domingo, 12 de agosto de 2012

Afundados por Barcos*


            Uma partida de Campeonato Brasileiro às 21h 50min de uma quarta-feira já é algo patético. Com preços de ingressos altos então, complica a presença da torcida. Pouco mais de 5.000 torcedores estivemos na última quarta-feira no Engenhão para acompanhar o confronto válido pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro. Depois de jogar muito melhor no primeiro tempo contra o Palmeiras pelo jogo de ida da Copa Sul-Americana e vacilar ao levar dois gols de Barcos no segundo tempo, tinha a certeza de que a Comissão Técnica e a defesa do Botafogo teriam aprendido algumas lições e estudariam o estilo de jogo e as armas ofensivas do adversário para garantir a terceira vitória consecutiva no Brasileirão e continuar se aproximando dos primeiros colocados.

             Apesar de um bom volume de jogo, criando algumas jogadas, minha certeza transformou-se em ledo engano aos 14 minutos do primeiro tempo. Em falha coletiva da defesa somada ao vacilo individual de Antônio Carlos, Barcos apareceu sozinho para balançar mais uma vez as redes de Jefferson. Mesmo com o placar adverso, nosso Fogão até tentava, mas o goleiro Bruno estava inspirado. Continuávamos com boa construção de jogadas no segundo tempo e parecia possível acreditar em mais uma virada no campeonato. Logo aos 13 minutos, número para nós tão querido, Lima – que entrara bem no lugar de Márcio Azevedo – fez bom cruzamento para Andrezinho marcar mais um gol e empatar a partida. Se virássemos, seria a décima terceira vitória contra os porcos em Brasileirões. Se virássemos... Contudo, aos 27 minutos, Fernandinho deu um drible desconcertante no fraquíssimo Lennon e forneceu assistência para... BaBarcos me mordam! Novamente o argentino, sozinho na área, tocou para o fundo das redes e desempatou o confronto. Após (outra) falha grotesca de Fábio Ferreira, Pirata¸ fantasma ou não, Barcos ainda fez o terceiro gol, erroneamente anulado pela arbitragem. De toda maneira, mais uma vez nos afundou... Sem precisar jogar batalha naval. Resumindo: sexta derrota em 15 rodadas, sendo absurdas quatro em pleno Engenhão! Já foi mais que provado que a torcida não pode ser culpabilizada pelos vexames em casa. Está na hora de mudar o nome oficial do Estádio para que este traga melhores fluidos! Ou colocar os jogos em Juiz de Fora, Brasília, Belém... Levando caravanas de sócios-torcedores.

            É, Oswaldo, a situação está complicadíssima. Vários torcedores já perdem a paciência com o treinador e alguns jogadores. Faltam treinos, faltam conversas, faltam acertos de posicionamentos, faltam finalizações, falta dedicação, falta amor à camisa, falta respeito à tradição da Estrela Solitária, falta identificação com a torcida, enquanto sobram displicência, festinhas e penteados exuberantes! Às vezes sinto pena de Seedorf e Jefferson, com tantas cabeças de bagre ao redor. Em vez de colocar o tal do Lennon, é bom dar uma chance ao garoto Gabriel; Renato está apagadíssimo, errando passes e não marcando ninguém; Fábio Ferreira tem sido a mina de ouro dos adversários; Elkeson quase não finaliza; mais uma finalização do Botafogo bate na trave... Enfim, a conjuntura não é favorável, embora tenha confiança de que é possível reverter com trabalho e compromisso.

            A alegria de quarta à noite ficou por conta de mais uma loucura! Após ser provocado pela mulambada no jogo do Flamengo contra o Figueirense, Loco Abreu beijou o escudo do Glorioso e rememorou a cavadinha de 2010. Para mim, é o jogador mais inteligente, culto e sagaz – reunindo estas três características simultaneamente – em atividade no Brasil. Ele sabe o que faz e, independente de suas intencionalidades ou inintencionalidades, é respeitado e merece ter seu nome gritado pela torcida!

            Antes de falar sobre a data, publicizo aqui uma cartinha (ainda bem educada) à diretoria do Botafogo de Futebol e Regatas: “forneço meus serviços de peladeiro ao Departamento de Futebol. Possuo média de gols nas peladas infinitamente superior à do Rafael Marques pelo Campeonato Japonês. Prometo não realizar raves na minha casa, não pentear o cabelo de maneira extravagante, não recuar a bola pro goleiro e entender que o objetivo do futebol é marcar gols, situação ocorrida quando a bola ultrapassa a linha localizada entre as duas traves e abaixo do travessão. Serei pontual e assíduo aos treinos e posso dar entrevistas para além do trivial, das baboseiras e cretinices faladas por muitos por aí. Honrarei a camisa já vestida por Heleno, Didi, Garrincha, Nilton Santos, Quarentinha, Túlio e tantos outros. Em troca, podem me pagar o salário que recebo como professor.

            Para fechar, hoje é Dia dos Pais e fica registrada também aqui minha homenagem ao Mario Luiz, meu pai botafoguense! Daqui a pouco é hora de ficarmos na torcida por mais uma vitória fora de casa para parabenizar todos os papais alvinegros e comemorarmos ainda mais efusivamente os 108 anos de fundação do Botafogo Football Club. Parabéns aos Pais e ao Fogão!

*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985

terça-feira, 7 de agosto de 2012

IX Pelada da Esquerda*



            Em meio à greve das Instituições Federais de Ensino, do Arquivo Nacional, à ocupação do Canecão e às variadas lutas em defesa da Educação e Saúde Públicas e visando à construção de uma nova sociedade, mais de trinta companheiros fizeram uma breve pausa na agenda de estudo, trabalho e militância para a confraternização semestral, desta vez em novos gramados. A nona edição da Pelada da Esquerda, no Rio de Janeiro, ocorreu na Associação Atlética Light, no Grajaú, e foi paulatinamente organizada ao longo de um mês e meio para que os peladeiros pudessem aproveitar ao máximo as duas horas oscilando momentos de categoria e trapalhadas no dia 4 de agosto. Infelizmente, algumas baixas por contusões, as ausências não informadas e os atrasos impossibilitaram que a organização chegasse à plenitude. Porém, o churrasco no Andaraí fechou o Sábado com chave de ouro, com o auxílio do golaço do surinameso Clarence Seedorf, agora em terras tupiniquins como nós.

            Depois de sagrarem-se campeões de La Liguita – torneio de consolação durante a I Copa América Alternativa na Argentina – e de disputarem o jogo de ida da Recopa Alternativa contra o Autônomos FC, em São Paulo, o time Pelada da Esquerda já se encontra requisitado nacional e internacionalmente. Em datas a serem confirmadas, há um amistoso apontado contra o time de Maromba, distrito de Itatiaia; o jogo de volta, no Rio, contra o Autônomos, onde há totais condições de reverter o placar negativo de 8 x 1, já que o jogo será em casa e a equipe contará com seu plantel reforçado. Entre os dias 24 e 26 de agosto, nosso artilheiro Gabriel Marques – GM-7, que alcançou a marca dos 29 gols em 9 edições – representará o Pelada da Esquerda na Copa do Mundo Alternativa, em Bristol, na Inglaterra, integrando o combinado que contará também com integrantes do Autônomos FC e do FC Vova, da Lituânia. Durante o churrasco, foi dado o pontapé inicial para a organização do elenco que disputará a II Copa América Alternativa, entre 14 e 17 de fevereiro do próximo ano.

            Como de praxe, seguem nossas impressões e avaliações – dessa vez consolidando a parceria entre dois conceituados e premiados comentaristas – sobre o desempenho dos jogadores na tarde de sábado.

Cláudio Lopes: como bom xeroqueiro e microempresário do ramo das papelarias, prometeu a distribuição de canetas, mas não foi capaz de cumprir enquanto esteve na linha. Recordou seus tempos de categorias de base do Bonsucesso, mas não evitou vários gols, comprovando que precisa de muitos treinos para recuperar a vaga hoje ocupada por Bruno G. Nota 7,0.

Murilo Vilaça: dedicando-se a dois Doutorados, teve seu faro de artilheiro afetado. A finalização que mais chamou a atenção foi quando achou que jogava na NFL, ao tentar marcar um touchdown. Além do mais, tinha uma morena do lado de fora do campo que lhe dispersou a atenção. Nota 4,0.

Bruno Gawryszewski: aumentando seu cabedal como goleiro, BG-69 foi disparado o melhor arqueiro do evento. Só levou alguns gols porque machucou um dedinho no início da Pelada e jogou contra a equipe de GM-7. É Seleção! Nota 9,5.

Gabriel Marques: tinha dois objetivos na Pelada da Esquerda: preparar-se para a Copa do Mundo e aproximar-se da marca dos 30 gols. GM-7 agarrou durante uma partida, forneceu assistência e balançou as redes adversárias por cinco vezes, contribuindo para a invencibilidade do time Marx. Preferiu deixar o Gol 30 para a glamourosa décima edição. Nota 9,5.

Thiago Coqueiro: com relativa categoria no início, não honrou o nome do Movimento Quem Vem Com Tudo Não Cansa ao se desgastar enquanto os minutos passavam. Apesar de não beber, não fumar e não..., seu abdômen proeminente acusa as limitações de preparo físico. Seria melhor ter brincado de pique-se-esconde ou ter soltado cafifa nas terras gonçalenses. Nota 4,5.

Alex Lauriano: distribuindo lindeza Brasil afora, nesta edição ficou marcado como o chorão. Resmungou o tempo todo reivindicando o Supremo Tribunal de Justiça Desportiva e a Comissão de Arbitragem e não repetiu os dribles e a malandragem de outrem. Nota 3,5.

Luiz Carlos: vangloria-se por um ovinho dado no melhor jogador de linha da partida. Ainda não tomou vergonha na cara de cortar o cabelo. Excetuando-se este único lance de lucidez e categoria, só apareceu por conta do acessório usado no cabelo, para desespero e provocações de Bruno Adriano. Nota 5,5.

Matheus Cidão: evidenciou o total desgaste da viagem de Campo Grande até o Grajaú. Sua presença foi notada apenas na Foto Oficial. Nota 4,0.

Renato Sarti: soberano no meio-campo, quase sempre fazendo boa ligação entre a defesa e o ataque e marcando dois gols. Apesar das incursões burocráticas no CONSUNI, cumpriu um bom papel na equipe Marx. Nota 7,5.

Elielsom: enquanto esteve em campo, deu trabalho aos adversários. Sorte deles que suportou apenas uma partida e meia, o pior preparo físico dentre os 32 jogadores. Nota 4,5.

Maurício Mileo: não repetiu as atuações que o consagraram como o camisa 9 da Pelada da Esquerda. MMs-9 não cabeceou em direção ao gol, não executou um chute decente e quase teve um ataque cardíaco. Nota 4,5.

Marcelo Dominguez: MD-24. Correu como nunca, jogou como sempre (com direito a gol contra no BG-69). Declamou a frase impagável: “Porra, eu não sei mais jogar bola!”. Pelo esforço... Nota 6,5.

Gustavo Oliveira: a cabeleira satânica começa a pesar, afetando o seu desempenho futebolístico. Recomenda-se comprar a máquina GAMA ou Philips. Nota 5,0.

Bruno Rodolfo: o amigo do CAEFD... E o mais satisfeito por ter sido incluído no time Marx. Nota 5,0.

Wagner Marretovic Angelim: o sérvio-cearense mostrou disposição em ajudar. Contudo, ficou tímido e não se aventurou em mostrar um futebol mais habilidoso. Foi oportunista ao marcar gol após jogada de contra-ataque e assistência de GM-7. Nota 5,0.

Bruno Adriano: quando viu o primeiro confronto entre a equipe de colete vermelho e a de colete preto, frustrou-se com as cores que evidenciam a crise cíclica do sistema flamenguista e desertou. Com dúvidas pós-modernas acerca do caminho a percorrer, não ficou muito longe acompanhando os setores de esquerda e voltou ao jogo. Faltou a companhia de Bruno Lima para aparecer mais com suas incansáveis discussões em campo. Nota 4,5.

Ian: sua melhor atuação foi pilotando a churrasqueira (mó bração, hein, Fino!). Nota 7,0.

Vinícius: foi um dos poucos que conseguiu furar o BG-69 (sim, vale o duplo sentido). Mostrou-se preocupado com a ausência de seu amigo “Magrinho du Fonca”, escalado para fazer uma incursão na Pedreira. Nota 5,0.

Felipe Formoso: a campanha do Freixo está lhe consumindo todas as energias, porque o que se viu em campo foi um jogador “amarelão”. “Amarelou” ainda mais quando soube que havia pessoas por perto moradoras da Zona Oeste. Nota 4,5.

Carlos Leal: estrategicamente, repetiu a prática de atrasar-se para entrar em campo com os demais já cansados. Pragmaticamente, repetiu a mesma jogada por mais de três vezes: recebia a bola na ponta esquerda, ajeitava pra dentro e tocava pro meio. Mérito porque conseguiu mostrar preparo físico melhor que o do Elielsom, jogando quase três partidas inteiras. Nota 6,0.

Carlos Augusto “Carlinhos”: foi bastante notado ao buscar a bola várias vezes dentro do gol. Nota 4,0.

Cadu Marconi: foi o jogador quase: quase fez gol, quase deu um belo chute, quase deu uma boa assistência, quase jogou até o fim das 2 horas e quase apareceu na Foto Oficial. Foi embora de balão, acompanhado de um padre. Nota 4,0.

Rodrigo Mourelle: diferentemente da Copa América, dessa vez conseguiu escorar para o gol as assistências dos companheiros de equipe. Nota 6,0.

Rian Rodrigues: na NBA, as equipes são ranqueadas pelo seu average (relação percentual vitórias / derrotas). O average deste jogador foi 0.000. Nota 0.000.

Rodrigo Magalhães: Cínthia atrapalhou decisivamente seu desempenho... Nota 4,0.

Pedro Cardoso: oscilou bons e maus momentos. Como não precisou cobrar tiro de meta, ficou na média. Nota 5,0.

Marcelo “Forró”: Perdeu uma chance de gol clara, devido ao famoso pé mole pra chutar. Acostumado a correr meia maratona, chegou atrasado, a tempo de jogar meio jogo. Nota 4,0.

Pedro Santos: não fez valer o seu tipo físico avantajado e ainda se perdeu em discussões com Luiz Carlos “Monstro”. Escapou do trote como calouro. Nota 4,0.

Bruno Gonçalves: tendo como cartas na manga as desculpas pelos pés ralados e pelo joelho bichado por conta de uma atuação irregular por inspirar-se em Fábio Ferreira, o alvinegro ex-CPII teve sorte ao cair de pára-quedas na equipe Marx após desistência de Elielsom. Nota 4,5.

Rodrigo (UniRio): Como jogador da Pelada da Esquerda,  é um ótimo militante que ocupa antigas casas de shows. Nota 5,0.

João Gabriel: sua incursão na Ásia e suas práticas de relaxamento não contribuíram para uma excelente atuação. Duvidaram de sua presença, mas ele apareceu e encarou até o final. Nota 5,0.

Juliano: a “bebida liberada” da noite anterior acabou com sua pretensão de fazer uma boa atuação. Nota 4,5.


*Karl Leirbag, jornalista alemão
Breno Strozenberg, crítico de cinema para filmes de animação da Mongólia

domingo, 5 de agosto de 2012

É a chance!*

            Começamos a 14ª rodada com uma vitória parcial fora de campo. Apesar de nosso confronto ser fora de casa, nossa diretoria agiu nos bastidores em defesa do gramado do Engenhão. A CBF adiou o jogo dos pobres coitados sem estádio devido ao ofício enviado pelo Botafogo para a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (FERJ). E enquanto a presidente deles se diverte em Londres – tal como a mafiosa cúpula comandada pela tríade Dilma, Cabral e Paes – seu assessor especial Eduardo “Vassoura” soltou a infeliz pérola de que nossa torcida comparece ao Engenhão com “três ou quatro mil pessoas”. São muito toscas essas baboseiras expostas publicamente sem qualquer fundamentação científica, apenas querendo jogar para a torcida enquanto não movem uma palha para saírem da crise cíclica do sistema flamenguista tampouco para terem seu próprio local de jogo. Sr. “Vassoura”, a média de público do meu Glorioso é maior que à do clube da Gávea neste Campeonato! E somos os responsáveis pela maior arrecadação da história do Estádio – por mais que eu critique o preço dos ingressos, vocês nem chegaram perto disso!

            No ano passado tive a oportunidade de ir ao Serra Dourada para o confronto com o Atlético-GO. Este ano, depois de participar da IX Pelada da Esquerda, no Light (Grajaú) e marcar meus cinco gols, comprovando minha média deveras superior à de postes como Rafael Marques, foi o tempo de tomar banho, vestir a camisa preta do Fogão e partir para o churrasco na casa do camarada Bruno Gawryszewski, cujo defeito é torcer pelo Flamengo. Apesar de vários alvinegros presentes, a torcida dos rivais pelo insucesso do Glorioso incomodava e o receio da repetição do placar de 2011 – derrota por 2 x 0, com gols marcados em menos de dez minutos de jogo – incomodava muito mais.

            E o primeiro tempo caminhou ao encontro de meu receio. Sem criar oportunidades de gol, o Botafogo começava a oferecer espaços ao rival. Para variar, quem conseguiu aparecer mais que seus esdrúxulos penteados e cometer a infração dentro da área para o árbitro assinalar o pênalti!? Sim, Fábio Ferreira foi capaz de aprontar mais uma. E, apesar de tocar a bola chutada no meio do gol pelo goleiro Márcio, Jefferson não evitou o gol dos dragões, vice-lanternas da competição. Se nas arquibancadas nossa torcida dominava, faltava a compreensão de nossos jogadores de que o mesmo seria possível em campo.

            Pouco mais acordado no segundo tempo, com a troca do inoperante Rafael Marques por Fellype Gabriel, o Botafogo melhorava o posicionamento em campo. Todavia, ainda se encontra totalmente aquém do que precisa render se pretende disputar o título. Oswaldo de Oliveira nos solicitou paciência com o referido atacante, mas a cada jogo que passa ela caminha para o esgotamento! Pela bola que ele salvou em cima da linha, evitando o gol do rubronegro goiano, que o coloque na vaga do Fábio Ferreira então! Outra troca foi a do machucado John Lennon pelo jovem e meu xará Gabriel. A propósito, consideraria muito melhor que o técnico tivesse fornecido a chance ao garoto da base, já que o titular Lucas fora vetado.

            Aos 18 minutos, o jogo parecia um treino de faltas. No primeiro chute, com a barreira andando e diminuindo a necessária distância dos 9,15m negligenciada pela arbitragem, nosso surinameso teve que acertá-la. No rebote, falta em Antônio Carlos, esta mais perto da grande área. Aos 19 minutos, sem precisar usar palavras, o olhar do surinameso dizia: “É a chance!” E dessa vez não teve jeito: se a coruja ali estivesse... Teria que ter sido trocentas vezes mais ágil que o goleiro Márcio, espectador de camarote do golaço de Seedorf! O primeiro com a camisa da Estrela Solitária! Seeeee-Doooorrrr-Feeee! Oba! Oba! Era o empate do Fogão. Dez minutos após a bela e efusiva comemoração coletiva do gol, se a nossa zaga parece Os Trapalhões lá atrás, foi para o ataque para ser decisiva em mais uma virada do Fogão. Fábio Ferreira fez belo cruzamento da direita, Fellype Gabriel cabeceou forte, Márcio espalmou, Antônio Carlos pegou novo rebote ofensivo, fornecendo assistência para novamente Fellype Gabriel cabecear, só que dessa vez balançando as redes!

            A equipe adversária é fraca tecnicamente e forte candidata à Segundona 2013, mas cresce nos jogos em casa. Foi um necessário triunfo, mais um fora de nossos domínios territoriais e mais um placar em cheio acertado no Bolão! São três pontos importantíssimos que nos fazem ganhar uma posição na tabela diante da derrota do Cruzeiro e não permitem aos primeiros colocados um distanciamento. Quarta-feira, mesmo naquele absurdo horário que atende aos interesses televisivos, é fundamental que ocupemos os setores do Engenhão para presenciar a categoria de Seedorf e cantar para impulsionar o Glorioso rumo à terceira vitória consecutiva no Brasileirão! Pra cima deles, Fogão!

*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985