Em Rio das Ostras, já eram 17:30 de quarta-feira quando minha mãe me telefonou para avisar que eu precisaria estar às 14h do dia seguinte no Rio para escolha da escola onde lecionarei em breve em minha cidade natal. Infelizmente, não dava mais tempo de voltar a tempo de chegar ao Engenhão para mais um jogo do Glorioso e tive que rumar para a Rua do Shopping, onde pelo menos degustei uma suculenta porção de filet mignon com fritas. Queria muito me somar aos quase 20.000 torcedores presentes no Engenhão, principalmente numa semana em que a agora mais vibrante torcida alvinegra marcou presença inclusive nos treinos da equipe. Era a trigésima terceira rodada e um rubro-negro – dessa vez goiano – pelo caminho, com seu destino ainda incerto em relação à permanência na Série A ou a queda para a Série B.
Apesar de todas as limitações, os desfalques dos laterais Alessandro e Marcelo Cordeiro certamente atrapalharam, até mesmo porque ambos possuem bastante raça nas disputas de jogadas. O Papai Joel conseguiu readaptar o esquema com o polivalente Somália e o xodó Caio pelas alas. Além de mais esses dois desfalques, a escalação do trio de arbitragem tinha como protagonista Heber Roberto Lopes, o árbitro com uma pista de pouso de aeroporto de mosquito, que já tentara atrapalhar o brilho da Estrela Solitária. E, aos 15 min do primeiro tempo, o atacante uruguaio tocou a bola, antecipando-se ao zagueiro adversário, que o derrubou. Todos esperando o apito... E nada. Pênalti claro e claramente ignorado pelo árbitro. Num primeiro tempo em que apenas o Atlético-GO finalizara a gol em algumas oportunidades, todas sem trabalho para o paredão Jefferson, eis que o apoio maternal se fez presente. Jobson driblou, tocou para Marcelo Mattos, que cruzou na medida para o xodó enfim balançar as redes no Campeonato Brasileiro, em cabeceio estiloso, dedicando o gol para sua mãe, presente no Engenhão e com quem se reencontrara na rodada anterior após quatro anos. Um gol importantíssimo que mudou os rumos do jogo antes da descida para o vestiário e jogou a urucubaca que acompanhava Caio para longe! E vale destacar a atuação brilhante de Marcelo Mattos. Além do passe açucarado para o xodó, o cara desarmou, deu ótimos passes, marcou... Peça fundamental deste tabuleiro alvinegro!
No intervalo, o fantasma das contusões forçou a substituição de nosso grande zagueiro Marcio Rosário, entrando Danny Morais em seu lugar. Logo aos 3 minutos da segunda etapa, Somália cruza, Fahel cabeceia de maneira atabalhoada, a zaga do Dragão realiza um momento Trapalhões e a bola sobra para Somália novamente, que, num toque, deixou Jobson livre para mandar uma bomba de esquerda para os fundos da rede e aumentar a vantagem! Outro que fez as pazes com o gol... Quinze minutos depois, momento crucial para novas pazes: Caio cobra lateral rapidamente e Lucio Flávio, após ser continuamente puxado pela camisa, deu um mergulho nota dez dentro da área. Dessa vez não houve cegueira ou desprezo por parte do árbitro. É pênalti para o Fogão, em cima do Maestro, que vem jogando abaixo das expectativas, mas que merece todo o apoio da torcida. Sem cavadinha, no meio do gol, El Loco anotou seu nono gol na competição. 3 x 0 para o Botafogo! Aos 31 minutos, Lucio Flavio deu lugar a Edno e... A torcida ovacionou o capitão: importante papel cumprido pelos torcedores numa conjuntura em que o apoio ao time é fundamental. Ainda houve tempo para Caio levar um soco do adversário mas não haver uma punição rigorosa e de eu quase acertar o placar que sugeri num Bolão no twitter: 4 x 0. Mas... o gol do zagueiro artilheiro Antonio Carlos – que voltara ao time em ótimas condições depois de um período no Departamento Médico – foi anulado. E, num certeiro cruzamento de Jobson, El Loco cabeceou com estilo, mas desviou no zagueiro antes de ir à linha de fundo. Com três gols de vantagem e secando o Fluminense no jogo contra o Internacional, houve tempo apenas para certos fantasmas darem a cara – o da contusão e o do cochilo alvinegro! Aos 40 minutos, Somália saiu machucado para a entrada de Renato Cajá. Três minutos antes, Juninho diminuiu o placar após driblar Leandro Guerreiro e seu chute desviar em Danny Morais, enganando Jefferson. Aos 47 minutos, com o meio-campo totalmente voltado para o ataque, Robston entrou sozinho pelo meio para chutar com força e fazer o segundo gol dos goianos. Havia quatro partidas que o Botafogo não sofria gols...
Enfim, a vitória foi confirmada. Terceira consecutiva e onze jogos de invencibilidade. Cinqüenta e quatro pontos. Com os resultados da rodada, a quatro pontos do líder Fluminense, faltando quinze pontos para disputar. É fundamental que a sequência de vitórias prossiga, pois estamos três vitórias atrás do líder e esse é o primeiro critério de desempate. Enquanto isso, é bom deixarmos nosso recado para a mídia: continuem menosprezando o Botafogo! Preferimos assim, pois o bicampeonato será ainda melhor vindo no estilo da criança comendo mingau ou do botafoguense Zeca Pagodinho: pelas beiradas e bem devagarzinho. Agora que a possibilidade de título é iminente, – projeção que eu já aponto desde a 12ª rodada aqui no blog – colocam o Fogão nas manchetes para vender jornais. Nossa Estrela Solitária tem luz própria e só precisa ser exaltada pela própria torcida! A Arrancada Final continua e os três primeiros já enxergam a totalidade de nosso rastro pelo retrovisor!
*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985
Aos poucos estamos chegando e acredito q essas duas próximas rodadas vai ser boa pra gente.
ResponderExcluirÉ e nós botafoguenses seguimos a maré de sorte da nossa estrela solitária e vamos "comendo pelas beiradas"...
ResponderExcluirFala rapaz! Eu prefiro ser confundido com o esse jogadorzinho do seu time do que ser confundido com o deputado federal eleito agora que se chama Marcelo Matos também. E esse é idêntico a mim, com um "T" só. É foda ne?
ResponderExcluirEnfefe acho que vou sim.
Abração!