Diferentemente da final da Taça Guanabara, dessa vez não estive presente no Maracanã. Com bem menos envolvimento de torcedor, mas com bastante emoção, fiquei pela Cobal do Humaitá para assistir à Final da Taça Rio. Certamente é muito mais interessante para a mídia e para patrocinadores a realização de mais dois jogos para a disputa do Campeonato Estadual do Rio de Janeiro. Como o Botafogo vem na seqüência de três vice-campeonatos estaduais, a situação poderia ser diferente esse ano. Além disso, desde 1998 um time não era campeão estadual vencendo os dois turnos, o que me deixou com ainda mais confiança, visto que o Fogão adora romper tabus.
Não sei se todos perceberam, mas hoje a escolha das imagens das câmeras televisivas praticamente boicotou as arquibancadas e a torcida! Será por que havia mais botafoguenses no estádio? Agora vai ter que engolir o Botafogo, capa de jornal e campeão! Outro problema que costuma perseguir o alvinegro em momentos decisivos dessa vez pouco influenciou, até mesmo porque o time não se entregou: a arbitragem marcou corretamente os pênaltis a favor; distribuiu com rigor necessário os cartões amarelos; e expulsou nosso guerreiro hermano depois de bravamente defender nossos interesses! Na minha avaliação, isso foi um erro, pois a motivação foi um pênalti mal marcado a favor da urubuzada.
Apesar de não ter estado lá, hoje a fachada da minha casa esteve assim.
O barrigudinho Joel confirmou sua fama de papa-títulos estaduais. Apesar de não me agradar seu estilo e opções de jogo, o papai Joel estimulou a equipe, que foi zilhões de vezes mais vibrante, raçuda e empolgante que os times – com elencos melhores – de 2007, 2008 e 2009. Pudemos observar isso em cada disputa de bola, em cada velocidade no ataque, em cada esticada de perna para impedir o gol do adversário, mas principalmente na gana e na vontade com que Herrera partiu para cima do juiz, situação que se tivesse ocorrido em 2007 quando Dodô fora expulso, poderia mudar os rumos da piada do chororô.
Jefferson ratificou o acerto de sua contratação para nosso elenco: fez importantes defesas e ensinou ao Bruno como se pega pênalti. A defesa, apesar de fraca, teve garra o tempo inteiro e evitou dois gols quase em cima da linha. Somália, que não conseguia dominar uma bola nos primeiros jogos, superou-se, tal como os anteriormente perseguidos Fahel e Alessandro. Ainda acho que Lucio Flávio é um bom reserva, mas sua saída forçada do time foi benéfica. O ATAQUE MERCOSUL foi outro grande acerto da temporada. Herrera, batendo mal; e El Loco, batendo com uma esplêndida categoria, detonaram o goleiro machista e fanfarrão Bruno! Pelo visto, teremos atacante na Copa do Mundo de 2010, enquanto o Império do Amor se afasta dessa possibilidade. Faltou experiência ao garoto Caio, que poderia nos brindar com uma elasticidade no placar, mas valeu o amuleto supersticioso pois o desempate veio com ele em campo. Apesar de não jogar seu melhor futebol, ele mereceu muito levantar a taça enquanto capitão do time: parabéns, Leandro Guerreiro!
Enquanto isso, a Gávea sofre derrotas em poucos dias, o que fará com que a crise estrutural do sistema flamenguista possa voltar com ainda maior intensidade, tal como a do sistema capitalista. Num jogo, são bi-vices (Taça Rio e Estadual) e já não ganham do Glorioso há quatro meses! Adriano treina e joga quando quer; Bruno ataca o gringo, que foi um dos destaques da campanha do título brasileiro. Petkovic tem dado shows fora do campo: primeiro detonou Ana Maria Braga ao defender a Sérvia na época do regime socialista em rede nacional no canal de televisão apoiador de ditaduras militares, do empresariado e da classe dominante (http://www.youtube.com/watch?v=UHHGZKMwSaI); depois, sem papas nas línguas, falou que o pior do Flamengo são seus dirigentes. Confesso que fiquei fã dele, diferentemente da presidente tucana Patrícia Amorim, que agora lidera o chororô rubro-negro por conta da Taça de Bolinhas. A intensidade da crise pode ser ainda maior se o time das terras de Hugo Chávez não perder por 2 x 0 e o Flamengo ser eliminado na primeira fase da Libertadores na próxima quarta.
Enfim, o Fogão matou dois coelhos com uma tacada, sendo campeão da Taça Rio e já garantindo o campeonato estadual. Nas semifinais dos turnos, despachou o Flamengo e o Fluminense; nas finais, o Vasco e o Flamengo freguês. Desde 2006, portanto, somos campeões de 3 das 5 Taças Guanabara; 3 das 5 Taças Rio; e 2 dos 5 Estaduais. Estivemos em 100% das finais do Rio em 2008, 2009 e 2010: uma significativa e marcante hegemonia nos últimos cinco anos. Nesse domingo 18 de abril, seguimos a estrada dos loucos; com a Estrela Solitária no peito guiando a raça dos jogadores, que mereceram entoar euforicamente: É CAMPEÃO! Agora, depois do repouso e de um jogo para entrega da faixa, é rearticular o time, contratar bons reforços e realizar uma boa pré-temporada para fazer bonito no Campeonato Brasileiro. Afinal, será a única competição do segundo semestre. Nós podemos comemorar e gozar os adversários, pois o Rio começa a semana alvinegro, com as cinzas do Botafogo.
Em General Severiano, hoje à noite, ONDE COMEÇOU A FESTA...
Ô, o meu vice amarelou...
O meu vice amarelou...
O meu vice amarelou...
Cadê o império do amor?
*Gabriel Marques, botafoguense desde 30/05/1985
Viva o Fogão!
ResponderExcluirSó alguns comentários pontuais:
1) Também achei que o Botafogo não iria arriscar ser tetra-vice do Flamengo, mesmo abrindo mão da renda de dois jogos finais e publicidade.
2) Sobre os pênaltis marcados para o Bota, fiquei impressionado com a expressão de medo do juiz ao marcar aquele primeiro, cometido pelo Angelim.
3) O Joel nunca teve muitas opções de jogo no Fogão, o time é muito limitado mesmo, ganhamos na raça e na maior disciplina que o Fla. Também não sou fã dele, mas para o que nós temos, tem sido ótimo! Espero que o Andrade não "caia" no Fla: Joel acabaria por lá e Cuca no Bota...
4) Os novos chorões do Rio são os flamenguistas: chorando pelo vice, pela eliminação da Libertadores (em breve), pela desestruturação do time e previsão ruim para o brasileiro, e pela taça de bolinhas...
Abração!
Adolpho