domingo, 29 de julho de 2012

Um alívio de Sábado à noite*


Depois de quatro jogos sem vencer e três sem marcar gols, jogar contra o lanterna do Campeonato na décima terceira rodada apresentava indícios de que voltaríamos a vencer. Descanso, banho, escolher a camisa mais bonita e passar o perfume foram as tarefas antes de partir para a night de Sábado, que precisou ser no Engenhão diante deste horário grotesco de 21h. E mais de cinco mil pessoas estiveram presentes para novamente cantar, vibrar e apoiar o Glorioso nesta fase conturbada pela qual passamos.

            Com um minuto de silêncio como homenagem póstuma a Aloísio Teixeira, grande botafoguense e ex-reitor da UFRJ, o luto pareceu atingir nosso time nos primeiros trinta minutos. Nervosos, ansiosos, atabalhoados e sem finalizar, os jogadores do Botafogo pareciam testar a torcida, que, mesmo com a equipe deixando muito a desejar, tem feito um bonito papel de apoio e incentivo.

A mania de recuar a bola para o Jefferson dar chutão prosseguiu e quase complicou nossa vida, enquanto Fábio Ferreira tem sido uma mãe querendo presentear o ataque adversário com suas lambanças. E se hoje não temos contado com a eficiência dos passes de Renato, a cada jogo a lucidez do surinameso Seedorf aponta que ainda agradeceremos muito por sua presença em General Severiano, mesmo que nos momentos de apagão alvinegro pareça que ele tenha caído numa furada. De trivelinha pela esquerda, Seedorf deixou Rafael Marques em plenas condições de marcar, mas este furou; depois, lançou Elkeson, que acertou a trave direita; além de roubar uma bola e passar de letra para Márcio Azevedo. Apesar do antigo ataque mais positivo da competição ficar mais um tempo sem marcar, fomos para o intervalo com o sentimento de que cerca de 350 minutos sem balançar as redes adversárias era absurdo. E venhamos e convenhamos, mais um jogo em que a bola bate na trave... É preciso caprichar um pouco mais nas finalizações, ou um pouco menos, sei lá!

E no segundo tempo, o solitário gol veio lacrimejando. Andrezinho carregou pelo meio, carregou... Enfim, chutou! E com o desvio de Anderson Conceição, a bola foi parar no fundo das redes. Ufa! 1 x 0! A defesa do Fogão ainda fez questão de testar os corações dos torcedores, mas Jefferson e Brinner, que tiveram excelentes atuações, evitaram um vexame diante do lanterninha. Os laterais Lucas e Márcio Azevedo também estiveram muito bem, driblando e apoiando em diversos momentos. Aplaudindo e sendo aplaudido ao ser substituído quase no final da partida, Seedorf se mostra importantíssimo líder dentro e fora de campo: orquestrou a equipe, coordenando jogadas, recuperando bola perdida, driblando; e impondo respeito aos adversários, que até pediam desculpas ao cometer faltas em cima dele. No intervalo, pediu palmas à torcida quando muitos vaiavam Rafael Marques e durante o jogo gritou aos companheiros: “Vamos!”. Se o jogo de Sábado à noite não embalou nem empolgou, aliviou nossos nervos, fazendo valer os três pontos e principalmente a louvável atitude da equipe de ir ao meio do campo agradecer e aplaudir a torcida presente!

Oswaldo de Oliveira resolveu deixar a teimosia de lado e modificar o tal sistema de jogo. Entretanto, pudemos perceber que não basta mudarmos o sistema; é necessário ter peças habilidosas e experientes para o jogo! A torcida não titubeou ao criticar a inexistência de um artilheiro e o mau planejamento da diretoria: “Uh, El Loco!” A diretoria não pode passar a mão na cabeça do novo baladeiro! Quando parecia que agüentaria jogar pelo menos 45 minutos, de uma só tacada Vitor Júnior foi para casa mais cedo (havia festinha marcada para incomodar a vizinhança?) e ficará suspenso durante a viagem para Goiânia no próximo sábado com sua infantil suspensão. Tem que dar esporro, multa e avisar: “veio de graça, mas isso aqui é Botafogo! Se não respeitar a História, que volte para os gambás!” Outro que precisa ser enquadrado – e barrado – é o sr. Fábio Ferreira, que ontem deveria estar chateadinho com o horário do jogo e queria entregar a paçoca, já que não conseguiu ir ao cabeleireiro para ajeitar seu penteado calopsita antes de se entregar à noitada.

A vitória traz alívio e mostra o rumo do clube que não pode perder para ninguém! Chegamos aos 20 pontos e a tônica do momento é não deixar os primeiros colocados deslancharem na classificação. Quarta-feira que vem é dia de iniciarmos nossa ajuda rumo à conquista de mais um título Sul-americano! O Palmeiras já está na Libertadores do ano que vem e a Copa Sul-Americana perde seu principal atrativo para o alviverde paulista. Ficaremos mais de uma semana sem jogo no Engenhão. Então, sábado que vem é dia de ligar a televisão para acompanhar mais um triunfo fora de casa, contra o vice-lanterna. Pra cima deles, Fogão!

*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985

sábado, 28 de julho de 2012

Entrevista concedida ao Fut Blog



Ontem, participei ao vivo como entrevistado do FUT BLOG (episódio 22), apresentado por Yuri Braule e Doug Fagundes. A reprise já está disponível no link acima!

Foi um bate-papo de quase duas horas, falando sobre o livro "Botafogo, uma Paixão Além do Trivial" e suas atividades de lançamento e divulgação pelo Brasil e na Argentina, sobre as recentes atuações do Glorioso Botafogo no Campeonato Brasileiro e sobre diversas temáticas relacionadas ao mundo do futebol, como a defesa da mudança do nome oficial do Engenhão, a relação das torcidas organizadas com o clube, os campeonatos alternativos de Futebol, o absurdo preço dos ingressos etc.

Para quem quiser conhecer mais sobre o Fut Blog:

http://conexaoruim.blogspot.com.br/2012/07/fut-blog-22.html 


sexta-feira, 27 de julho de 2012

Doe sangue, Botafogo!*


Antes de iniciar o texto revoltadinho de hoje, quero registrar aqui a felicidade em ver o espaço em frente à sede de General Severiano ocupado pelo Movimento Estudantil da UFRJ! O CANECÃO é nosso! O Governo Dilma/PT tenta desgastar o movimento grevista, mas a luta e a greve continuam em defesa da carreira e de condições de trabalho! Assim como quero registrar minhas condolências à família do ex-reitor Aloísio Teixeira, cuja Reitoria ocupamos em 2007 já anunciando o conjunto destes problemas criados por Lula e Haddad que hoje se aprofundam nas Instituições Federais de Ensino Superior. Aloísio foi um grande adversário na política interna da UFRJ: além do respeito mútuo, tínhamos em comum a Estrela Solitária em nossos peitos!        

O efeito Seedorf começara extremamente positivo, com a equipe voltando a vencer e a marcar gols e a defesa se acertando em vez de ser a mais vazada do campeonato. O surinameso começou a treinar, vieram dois empates. O surinameso estreou e vieram duas derrotas em pleno Engenhão. O que é isso, companheiros? Como é possível a equipe deixar de se dedicar em campo, perder o tesão pelos gols e pela vitória e o capitão perder uma bola para um jogador quase na aposentadoria compulsória sentado? Na minha pelada o cara seria expulso na hora!

            Ontem esqueceram de informar ao vice da Colina que era decisão, pois em decisão eles tremem para o Fogão. Mas infelizmente o Botafogo esquece que cada uma das trinta e oito rodadas do Campeonato Brasileiro é uma decisão. E voltou a vacilar e a frustrar a torcida, que tem apoiado incessantemente para manter essa Estrela Solitária brilhando. O início até pareceu promissor, com Elkeson deixando Dedé sentado num drible e o Fogão partindo para cima. Depois de dez minutos, o bacalhau teve várias chances de abrir o placar e fomos salvos pela má pontaria adversária, pelas defesas de Jefferson e pela trave!

Para um time que diz ter a pretensão de brigar pelas primeiras posições, cinco derrotas em doze rodadas é um número alarmante. Já são quatro rodadas sem trazer os três pontos para General Severiano e três jogos sem marcar um golzinho sequer. Não dá pra aceitar a liberação de quatro atacantes sem que tenhamos reposições para o setor. Alô, diretoria! Nas primeiras rodadas, nossa defesa vacilava, mas o ataque compensava balançando mais vezes as redes adversárias. Agora, nossa defesa prossegue generosa, enquanto o ataque não existe! Que escalem o Túlio Maravilha, pelo menos vai saber se posicionar dentro da área para aproveitar as chances que até têm aparecido! Por favor, alguém coloca o Elkeson para cursar o Ensino Fundamental: ele precisa aprender que não há como passar por dentro de um outro ser humano para roubar a bola! Ontem ele esgotou qualquer pingo de paciência! E mais: não me venham com churumelas supersticiosas acerca de falta de sorte, mas tenho convicção de que Alexi Stival faria esse elenco atual voar. Não torço contra o Oswaldo, mas nenhum técnico conseguiu organizar para nosso Fogão jogar tão bonito quanto o Cuca! Nos últimos jogos, Oswaldo de Oliveira foi abduzido e substituído por um Jubiroswaldo qualquer: não tem como um técnico com seu gabarito não ver que esse esquema de 4-6-0-0-0-0 do Botafogo já sucumbiu. Pombas, insistir nos erros é burrice!

Tentando voltar à calma, pela manhã dirigi-me ao Hemorio para participar da campanha ESTRELA SOLIDÁRIA. Consegui ficar chateado ao cubo: depois de seis ou sete doações de sangue, pela primeira vez fui barrado. Não é possível que a ciência tão avançada consiga se rebaixar a critérios da moral religiosa e/ou a uma simples gripe enquanto os bancos de sangue país afora pedem socorro para salvar vidas! Limites de parceiras sexuais durante 365 dias, “mesmo com preservativo”, como me informou a enfermeira, “seguindo os padrões estabelecidos pela ANVISA”. Ora, se constantemente acompanhamos propagandas que incentivam o uso dos preservativos, por que a pessoa que segue as dicas do Ministério da Saúde é proibida de realizar a doação!? Há algo de muito contraditório nisso aí, tal como na proibição de homossexuais realizarem a doação. Enfim, infelizmente alguém vai deixar de, nesse momento, receber o sangue de um atleta-peladeiro, sem álcool nem nicotina. Por enquanto, pois em breve comparecerei para doar.

Bacana registrar as congratulações à torcida que organizou o evento e compareceu, assim como ao apoio do clube na divulgação. Agora, é bom que, além do Lucas e do Márcio Azevedo, que compareceram ao Hemorio para fazer a doação, o time todo se contagie com o clima e possa doar sangue e suor em campo! Urge que voltemos a vencer. E sábado estaremos lá, em menor público, obviamente, no Engenhão, para impulsionar o Glorioso de volta ao caminho das vitórias! Pra cima deles, Fogão!


*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Furtaram a cereja do bolo*


Talvez devido ao recesso, talvez devido à ansiedade por uma das estreias mais cobiçadas dos últimos tempos, talvez até mesmo por conta de estar junto a dezenas de milhares de corajosos e corajosas que se despencam de várias partes do Rio de Janeiro ou de fora de nosso Estado para torcer pelo clube de General Severiano, nunca senti passar tão devagar o tempo entre um jogo de quarta-feira e um de Domingo pelo Campeonato Brasileiro. E na Cidade Maravilhosa o Domingo nasceu formidável, daqueles em que as nuves aparecem apenas para fornecer o contraste em azul e branco com o céu, daqueles em que o Sol nos contempla sua aparição e seu calor em pleno inverno, daqueles em que certos tricolores – que só possuem o por do Sol para vislumbrar às margens do Rio Guaíba – invadem nossas belas praias e demais cartões postais. Escolhendo uma trilha no Morro da Urca como aquecimento para o jogo da noite, a cada botafoguense que passava pelas ruas, era notória a auto-estima por vestir esta camisa Gloriosa.

            Infelizmente, nem tudo foi perfeito. Volto a registrar o quanto é complicada essa avalanche de holofotes sobre o brilho da Estrela Solitária. Nós temos brilho próprio, incandescente, deslumbrante, que se sobressai sem querer humilhar ninguém. E foi justamente nesta escolha de nossa solitária constelação que acabamos ofuscados pelos tricolores gaúchos, que furtaram a cereja de nosso bolo e nós só pudemos perceber ao final dos noventa minutos.

Numa boa, não podemos levar gol daquele bonde do Marcelo Moreno! Não conseguiu dominar uma bola o jogo inteiro, mas acertou a finalização em cheio para o fundo das redes de Jefferson. Apesar do (novo) vacilo de nosso sistema defensivo, não preciso nem dizer que sua trombada fora falta, ignorada pela arbitragem, assim como um pênalti cometido pelo Gilberto Silva em cima do Elkeson. E não é que Fellype Gabriel mais uma vez acertou o travessão!? E o Leo Gago salvou em cima da linha o que seria nosso gol de pelo menos empate. Enfim, o segundo tempo foi digno de aplausos pela dedicação, mas são necessárias as críticas pelo afobamento, por equívocos táticos e pela morosidade em alguns momentos, principalmente no primeiro tempo.

            A vitória foi injusta? Obviamente. Era possível revertermos? Mais óbvio ainda. O que faltou para isso? É aí que entram os papeis da comissão técnica e da organização da equipe. Quando o Botafogo mais pressionou? Quando tinha pelo menos dois atacantes em campo! Não dá mais para nos resignarmos com esse esquema 4-6-0, Oswaldo! O único atacante em campo voltando para ajudar a marcar na defesa e buscar jogo!? Já chega! Andrézinho tem sido o melhor em campo nessa transição da defesa para o ataque, enquanto Vitor Junior caiu demasiadamente de produção e o Fellype Gabriel ainda está buscando ritmo de jogo. É preciso reconhecer: erraste na escalação inicial, treinador! Foi acertada a estreia do Seedorf por conta do bom momento vivido pelo marketing e pela euforia da torcida. Nosso surinameso estreou discretamente, mas seus bons passes e sua visão de jogo apontam que melhorias virão. Jefferson fechou o gol no primeiro tempo; Márcio Azevedo não estava numa boa noite; Elkeson continua atabalhoado; e o Rafael Marques entrou melhor ontem.

            Para não dizer que não falei da festa... A festa foi bem menos espalhafatosa que a apresentação. Será que faltou glamour? Não houve fogos, não houve chuva de papel, mas houve um estádio com a presença de mais de 34.000 pessoas, que cantaram, aplaudiram, vibraram e incentivaram. Oswaldo agora precisa morder a língua. O tal fator campo estava lá e o time não correspondeu com os três pontos. Nos minutos finais, a torcida impulsionava os avanços do time e entoava o Hino do nosso Botafogo. O árbitro soou o apito final e a galera ecoou que ninguém cala o nosso amor, mesmo com a amarga derrota. Faltou humildade ao treinador para não debochar no início do jogo ao afirmar que “era a primeira vez que via (o estádio cheio) assim”. Seriam tarefas uma retratação pelas infelizes declarações anteriores e um agradecimento público à presença e ao incentivo daqueles e daquelas que pagaram exagerados e absurdos R$60 para ver seu time dentro de um estádio construído com recursos públicos que ontem não oferecera sequer água para lavarmos as mãos no banheiro!

            Antes do jogo, estive com a Associação Nacional dos Torcedores e Torcedoras recolhendo assinaturas para o abaixo-assinado em defesa da mudança do nome de nosso Estádio. Queremos no telão: SUDERJ informa: sai o tricolor, elitista e corrupto João Havelange, entra o botafoguense, comunista e sacado do comando da Seleção Brasileira pela Ditadura Militar João Saldanha! Complementando as ações da semana rumo à construção de uma nova sociedade, é tempo de convocar a torcida alvinegra para quinta-feira que vem lotarmos o HEMORIO para doarmos sangue. De 9h às 17h do dia 26 de julho, o evento ESTRELA SOLIDÁRIA acontecerá. Já doei umas seis ou sete vezes e marcarei presença desta vez. Pessoal, doar sangue não dói, salva vidas e ainda se ganha um lanchinho gostoso ao final! ;)

            Para doar, bebam Toddynho ao invés de se esbaldar nas bebidas alcoólicas na noite anterior, pois quarta é dia de voltarmos ao Saldanhão com nossa Estrela no peito para cantar e apoiar o Fogão. É clássico, é jogo de disputa na parte de cima da tabela. É só falarmos que é decisão, que os bacalhaus tremem diante do espectro do Manequinho! Pra cima deles, Fogão!

Mais informações sobre a doação de sangue na próxima quinta-feira: http://www.bfr.com.br/oclube/noticias/clube+convoca+torcida+para+mutirao+de+doacao+de+sangue+no+hemorio.asp

*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985

sexta-feira, 20 de julho de 2012

O time foi presunçoso*



            Envolvido com as finais da Taça Libertadores da América no ano passado, o Santos solicitou e a CBF acatou o pedido de adiamento do confronto. Quando chegou a data do jogo, tivemos que ir à Vila Belmiro desfalcados de Jefferson (então na Seleção) e Renato, com sua primeira e única suspensão na carreira. Acabamos levando por 2 x 0 nesse clássico entre dois dos principais clubes da História do Futebol Brasileiro, que formaram e ofereceram protagonistas para as Seleções em diversas Copas do Mundo.

            Com a sala vazia do curso de inglês, a professora não entrou na onda de liberar mais cedo, forçando-me a perder os primeiros 11 minutos de jogo. Quando cheguei ao quarto para ligar a televisão, parece que o único lance perdido foi a infeliz contusão do Edu Dracena, aumentando o rol de desfalques da equipe santista – sem Neymar, Ganso e Rafael, que estão com a Seleção Olímpica. Ou seja, mesmo fora de casa, um jogo típico para nosso Glorioso garantir mais um triunfo em terras alheias ao Rio de Janeiro.

            Com um primeiro tempo arrebatador – excetuando-se os últimos 5 minutos durante os quais o Santos forneceu algum perigo – o Fogão criou várias oportunidades, trocou bons passes e aproveitou as avenidas fornecidas pela marcação desguarnecida do adversário. Todavia, o goleiro santista, que não é espetacular, mas é o Aranha, conseguiu defender nossas tentativas. E quando não teve elasticidade suficiente, lá estava o travessão para evitar um golaço num chute do meio da rua de Fellype Gabriel, que alcançou a velocidade de quase 120 km/h. O segundo tempo foi tão frio quanto a atual temperatura nestes dias chatos de inverno. Muricy Ramalho acertou a marcação de seu time e segurou as investidas do Fogão, cujo melhor ataque do Brasileirão pela primeira vez passou em branco. Em compensação, nossa defesa garantiu o segundo jogo sem ter suas redes balançadas. Melhor em campo no saldo geral da partida e com um pênalti em cima do Antonio Carlos ignorado, a vitória era bastante plausível. Em minha humilde opinião, a equipe considerou que o jogo estava fácil e foi presunçosa; com um pouco mais de dedicação, sairíamos da Vila Belmiro com os três pontos.

            Oswaldo tem acertado bem a equipe, mas na quarta demorou para fazer pelo menos uma substituição. Quando preciso, Jefferson fechou o gol com suas excelentes defesas. A dupla de zaga evoluiu, tendo levado apenas dois gols nos últimos quatro jogos. Lucas está bem e Márcio Azevedo, aprimorando ainda mais a marcação e tendo mais eficiência nos cruzamentos, sei não, mas está pintando a amarelinha! Renato voltou a jogar muito bem e, nos últimos três jogos, apresentou um repertório excelente de balões, chapéus e lençois. Lucas Zen tem sido peça importante, que ainda peca na marcação, mas atualmente é o melhor para a posição. Vitor Junior foi um que caiu muito de produção e seu gás tem feito falta nos contra-ataques fulminantes. Fellype Gabriel aos poucos retoma o bom futebol e com sequência de jogos pode ganhar a vaga. Andrezinho deixou de ser chinelinho para jogar quase sempre os 90 minutos e impulsionar a equipe no ataque. Para a estreia, foi razoável a atuação de Rafael Marques, que deixou de dominar algumas bolas que poderiam ter gerado perigo ao gol adversário; hoje, Elkeson é o centro-avante preferido! Melhora logo, Elkeson! E, Cidinho, chuta, carambola!!!

            Meu cartão de sócio-torcedor, desde maio, já está na mão. É importantíssimo que a galera se associe em peso a algum dos planos, pois vale a pena financeiramente; assim como é importantíssimo que ocorra uma mudança de postura no clube, permitindo poder de decisão aos sócio-torcedores para definirmos os rumos da Estrela Solitária! Até concordo que devemos incentivar a adesão dos torcedores aos planos. Contudo, isso não vem por meio do absurdo preço de R$60,00 no ingresso! Lembrando que o futuro Estádio Olímpico João Saldanha ou Nilton Santos foi construído com muitos recursos públicos...

            A estréia de Seedorf está confirmada para Domingo. Vamos lotar o Engenhão, pessoal! E que me desculpem os tricolores gaúchos, podem até comer um pedaço do bolo, mas Domingo a festa e os três pontos são nossos! Pra cima deles, Glorioso!

*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985

terça-feira, 17 de julho de 2012

Nostalgia e Lutas num Domingo de clássico*



            Numa espécie de contagem regressiva para os dias da semana de feiras, Domingo sempre apresenta um ar nostálgico diante do desejo de continuidade do final de semana. Apesar desse sentimento ligeiramente amargo, ele também nos reserva bons sentimentos quando nos contempla o jogo de Futebol. Quando é clássico então... Ficamos mais ansiosos, apreensivos, envolvidos com a espera do resultado final, para saber se elaboraremos desculpas pela derrota ou diversas piadas para zoar os adversários depois de nosso êxito. E, apesar de toda a minha simpatia pelo Fluminense por ser o time das minhas avós e da minha mãe, hoje quero duramente criticar duas temáticas relacionadas ao pó de arroz.

            Na madrugada de sábado para domingo, a Polícia Militar do Rio de Janeiro – submissa aos ditames do Governador – cumpriu a ordem para retirar dezenas de pacientes do Hospital do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (IASERJ). Cenas entristecedoras marcam mais um absurdo cometido pelo (des)Governador Sérgio Cabral. Cabral é vascaíno e você deve estar me perguntando o que isso tem a ver com o Fluminense. Ora, quem patrocina, manda e desmanda no Fluminense é uma empresa privada da saúde – UNIMED. Enquanto a Saúde Pública desmorona em nosso país, sendo precarizada diariamente, a UNIMED aumenta seus lucros. Enquanto faltam leitos em hospitais públicos e trabalhadores da Saúde são sobrecarregados, sobram rios de dinheiro para contratar e pagar salários astronômicos a jogadores de futebol. Enfim, ainda temos como nos organizar para dizer ao ditador do Rio que TIRE SUAS MÃOS SUJAS DO IASERJ!

            Como vocês podem ler, jamais escrevo o nome oficial da atual casa do Fogão. Ler o nome do tricolor João Havelange me causa ojeriza! É um absurdo que o José Sarney do Futebol brasileiro – e mundial – seja homenageado num estádio construído com recursos públicos e pelas mãos, corações e mentes de centenas de operários. É um contrassenso, um anacronismo, equivalente a convidar o Netinho de Paula para palestrar sobre a Lei Maria da Penha, a chamar o Dado Dolabella pra fazer uma saudação ao movimento feminista ou erguer uma estátua do Michael Jackson em frente a uma Escola de Educação Infantil! Anedotas à parte, é tempo de potencializarmos a luta pela MUDANÇA DO NOME OFICIAL DO ESTÁDIO OLÍMPICO do Engenho de Dentro! João Saldanha e Nilton Santos largam na frente e são duas excelentes opções para substituir qualquer menção a corruptos e elitistas do Futebol! Ricardo Teixeira e seu padrinho e ex-sogro são persona non grata!

             Aproveitando a postagem enfurecida diante das injustiças em nosso país, recado ao Sr. Maurício Assumpção: não queira simplificar a apresentação de Seedorf no Palácio da Cidade como inveja! Todos sabemos de sua filiação ao Partido da Mão com Dinheiro no Bolso (PMDB) e sua campanha tosca pelo prefeitinho Eduardo Paes! Seedorf, festa para a torcida sempre, mas não caia nessas artimanhas burguesas promovidas por meia dúzia de oportunistas! Se o Suriname foi explorado pela Holanda, a população pobre do Rio de Janeiro é explorada por essa corja do PMDB! Eleições à vista, eis que surgem aquelas propagandas contendo apenas números e poses nos abordando ao chegarmos ao Engenhão, sendo que durante dois anos não voltaram para fornecer uma satisfação sobre seus mandatos...

            Será que cabem linhas para abordar o jogo? Preparado para rumar ao clássico vovô, a cachorrada lá de casa me segurou mais alguns bons minutos no lar. Falo dos caninos mesmo, que fizeram meu coração palpitar mais forte já que o jogo não reservaria tantas emoções... Chegando em cima da hora, novamente vi a festa dos cambistas organizados, realizada na frente da própria bilheteria, enquanto o rigor com o torcedor mortal prevalece: triste contradição. Em homenagem ao adversário, nossa revista Preliminar foi a vigésima quarta! E enquanto nosso goleirão Jefferson completou 250 jogos vestindo o manto Glorioso e Márcio Azevedo tem sido um guerreiro digno de convocação para a Seleção... Hey, Fred! Cacilda! De novo gol contra a gente!? Alguém segura o Fred, por favor! Andrézinho mandou mais uma para as redes, dessa vez de cabeça após assistência milimétrica do melhor lateral esquerdo do Campeonato Brasileiro. Infelizmente, Fellype Gabriel desperdiçou a chance de virarmos mais uma partida e acabarmos com a invencibilidade pó de arroz. Com o 1 x 1, se não vamos zoar pela vitória, também não seremos zoados por uma derrota.

            Ah, não poderia me esquecer das discussões ao meu ladinho no Setor Oeste Superior. Alegando “ter chegado antes que vocês”, um casal queria arrumar tumulto com @s Amig@s Alvinegr@s que estavam de pé na primeira fileira. Cabe uma enquete! Torcedor(a) no Estádio tem que: a) manter-se sentado, em silêncio, comendo pipoca e admirando a tela verde; b) resmungando e vaiando a cada erro e fazendo barulho positivo apenas quando sai gol a favor do seu time; c) prezar pela prática viva e dinâmica da palavra torcer, cantar, vibrar, aplaudir e ter disposição para ver o jogo de pé ao invés do senta e levanta dignos de cerimônia religiosa. Qual sua opinião?

            Sou mais a letra C. Ainda mais a favor do bom senso. No jogo passado, um pentelho levou um abridor e fazia um barulho estridente batendo nas ferragens do estádio bem atrás de mim. Eu tinha chegado primeiro, mas não me incomodei em passar para outro local e deixar seus tímpanos se divertirem sozinhos. Em vez de longas discussões e bate-bocas, sou mais os dizeres expostos pelos Loucos pelo Botafogo: PAZ E FESTA NOS ESTÁDIOS!

            O Galo disparou na liderança. Nosso Glorioso permanece no G-4 e amanhã temos que derrubar mais um time de São Paulo, dessa vez na Vila Belmiro. Preparemos o peixe para a janta desta quarta, para digerirmos bem e nos prepararmos para a estreia de Seedorf domingo contra o Grêmio em nossa casa! Dá-lhe, Fogão!


*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Só a faixa deles entrou em campo*


Por conta das finais da Taça Libertadores, o Corinthians solicitou à CBF o adiamento do confronto com nosso Glorioso. E para a CBF, se seu queridinho solicita, é ordem! Nosso duelo referente à sétima rodada aconteceu então após a oitava. Como a ordem dos fatores não altera o produto... O sete é nosso! O sete é Fogo! Após emprestar nosso atual ligeirinho e perceber que o mesmo tem fornecido grande suporte ao meio-campo, também não permitiram sua entrada em campo sem o pagamento da multa. Mais de 25.000 pessoas no Pacaembu, a maioria absoluta delas cantando ‘É campeão!’...

            Entretanto, da mesma maneira que no ano passado contra este a quem não sei por que cargas d’água fornecem a alcunha de Timão, o Botafogo entrou no Pacaembu como se estivesse em sua própria casa. Afinal, não deixa de ser depois de conquistarmos lá o saudoso título de 1995! Curtindo a quarta-feira de Sofá-Fogo e com várias camisas alvinegras por lavar, o jeito foi esquentar-me com o lindo casaco preto que ostenta no peito a Estrela Solitária.

            Seedorf e Rafael Marques ainda não estrearam, mas o ambiente já carrega uma energia extremamente positiva. Oswaldão de Oliveira tem mandando muito bem depois das besteiras ditas na entrevista coletiva contra a Ponte Preta. O time está bem armado, com posse de bola consistente, marcando de maneira adiantada e diminuiu consideravelmente os chutões para frente, o que tem sido infelizmente trocado por alguns irritantes recuos de bola da ponta de ataque até o melhor goleiro do Brasil. E, ontem, com esse estilo de jogo e muita disposição, o Botafogo só permitiu que as faixas do campeão da Libertadores entrassem em campo, porque os jogadores corinthianos foram totalmente envolvidos por nosso sistema (SISTEMA, NÃO ESQUEMA, hein!), tendo dificuldades de marcar, de trocar meia-dúzia de passes e ainda mais de atacar com perigo. E para parar o alvinegro, o time paulista distribuiu leves pancadas, ignoradas pelo árbitro Heber Roberto Lopes. O Botafogo cometeu menos infrações que os gambás e absurdamente venceu de goleada nos cartões amarelos por 5 x 1.

            Apesar do volume de jogo, o Botafogo precisa arriscar mais finalizações! Cidinho mandou com perigo pela direita e Elkeson de falta antes da bela roubada de bola de Lucas Zen, que lançou muito bem para Andrezinho correr, carregar a bola, cruzar certinho para o grosso Paulo André desviar contra para o fundo das redes! O final do primeiro tempo ainda reservaria fortes emoções após Lucas Zen e Antônio Carlos saírem de campo para colocarem o Departamento Médico para trabalhar – e como ele trabalhou ontem! Apenas com dois a mais, o suposto Timão conseguiu chegar ao ataque com perigo e lá estava ele: São Jefferson fez excelente defesa. No rebote, o adversário acertou a trave. No novo rebote, Elton dominou com a mão e seu gol foi corretamente anulado. Ufa! E o segundo tempo veio para apenas ampliarmos a confortável e importante vitória. Pela direita, Cidinho tocou para Lucas, que acertou excelente cruzamento rasteiro para Elkeson – nosso novo centroavante e artilheiro, com 3 gols em 2 jogos – desviar de esquerda aos 11 minutos. Aos 23, pela esquerda, Fellype Gabriel tocou para Andrezinho, que carregou até a área adversária e, como um excelente garçom, passou para Elkeson dominar e guardar o terceiro gol do Fogão! O restante do jogo foi apenas para o Botafogo treinar passes e o Corinthians diminuir num pênalti que foi pênalti, mas aconteceu segundos depois da bola ter batido na mão do adversário e este levado a melhor no lance. Jefferson deixou entrar para garantir que eu acertasse o placar do bolão: 1 x 3!

            Nossa defesa ficou quase 180 minutos sem levar um gol e essa tônica do ataque concluindo bem a gol e a defesa protegendo precisa prevalecer nas próximas rodadas. O tal do Romarinho achou que seria fácil como contra o Boca, mas Márcio Azevedo incorporou um Fogão de seis bocas e ganhou todas as roubadas e dribles em cima dele. Renato consubstanciou o espírito da Festa Julina do próximo sábado e ficou distribuindo com categoria balões aos corinthianos. Andrezinho, depois do gol contra o Inter, lidera o meio-campo com dribles, bons passes e velocidade extrema! E o Elkeson será o artilheiro do Brasileirão, sendo importante referência na conquista do Tri!

            Podem adiar, podem jogar em casa, podem estar com a maioria da torcida, podem barrar o ligeirinho. Isso aqui é Botafogo! Estamos de volta ao G-4 e domingo vamos com tudo dominar nosso Engenhão e fiscalizar quaisquer vândalos ou vândalas destruindo nossas cadeiras. Domingo então é dia de apoiar nosso Glorioso no confronto direto da parte de cima da tabela contra os tricolets. Dá-lhe, Fogão!

           *Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Antes da partida vem sempre a chegada! Bem-vindo, Seedorf!


            Era dia sete do mês sete. Após muito suor e animação na Festa Julina ocorrida na quadra – descoberta, sob o Sol escaldante – onde leciono no Colégio Municipal Botafogo, em Macaé, rumei faminto e ansioso para a Cidade Maravilhosa, desejando a comida da mamãe e da vovó, tomar banho e vestir aquela bela camisa em preto e branco para caminhar até o Engenhão. “O jogo não é só às 19h30min? Por que você vai agora?” – indagou minha avó. “Hoje o Seedorf chega, de helicóptero, às 17h. A festa começar antes do jogo!” E como é bom ir ao estádio com aquele sentimento iminente de vitória, de alegria, de vibração, de casa cheia. A euforia era tanta que não titubeei no bolão: 4 x 1 pro meu Glorioso. A casa não foi tão cheia devido ao absurdo preço de R$50,00 do ingresso. Porém, mais de 20.000 alvinegros compareceram! E, antecipando-me aos engraçadinhos... Maior que a média do Fla x Flu em festa que no dia seguinte reuniu cerca de 38.000.

Os minutos passavam e a antonímia se exacerbava. Chateado por não ter tido acesso à promoção que premiou dois sócio-torcedores com o translado de helicóptero de nossa mais recente contratação, mas deveras contente com a animação, a empolgação e a energia positiva presentes nas arquibancadas. Fogos, palmas, cantos, olas e gritos de Fogo deixavam as cinzas como síntese da certeza de que dias melhores e gloriosos virão! É hora de elogiar a torcida, não, Oswaldo!?

De certa maneira foi até bom não termos nem sentido os opostos sentimentos que nos trazem as saídas e as chegadas. Enquanto a tristeza e a nostalgia batiam pelas saídas de nossos guerreiros do MERCOSUL – Herrera e Loco Abreu – que, se não atuaram como craques, passaram boas temporadas com raça e gols (sendo os dois maiores artilheiros do Engenhão), exigiram respeito à história do Botafogo, não se subestimaram à FlaPress e foram protagonistas da conquista do título estadual de 2010. Uh, Herrera! Uh, El Loco! Mesmo sem a presença dos dois, a torcida entoou seus nomes e agradece por suas passagens pela História da trajetória de nossa Estrela Solitária! Maicosuel também partiu, mas rumo aos campos europeus. Embora não tenha resgatado os excelentes momentos de driblador e finalizador, seu retorno também mereceu nossos aplausos.

Quando a velocidade sonora do motor, da hélice, do vento, dos céus, das estrelas alcançou a audição dos alvinegros, a arquibancada sacudiu. O telão mostrava a chegada do helicóptero enquanto nosso querido humorista Marcelo Adnet, em campo, liderava a festa. “Seeeeee Doooorrrrr Feeeeee! Oba! Oba!” “Uh, ta maneiro! O Seedorf é alvinegro!” Quanto riso, quanta alegria! Mais um craque para nossa constelação, ovacionado pela galera do Engenhão e sob os olhares atentos da mídia de diversos cantos do Brasil e do mundo! E no duelo das antonímias, momentânea e singelamente tive a certeza de que antes da tristeza da partida há a vibração contagiante e feliz da chegada!

Houve jogo depois? O Bahia não teve tempo nem espaço para entrar em campo. Cada vez evoluindo mais, Márcio Azevedo acertou perfeito cruzamento para encontrar a testa daquele que avisara que seria o nome do jogo: Cidinho abriu 1 x 0 aos oito minutos. Querendo atrapalhar a bela festa, o ex-mulambo e marginal Souza distribuiu agressões a Antônio Carlos e Lucas, sob a conivência do frouxo árbitro da partida, que absurdamente ainda amarelou nosso xerife! Quando não tinha mais dúvidas de que haveria vermelho no segundo tempo, astutamente o técnico Falcão sacou aquele troglodita de campo durante o intervalo. Ôôôôôô, o Souza é um... ! Apesar de ainda apelar para a chatice dos recuos de bola para Jefferson (que só trabalhava após receber esses passes bisonhos), o Botafogo jogava bem, obrigando o goleiro Marcelo Lomba a trabalhar. Entretanto, faltava a bola chegar novamente aos pés do garoto que tem plenas condições de fornecer muitas alegrias ao Fogão! Antônio Carlos avançou até o campo adversário, tocou para Cidinho, que, de fora da área e contando com o auxílio do desvio de Tite, abriu o 2 x 0 para tirar do chão a torcida do Fogão e fornecer tranquilidade após o intervalo.

Novamente no segundo tempo, só deu Botafogo. Com excelente troca de passes, o Fogão dominava o meio e a defesa não deixava o ataque do Bahia passar. Enfim, noventa minutos sem levarmos gol, mais uma conquista a comemorar na noite de Sábado. E nosso terceiro gol foi uma obra de arte. De Vitor Junior para Cidinho; de Cidinho para Andrezinho; Andrezinho, de calcanhar, para Renato; Renato, para Elkeson; no alto, de esquerda, para o fundo das redes! Disparadamente, o gol mais bonito da rodada! Infelizmente, Elkeson ‘garoteou’ ao tirar a camisa para comemorar, levando o cartão amarelo. E, felizmente, ao ser substituído, saudou a torcida e declarou que ‘só quer ser feliz’ no Botafogo! Essa é a tônica, Elkeson! Gás em campo, apoio da torcida e felicidade tua, do clube e da torcida! Como em festa de aniversário, o Bahia só aguardava o ‘parabéns’ do apito final para ‘sair de fininho’.

            Hoje vamos a campo contra os ‘queridinhos da CBF’! Ano passado detonamos os gambás em São Paulo e temos totais condições de repetir a dose. Apesar dos polêmicos informes que surgem sobre a ‘compra do título’, o Corinthians jogou bola durante todo o torneio para sagrar-se campeão. E daqui a pouco nosso Botafogo pode e deve jogar com dedicação e vontade de vencer para buscar o Tri este ano e conquistar as Américas em 2013. Afinal, de 13 nós entendemos e gostamos!

*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985

domingo, 1 de julho de 2012

Quem convida dá banquete?*


            Em mais um Domingo de Campeonato Brasileiro, era dia de separar a camisa preta e branca, o cartão de sócio-torcedor e caminhar meus quinze minutos em direção ao Engenhão. Chegando ao estádio, evidenciava uma gigantesca contradição: enquanto funcionários checavam rigorosamente a documentação que fornece direito à meia-entrada, em frente à própria bilheteria alguns torcedores vendiam “por menor preço e sem fila” os ingressos que a diretoria do Botafogo repassara. Não sou contrário às torcidas organizadas; pelo contrário, acredito que as mesmas possuem papel fundamental para impulsionar os cantos, as palmas e o ritmo da torcida nas arquibancadas. Entretanto, por que essa permissividade em relação aos ingressos doados às organizadas e a rigorosidade com a documentação da meia-entrada dos ‘torcedores comuns’? As organizadas querem ingresso gratuito? Tudo bem, mas que coloquem os ingressos nominais e apresentem a documentação para ingressar e torcer como todos os demais!

            Além das ações de marketing que entretêm a torcida, vale destacar e enaltecer a faixa levada a campo pelo Botafogo de Futebol em Regatas em apoio aos médicos federais contra a medida provisória 568/12, que gera prejuízo aos trabalhadores que merecem melhores condições salariais e de trabalho. Enquanto fora de campo o clube manda bem em diversas ações, no gramado a equipe tem oscilado e irritado, gerando ruídos problemáticos que vou comentar adiante. Após partir para cima da Ponte Preta, criando oportunidades de gol, o time vacilou e levou mais um gol de contra-ataque segundos depois de Márcio Azevedo não conseguir completar um balão sobre o adversário pela esquerda. O pênalti sofrido por nosso lateral esquerdo e bem cobrado por Andrezinho – que tem se destacado positivamente – estimulou a esperança da torcida pela manutenção do título de time da virada neste Campeonato. Todavia, veio o segundo tempo e em nova jogada de velocidade Ricardinho nos deu um banho de água fria, desempatando a favor da macaca aos oito minutos e garantindo o que seria o placar final do jogo. Ora, Botafogo, é realmente necessário em casa oferecer ao adversário o apetitoso banquete dos 3 pontos na corrida rumo ao título nacional?

            Sem muito a comentar sobre mais esta bobeada, quero dessa vez dialogar acerca dos tópicos da entrevista coletiva concedida por Oswaldo de Oliveira. Ele reclamou da torcida? SIM! Citou as torcidas do Náutico, do Coritiba, do Inter, que encheram seus estádios e apoiaram mesmo nos momentos adversos!? SIM! Temos muitos corneteiros, que usam mais a voz pra vaiar ou xingar que entoar cantos de apoio!? SIM! Agora, quer reclamar da falta de público!? Então, professor, DEFENDA O INGRESSO A R$10,00 EM VEZ DOS ATUAIS R$50,00!!!

Os demais torcedores citados apoiavam porque, mesmo com seus times perdendo, os jogadores se dedicavam em campo para mudar o placar! Diferentemente de vários dos nossos, que ganham dezenas ou centenas de milhares de reais por mês e ficam andando em campo enquanto curtem noitadas por aí... Muitos na arquibancada trabalham 40 horas por semana para poder bancar o ingresso e ir ao jogo torcer! Depois da derrota por 4 x 1 para o Fluminense, vários foram ao segundo jogo da final e aplaudiram o time! Em vários jogos, a torcida está apoiando e os jogadores não dão a mínima ao final, seja para agradecer, aplaudir ou sequer acenar! Alguns ainda querem fazer gracinhas, como questionar a torcida, não é, Sr. Elkeson!? Por que Oswaldo não enaltece a presença e a cantoria de vários lá o tempo inteiro, como a incansável torcida Loucos Pelo Botafogo?

Como já citei em outros momentos, não ligo se o time perde, empata ou ganha! Vou ao estádio para ver o futebol e ver JOGADORES SE DEDICAREM!!! É o mínimo! E o treinador tem que treinar!!! O Botafogo não consegue jogar contra times que fecham a defesa!? Ora, que descoberta, Oswaldo! Agora: o que vocês podem fazer durante a SEMANA INTEIRA para preparar o time para jogar contra adversários desse estilo!? Não é possível simplesmente culpabilizar a torcida e/ou a intranquilidade e a insegurança do elenco, supostamente com limitações relacionadas ao trabalho psicológico!

Por que o Departamento de Futebol não trabalha como o Departamento de Marketing!? São questionamentos que não querem calar, após ficar chateado com o banquete ofertado à Ponte Preta e as declarações infelizes de um bom técnico como o Oswaldo de Oliveira. Enfim, com o adiamento do confronto contra os queridinhos da CBF, que serão o Vasco da Gama na Taça Libertadores na próxima quarta, temos tempo de sobra para treinar, apurar as arestas a fim de voltar a vencer contra o Bahia no próximo dia 7/7! É um Sábado para comparecermos em peso ao Engenhão, embalados pelo número cabalístico para todos nós alvinegros, que, com o acerto de Seedorf e a imprescindível chegada de outros reforços, faremos a contagem regressiva para o Tri!


*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985