sábado, 11 de maio de 2013

Nunca houve um amigo como Scott


Podemos dizer que foi uma das semanas mais dolorosas de nossa família e que o dia 10 de maio deixará aquele gostinho amargo que nos faz lacrimejar e sentir a saudade apertando no coração. Cerca de 10 anos e 7 meses atrás, o "bola sete" chegou aqui em casa para trazer alegria, companheirismo e amizade. Apesar de não querer outro cachorrinho em casa naquele momento, a opção de não gostar desse "garotão" ou ignorar sua presença jamais passara pela minha cabeça, tampouco pelas minhas atitudes. Parecendo uma bolinha de sinuca peluda, nosso "negão" formou uma bela parceria com a querida e eterna Laica e conquistava todos quando chegava com sua carinha de "pidão" para ganhar um tira-gosto, um biscoito de polvilho ou um ossinho, além de fazer questão de recepcionar com o rabo abanando qualquer visita na casa: simpaticíssimo!



Quantas boas lembranças passam como um filme neste momento... Cada balançada de rabicó, cada latido, cada fuga após ouvir alguém espirrar, cada festa ao chegarmos em casa, cada encostar de cabeça sobre nossas pernas, calçados ou sofá, cada "pedido" de "me tira daqui" ao tomar banho, cada desespero com os gritos eufóricos de gol, cada incômodo ao ver um beijo ou alguém abraçando demais ou simulando brigas e palmadas... Era meu parceiro de "MMA" e adorava "brincar de brigar"! Até o momento em que eu fingia que sua mordida tinha me machucado e vinham os lambidos no "machucado" como pedido de desculpas! Seu jeitinho heróico de Lassie passava pela preocupação quando alguém passava mal, chorava ou estava triste. Ele fazia questão de ser a companhia, pois nunca gostou de sofrimento. Quando minha vó escorregou em casa, seus momentos Marley vieram à tona, pois queria ajudar, mas acabava passando por cima dela. O "Cottinho" até acreditava ser humano, quando por muito tempo andou pelas ruas sobre duas patas, saltitando, recusando-se a demonstrar aos demais que ele era quadrúpede.  

Todas as situações e vivências são belos e emocionantes capítulos de uma história que deveria ser eterna no tempo e no espaço, mas só pode ser eterna enquanto dura. Scott assumiu o papel de mais velho da casa após a morte da nossa saudosa Laica. Além de ter sido quem, desesperadamente, informou ao meu pai que Laica se fora, de maneira rápida e impressionante, ele amadureceu após passar por este choque. Depois que ficou "mocinho", trocou o estilo brincalhão e atabalhoado por um mais responsável e sério, obviamente sem deixar de querer brincar! Com a chegada de Bebel, a desconfiança do primeiro dia foi substituída pelo "matrimônio". Com ela, foi pai de seis filhotes lindos, dentre eles a Fiosa, que mora conosco.

O tempo passa tão rápido e nesses momentos de perda e dor acabamos nos lamentando por ter deixado de nos divertir durante mais minutos e horas dos dias com essas criaturas que nos fazem tão bem; que mostram mais humanidade que muitos seres humanos deste planeta; que, com ingenuidade ou esperteza, cativam nossos corações e extraem sorrisos de nossos rostos, trazendo vivacidade aos lares! Todo ser humano deveria experimentar ter um cachorro como amigo, assim como todo cachorro merece ser bem tratado por qualquer ser humano! Sem dúvidas Scott recebeu carinhos e mimos. Por não gostar de sofrimento, partiu serenamente neste dia 10 de maio, certamente para minimizar nossa dor, nos braços de minha irmã. A saudade bate e aperta bastante, mas o choro tem que ser por alegria, pois para mim, nunca houve um amigo como Scott!


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