Professor.

Depois de sete anos cursando o segundo ciclo do Ensino Fundamental e o Ensino Médio, além do curso técnico em Processamento de Dados, voltei em 2007 para concluir a Prática de Ensino em Educação Física - na mesma Unidade Engenho Novo II - e atualmente a história do Colégio é objeto de minha dissertação de Mestrado, que preciso finalizar daqui a alguns meses. rs

Para finalizar, transcrevo as palavras de Ana Helena Tavares, com quem estudei durante alguns anos e vivenciou o mesmo período que eu na instituição.

=> Dedico este poema ao meu querido e inesquecível Colégio Pedro II, em especial à Unidade Engenho Novo, onde, durante 7 anos, escrevi algumas das mais belas páginas da minha vida.

O que dizer de ti? Um colégio tão especial!
Que ainda desperta os mais puros sentimentos
Consegue modernizar-se, sendo tradicional
Sempre palco de inesquecíveis momentos

Para dizer tudo aquilo que representas,
Eu ficaria horas e horas a escrever,
Precisaria de mil folhas imensas
E ainda ficaria muito por dizer

Direi: é uma honra usar o emblema
De um colégio que glória se chama
Receba este meu tão singelo poema
Como homenagem de quem te ama

Dezembro de 2001,

Ana Helena Tavares
CPII Engenho Novo – 1996 - 2002




Conheçam também o CLUBE DOS AMIGOS DO COLÉGIO PEDRO II -> http://www.clubeamigosdopedrosegundo.com.br/index.htm 

sábado, 13 de novembro de 2010

Hora de secar*


A chance de retornar à bela capital cearense era grande com o jogo num final de semana do feriadão de 15 de novembro. Mas a toda-poderosa Rede Glóbo de Televisão antecipou o confronto para quarta-feira, prejudicando significativamente o Botafogo por conta de duas viagens seguidas e de pouco tempo para treinar. Diante disso, para alguns torcedores, como eu, Fortaleza ficou mais distante e o jeito foi acompanhar pela televisão a participação da Estrela Solitária na 35ª rodada. Devido aos compromissos profissionais, assisti ao jogo em Rio das Ostras, num restaurante com a alcunha da competição: Brasileirão!

Além de Maicossuel, Herrera e Fabio Ferreira, – liberados só ano que vem – Marcelo Cordeiro e Somália, – que não estiveram presentes nas ultimas rodadas – Marcelo Mattos e Antonio Carlos cumpriam suspensão. Ou seja, quase um time titular completo ausente da partida no Castelão. Com 55 pontos 6 pontos atrás do líder Fluminense, um fluido positivo estava no ar de que poderíamos encostar nos 3 primeiros e permanecer acreditando bastante em conquistar esse Campeonato Brasileiro. O Vozão, que já fora líder este ano, caiu de produção, mas é nítido como há bastante qualidade nesse time, principalmente com o meio de campo extremamente ágil, arisco, arriscando chutes, trocando passes e se movimentando o tempo todo! Tudo que o meio-campo do Fogão deveria ser mas não é!

Em 5 minutos, o Ceará já finalizara em três oportunidades e o árbitro, além de não marcar a falta em cima de El Loco, equivocadamente amarelou o jogador. El Loco, de “cara limpa”, seis minutos depois, mostraria sua estrela. Em um bate-rebate, Edno cruzou, Alessandro tentou de letra (faz o simples, cabeção!) e furou, o maestro desafinado Lucio Flávio chutou cruzado e a bola encontrou a perna esquerda do uruguaio matador: 1 x 0! As investidas cearenses esbarravam no melhor goleiro do Brasil, que salvou dois chutes de Magno Alves, aos 16 e aos 18 minutos. Aos 22 minutos, os jogadores de futebol deveriam aprender com uma regra do basquete: bola no campo de ataque NÃO pode voltar para o campo de defesa. Entretanto, Edno passou para trás, Marcio Rosário dominou e na fogueira tocou para trás, Leandro Guerreiro cochilando deixou a bola passar por baixo do pé e Magno Alves agradeceu a bobeada, carregando a bola até chutar no canto de Jefferson e empatar a partida. Aos 26 minutos, quase o árbitro se atrapalha, chegando a tirar o cartão vermelho do bolso para Túlio Souza, que não tinha recebido amarelo! Com 34 minutos, Geraldo acertou uma bomba de canhota de fora da área, acertando o ângulo e virando a partida para os donos da casa. Por que só depois disso o Fogão começou a sair de seu cochilo? Aos 41, pênalti não marcado em cima de Túlio Souza; e aos 46, no único lance acertado de Jobson, um belo passe para Túlio Souza chutar rente à trave e sair caprichosamente pela linha de fundo, duas oportunidades que poderiam nos garantir o empate antes do intervalo.

No segundo tempo, o Botafogo ousava mais. Fahel quase acertou de cabeça aos 6 minutos (seria querer demais, né?); e Jobson, em duas situações semelhantes pela esquerda, dentro da área, chutou de qualquer jeito para fora, aos 4 e aos 7 minutos. Ainda levou um cartão amarelo depois de reclamação. Porém, a estrela da noite era realmente solitária e era gringa. Aos 11 minutos, Túlio Souza cruzou, Alessandro dominou e tocou para trás. Lá estava El Loco, na grande área, para inteligentemente chutar de esquerda, com ligeira curva, no cantinho do gol e empatar novamente a partida! Passando-se três minutos, momento Trapalhões da zaga do Botafogo: Fahel chuta de qualquer jeito para afastar a bola da área em cima de Leandro Guerreiro... A bola vai na direção do gol e fica na trave direita de Jefferson. Com Caio, Bruno Thiago e Renato Cajá nos lugares de Fahel, Túlio Souza e Lucio Flávio, o time ficou mais ofensivo e vulnerável. Mas realmente era preciso arriscar nessa reta final e buscar a virada. Apesar do Ceará ainda ter acertado uma cabeçada na trave direita que salvou novamente, os minutos finais reservaram a expulsão do adversário Michel ao receber o segundo cartão amarelo em falta sobre o xodó, duas oportunidades de cabeceio para fora de Caio e El Loco e a melhor oportunidade, aos 36 minutos: novamente livre pela esquerda, o afoito, atabalhoado e nada inteligente em finalização Jobson chutou em cima do fraco goleiro do Ceará, finalização que poderia sacramentar a vitória.

No jogo entre duas das melhores defesas da competição, 2 gols para cada lado e mais um empate do Botafogo. Foi um jogo muito melhor que o anterior contra o Avaí. Somamos 56 pontos faltando 3 rodadas apenas: 5 pontos atrás do primeiro colocado e 3 à frente de dois concorrentes pela vaga na Taça Libertadores. O Botafogo é o time com menor número de derrotas e está invicto há 13 rodadas. A campanha é digna de elogios sim, embora fiquemos frustrados porque a possibilidade do título era muito maior! São vários desfalques, foram bobeadas em minutos finais de alguns jogos e erros de arbitragem. É hora de secar os jogos de sábado e domingo! E a torcida tem uma grande responsabilidade para impulsionar a Arrancada Final nos jogos contra Internacional e Grêmio Itinerante no Engenhão. Avante, Glorioso!


*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985

Pé no freio?*

            A empolgação está grande nesse ano com o desempenho do Fogão no Campeonato Brasileiro. Não só pelas reflexões apresentadas após os jogos, mas também pela vontade de viajar para outras cidades e torcer nos jogos fora de casa. Todavia, não foi possível visitar a bela capital catarinense para o jogo na Ressacada contra a equipe cujo maior conhecido é o torcedor e ex-tenista Gustavo Kuerten, o “Guga”.

            Depois de três boas vitórias e da chama do título receber um grande estímulo, vimos grande parte da mídia, que até então menosprezava o Botafogo em suas matérias, alardear a ascensão alvinegra. Não gostei nada disso. Essa situação influencia psicologicamente, e, somada aos inúmeros desfalques de importantes jogadores, que determinam física e tecnicamente, contribuíram para a apatia do time e para o frustrante retorno da sina do empate.

            Apesar das investidas do Leão, seus ataques não foram dos melhores. Quando a oportunidade de gol era mais iminente, tínhamos o grande goleiro e destaque alvinegro no ano de 2010 – Jefferson! Nosso ataque diminuiu o ímpeto de gols. Quando se aproxima do gol adversário, passes cruciais são errados ou chutes atabalhoados vão para fora ou para as mãos do goleiro. O meio-campo não tem criado e na maioria das vezes quem tem tentado armar a ligação entre a defesa e o ataque é Leandro Guerreiro, que cumpre a função de zagueiro! Para complicar ainda mais, nesse jogo o zagueiro artilheiro Antonio Carlos e o invicto e excelente jogador Marcelo Mattos receberam o terceiro cartão amarelo.

            Enfim, quando foi o momento de enfiarmos o pé no acelerador, o elenco Glorioso confundiu o pedal, freando a ascensão e retomando o espírito Robin Hood, que não nos visitava há um tempinho. Mais um empate em 0 x 0 num jogo de baixa qualidade técnica. A situação mais inusitada ficou por conta do destempero e do desequilíbrio emocionais de Jobson, envolvido em mais uma polêmica. Após ser provocado pelos torcedores do Avaí – que devem caber num fusquinha – realizou gestos obscenos e ficamos no aguardo do que virá. É um jogador importantíssimo para o elenco, mas ainda deveras imaturo, imprudente e inexperiente em diversas ocasiões.

            Com o pé no freio, o sonho do bicampeonato brasileiro fica mais longínquo, embora ainda haja esperança. E se quisermos retornar à disputa da Taça Libertadores após 15 anos, é preciso engatar a marcha, acelerar para vencer e deixar a concorrência para longe da aparição em nosso retrovisor. Essa deve ser a tônica de nossa Arrancada Final!


*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985

sábado, 6 de novembro de 2010

Comer pelas beiradas*


Em Rio das Ostras, já eram 17:30 de quarta-feira quando minha mãe me telefonou para avisar que eu precisaria estar às 14h do dia seguinte no Rio para escolha da escola onde lecionarei em breve em minha cidade natal. Infelizmente, não dava mais tempo de voltar a tempo de chegar ao Engenhão para mais um jogo do Glorioso e tive que rumar para a Rua do Shopping, onde pelo menos degustei uma suculenta porção de filet mignon com fritas. Queria muito me somar aos quase 20.000 torcedores presentes no Engenhão, principalmente numa semana em que a agora mais vibrante torcida alvinegra marcou presença inclusive nos treinos da equipe. Era a trigésima terceira rodada e um rubro-negro – dessa vez goiano – pelo caminho, com seu destino ainda incerto em relação à permanência na Série A ou a queda para a Série B.
                                                                                      
            Apesar de todas as limitações, os desfalques dos laterais Alessandro e Marcelo Cordeiro certamente atrapalharam, até mesmo porque ambos possuem bastante raça nas disputas de jogadas. O Papai Joel conseguiu readaptar o esquema com o polivalente Somália e o xodó Caio pelas alas. Além de mais esses dois desfalques, a escalação do trio de arbitragem tinha como protagonista Heber Roberto Lopes, o árbitro com uma pista de pouso de aeroporto de mosquito, que já tentara atrapalhar o brilho da Estrela Solitária. E, aos 15 min do primeiro tempo, o atacante uruguaio tocou a bola, antecipando-se ao zagueiro adversário, que o derrubou. Todos esperando o apito... E nada. Pênalti claro e claramente ignorado pelo árbitro. Num primeiro tempo em que apenas o Atlético-GO finalizara a gol em algumas oportunidades, todas sem trabalho para o paredão Jefferson, eis que o apoio maternal se fez presente. Jobson driblou, tocou para Marcelo Mattos, que cruzou na medida para o xodó enfim balançar as redes no Campeonato Brasileiro, em cabeceio estiloso, dedicando o gol para sua mãe, presente no Engenhão e com quem se reencontrara na rodada anterior após quatro anos. Um gol importantíssimo que mudou os rumos do jogo antes da descida para o vestiário e jogou a urucubaca que acompanhava Caio para longe! E vale destacar a atuação brilhante de Marcelo Mattos. Além do passe açucarado para o xodó, o cara desarmou, deu ótimos passes, marcou... Peça fundamental deste tabuleiro alvinegro!

            No intervalo, o fantasma das contusões forçou a substituição de nosso grande zagueiro Marcio Rosário, entrando Danny Morais em seu lugar. Logo aos 3 minutos da segunda etapa, Somália cruza, Fahel cabeceia de maneira atabalhoada, a zaga do Dragão realiza um momento Trapalhões e a bola sobra para Somália novamente, que, num toque, deixou Jobson livre para mandar uma bomba de esquerda para os fundos da rede e aumentar a vantagem! Outro que fez as pazes com o gol... Quinze minutos depois, momento crucial para novas pazes: Caio cobra lateral rapidamente e Lucio Flávio, após ser continuamente puxado pela camisa, deu um mergulho nota dez dentro da área. Dessa vez não houve cegueira ou desprezo por parte do árbitro. É pênalti para o Fogão, em cima do Maestro, que vem jogando abaixo das expectativas, mas que merece todo o apoio da torcida. Sem cavadinha, no meio do gol, El Loco anotou seu nono gol na competição. 3 x 0 para o Botafogo! Aos 31 minutos, Lucio Flavio deu lugar a Edno e... A torcida ovacionou o capitão: importante papel cumprido pelos torcedores numa conjuntura em que o apoio ao time é fundamental. Ainda houve tempo para Caio levar um soco do adversário mas não haver uma punição rigorosa e de eu quase acertar o placar que sugeri num Bolão no twitter: 4 x 0. Mas... o gol do zagueiro artilheiro Antonio Carlos – que voltara ao time em ótimas condições depois de um período no Departamento Médico – foi anulado. E, num certeiro cruzamento de Jobson, El Loco cabeceou com estilo, mas desviou no zagueiro antes de ir à linha de fundo. Com três gols de vantagem e secando o Fluminense no jogo contra o Internacional, houve tempo apenas para certos fantasmas darem a cara – o da contusão e o do cochilo alvinegro! Aos 40 minutos, Somália saiu machucado para a entrada de Renato Cajá. Três minutos antes, Juninho diminuiu o placar após driblar Leandro Guerreiro e seu chute desviar em Danny Morais, enganando Jefferson. Aos 47 minutos, com o meio-campo totalmente voltado para o ataque, Robston entrou sozinho pelo meio para chutar com força e fazer o segundo gol dos goianos. Havia quatro partidas que o Botafogo não sofria gols...

            Enfim, a vitória foi confirmada. Terceira consecutiva e onze jogos de invencibilidade. Cinqüenta e quatro pontos. Com os resultados da rodada, a quatro pontos do líder Fluminense, faltando quinze pontos para disputar. É fundamental que a sequência de vitórias prossiga, pois estamos três vitórias atrás do líder e esse é o primeiro critério de desempate. Enquanto isso, é bom deixarmos nosso recado para a mídia: continuem menosprezando o Botafogo! Preferimos assim, pois o bicampeonato será ainda melhor vindo no estilo da criança comendo mingau ou do botafoguense Zeca Pagodinho: pelas beiradas e bem devagarzinho. Agora que a possibilidade de título é iminente, – projeção que eu já aponto desde a 12ª rodada aqui no blog – colocam o Fogão nas manchetes para vender jornais. Nossa Estrela Solitária tem luz própria e só precisa ser exaltada pela própria torcida! A Arrancada Final continua e os três primeiros já enxergam a totalidade de nosso rastro pelo retrovisor!

*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985