Ainda em ritmo de Carnaval, o clássico vovô de ontem dificilmente conseguiria a proeza de desbancar a notícia da semana, certamente uma das maiores piadas do mundo do futebol: o gol que o atacante flamenguista Deivid salvou ao atuar como emblemático zagueiro cruzmaltino.
Com o anseio de que assistiria a um bonito confronto entre meu Glorioso e o time das Laranjeiras, cujas campanhas ascendiam após tropeços contra os times de menor expressão, fiz meu aquecimento como torcedor bebendo uma garrafinha de Guaraviton enquanto observava a imensa fila da torcida alvinegra para comprar o ingresso em cima da hora – com a quantidade insuficiente de trabalhadores nas bilheterias somada à burocracia para anotar a documentação da meia entrada, a fila se potencializa.
Em um jogo truncado, Botafogo e Fluminense se equilibravam com ligeira vantagem de organização para o Fogão, tal como suas campanhas nos primeiros sete jogos da Taça Guanabara. Com poucos lances de impacto no primeiro tempo, foi coerente o placar passar em branco. Nada de gols assim como nada de água no banheiro masculino para a rapaziada garantir o mínimo de higiene no intervalo...
Ingressando no segundo tempo de maneira sonolenta, a Estrela Solitária só começou a acordar após a parada técnica. Pontos positivos a jogada ensaiada após falta sofrida por Lucas Zen e o contra-ataque bem trabalhado que resultou no gol de Elkeson após providencial arrancada de Herrera e lançamento de Antonio Carlos. Entretanto, provamos do próprio veneno cinco minutos depois. O Botafogo precisa aprender a jamais trabalhar com a linha de impedimento: ou o bandeirinha se equivoca ou a zaga fica na linha burra! No caso de ontem, a segunda opção permitiu que Leandro Euzébio empatasse a partida e levasse a decisão para a disputa de pênaltis.
Após boa atuação, Jefferson animava a torcida, que entoava sua confiança no melhor goleiro do Brasil. Misturando apreensão e euforia, a torcida não sabia se cantava, rezava ou fechava os olhos. E a confiança em enfrentar o Vasco aumentou assim que Jefferson defendeu a cobrança de Jean. Bastava aos cobradores alvinegros converter suas penalidades. Pois é, bastava... Foi neste bastava que o filme da semifinal da Taça Guanabara do ano passado se repetiu. Lucas desperdiçou sua cobrança, garantindo o empate tricolor. E o uruguaio Loco Abreu mais uma vez cobrou pênalti de maneira displicente na quinta cobrança do Botafogo, garantindo a classificação tricolor para a final. Após as cavadinhas na Taça Rio em 2010 e na Copa do Mundo pelo Uruguai, El Loco não precisava cobrar pênaltis na vida nunca mais. E, a meu ver, esta tem que ser a tônica para os próximos jogos. Temos excelentes cobradores e o atacante carismático pode cumprir outras funções como a de capitão e referência na área. Por favor, chega de cobranças de pênaltis para El Loco, mesmo com ele apontando que tem colhões.
Oswaldo de Oliveira está correto ao solicitar reforços à diretoria pois teremos competições de maior porte a disputar. Maicosuel, apesar de não estar numa grande fase, fez falta no jogo de ontem; e vimos que Herrera é uma ótima opção para o banco. A zaga deixou Fred cabecear sozinho em vários lances e o ataque só conseguiu fazer um gol nessa fraquíssima zaga tricolor! Marcelo Mattos não estava bem no jogo e ao meio-campo como um todo faltava criatividade.
Enfim, bacana a esmagadora maioria da torcida aplaudir o time mesmo com a eliminação! É sinal de que podemos construir uma saudável relação entre torcida e elenco, que permita alçadas maiores ao nosso Glorioso! Jobshow voltará em breve com suas traquinagens EM CAMPO e o Fogão terá um tempinho para recarregar suas energias para a Taça Rio e para a Copa do Brasil. Como há sempre algo positivo, a ausência do Botafogo na final permitirá que domingo os botafoguenses possamos desfrutar a praia, curtir os últimos blocos e aguardar quem nos enfrentará na decisão do Estadual!
*Gabriel Marques - @grdmarques
Texto escrito para a coluna "Paixão Além do Trivial", do BLOG ALVINGRO
Botafoguense desde 30/05/1985
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