sábado, 13 de novembro de 2010

Pé no freio?*

            A empolgação está grande nesse ano com o desempenho do Fogão no Campeonato Brasileiro. Não só pelas reflexões apresentadas após os jogos, mas também pela vontade de viajar para outras cidades e torcer nos jogos fora de casa. Todavia, não foi possível visitar a bela capital catarinense para o jogo na Ressacada contra a equipe cujo maior conhecido é o torcedor e ex-tenista Gustavo Kuerten, o “Guga”.

            Depois de três boas vitórias e da chama do título receber um grande estímulo, vimos grande parte da mídia, que até então menosprezava o Botafogo em suas matérias, alardear a ascensão alvinegra. Não gostei nada disso. Essa situação influencia psicologicamente, e, somada aos inúmeros desfalques de importantes jogadores, que determinam física e tecnicamente, contribuíram para a apatia do time e para o frustrante retorno da sina do empate.

            Apesar das investidas do Leão, seus ataques não foram dos melhores. Quando a oportunidade de gol era mais iminente, tínhamos o grande goleiro e destaque alvinegro no ano de 2010 – Jefferson! Nosso ataque diminuiu o ímpeto de gols. Quando se aproxima do gol adversário, passes cruciais são errados ou chutes atabalhoados vão para fora ou para as mãos do goleiro. O meio-campo não tem criado e na maioria das vezes quem tem tentado armar a ligação entre a defesa e o ataque é Leandro Guerreiro, que cumpre a função de zagueiro! Para complicar ainda mais, nesse jogo o zagueiro artilheiro Antonio Carlos e o invicto e excelente jogador Marcelo Mattos receberam o terceiro cartão amarelo.

            Enfim, quando foi o momento de enfiarmos o pé no acelerador, o elenco Glorioso confundiu o pedal, freando a ascensão e retomando o espírito Robin Hood, que não nos visitava há um tempinho. Mais um empate em 0 x 0 num jogo de baixa qualidade técnica. A situação mais inusitada ficou por conta do destempero e do desequilíbrio emocionais de Jobson, envolvido em mais uma polêmica. Após ser provocado pelos torcedores do Avaí – que devem caber num fusquinha – realizou gestos obscenos e ficamos no aguardo do que virá. É um jogador importantíssimo para o elenco, mas ainda deveras imaturo, imprudente e inexperiente em diversas ocasiões.

            Com o pé no freio, o sonho do bicampeonato brasileiro fica mais longínquo, embora ainda haja esperança. E se quisermos retornar à disputa da Taça Libertadores após 15 anos, é preciso engatar a marcha, acelerar para vencer e deixar a concorrência para longe da aparição em nosso retrovisor. Essa deve ser a tônica de nossa Arrancada Final!


*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985

Um comentário:

  1. Muito bom o seu post como sempre.

    Temos dois jogos em casa agora e temos que vencer de qualquer jeito para permanecer dentro da Libertadores.

    Temos que secar os outros times também e sem esquecer da Sulamericana, né.

    Eu queria muito o Botafogo na Libertadores de 2011 pq ia ser um Botafogo forte e causando inveja para a mídia.

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