12/10/2012: Pelada da Esquerda FC 2 x 0 Autônomos FC - Jogo de volta da I Recopa Alternativa
Após
a incursão na Argentina em janeiro, os cartolas
do Pelada da Esquerda FC tiveram a genial ideia de realizar um confronto entre o campeão da I Copa América
Alternativa e o campeão de La Liguita, aproveitando que ambos são brasileiros
e não desistem nunca.
Com a ideia
materializada, no dia 19 de maio,
partimos para São Paulo com apenas 9 jogadores, precisando buscar na Lapa
paulistana peladeiros dispostos a completar nosso time. Sem um prévio
reconhecimento do gramado, tampouco sem encontrá-lo no campo de várzea, o
Pelada da Esquerda até começou bem, mantendo o placar zerado. Até que os
adversários descobriram a mina de ouro:
nosso revezamento de goleiros passou a
ficar tão rápido quanto o 4 x 100 jamaicano no que diz respeito à busca das
bolas nos fundos da rede... Um autônomo
cedido no segundo tempo até colaborou para garantirmos um de honra e
Bruninho até hoje aguarda sua camisa do Inacreditável FC pelo lance que
resultaria em nosso segundo gol. Enfim, o
placar de 8 x 1 só foi exacerbado devido às limitadíssimas condições objetivas.
O placar moral seria 4 x 2...
Embalados por
jogar em território fluminense – no campo do campus Gragoatá da UFF, um campo público, gratuito e de qualidade –
e pelas festividades de Dia das Crianças, no jogo de volta de 12 de outubro contamos com 17
peladeiros, com imensa dificuldade de concentração para organizar o elenco
previamente e evitar as discussões que vieram a posteriori. Infelizmente, as brincadeiras e desatenções típicas do
Ensino Fundamental não permitiram concretizar certos objetivos. De nossa
trincheira, dois foram cedidos para completar o time adversário, que veio para
a disputa com apenas 9 jogadores. Num campo gramado, os paulistas tiveram
dificuldades de se adaptar, mesmo com a garoa, que não fora convidada, chegando
de penetra durante todo o feriadão no Rio. Apesar de momentos de chororô
devido à inexperiência de nossa arbitragem – que deveria já ter expulsado uns
cinco deles – o Autônomos desenvolveu um bom jogo e aliviou a pressão feita
pelos consecutivas investidas do Pelada da Esquerda. Após a primeira etapa sem
gols, os 35 minutos finais foram
suficientes para garantirmos nossa primeira vitória no tempo regulamentar
(Na Argentina, vencemos uma por W x O e outra nos pênaltis)!
O placar de 2
x 0 não foi suficiente para revertermos o placar real do jogo de ida. Se
levarmos em consideração o placar moral, o Pelada da Esquerda FC foi campeão da
Recopa devido aos “gols marcados” na casa do adversário. Enfim, que caminhemos em busca de espaços públicos
para consolidar o nome e a equipe no cenário futebolístico da esquerda no Rio
de Janeiro! E os preparativos já começaram rumo à II Copa América
Alternativa, de 14 a 17 de fevereiro de 2013, no Parque Gualeguaychu, próximo a
Buenos Aires. Mais informações sobre o evento: http://csdyclacuchimarra.wix.com/csdyclacuchimarra#!home/mainPage
Eis
os comentários e notas de cada um de nossos jogadores no dia 12 de outubro:
Claudio (C1): apesar do longo período de inatividade, relembrou os
tempos de Bonsucesso. Nosso arqueiro-xeroqueiro protagonizou alguns lances de Trapalhões, tropeçando na área, mas
distribuiu bem as bolas nas saídas, não foi vazado, evitou um gol adversário
cara a cara e contou com a trave amiga. Nome forte para ser nosso Capitão de Abril. Nota 8,0.
Caio: novato, integrou-se bem ao elenco em virtude de sua relação
quase familiar com certo integrante. No auge da vitalidade de seus 19 anos,
correu o campo todo para defender e apoiar e prendeu em demasia a bola em
diversos momentos. Faltaram cruzamentos a la Cafu.
Nota 6,5.
Brunão: não pôde desenvolver tanto suas habituais categoria e visão
de jogo a fim de colaborar com o sistema defensivo. Orientou os companheiros em
campo, fez bons passes e levou
escorregão grotesco no início da partida. Enquanto perdeu pontos por sua
postura pós-moderna de levantar o punho direito na foto e acusar a organização
de burocrática, manteve a pontuação por já garantir as passagens para a II Copa
América, na Argentina. Nota 6,5.
Marcelão Dominguez (MD-24): nosso Rafael Nadal da zaga. Estava presente em
todas para tentar dominar, tentar passar, tentar lançar, mas no fundo, no
fundo, conseguir livrar a bola das chances do adversário atacar. Cobrou com
categoria a penalidade que resultou no primeiro gol da partida e sua atitude
falastrona irritou contundentemente o garçom do jogo. Nota 7,5.
Gustavo: sua típica cabeleira não permitiu que a chuva fina
esfriasse a cabeça. Precisou de momentos de reflexão segurando a bandeira para
acalmar-se. Importantíssima contribuição na ala esquerda, defendendo e
apoiando. Só não foi melhor devido à insistência do time em romper com certos
princípios e priorizar o setor direito, menosprezando a liberdade da esquerda. Nota 6,5.
Thiago: trouxe o toque e a velocidade dos quais a cabeça de área
necessitava. Encontrou sua posição. Afinal, não pode jogar no ataque devido à
protuberância de seu abdômen estar sempre em impedimento. Nota 6,5.
Rodrigo Mourelle: cedeu uma bola oficial para a partida.
Contribuindo em outra posição, não desencadeou seus bons passes para a
transição entre a defesa e o ataque. Nota
6,0.
Christiano: beneficiou a equipe adversária num erro infantil como
bandeirinha no primeiro tempo! Revezando com Rodrigo, saiu-se melhor protegendo
a zaga do que na Argentina como zagueiro. Nota
6,0
Bruninho: arriscou jogadas pela ponta e deu bons passes. Falta
garantir o preparo físico para acompanhar mais minutos e chegar com velocidade.
Como árbitro, foi totalmente imparcial e cobrou o respeito aos jogadores. Nota 6,0.
Felipe Demier: além de novato
no elenco, chegou com toda a pinta de segunda
divisão querendo virar a mesa. Perdeu três oportunidades de gol e sua nota
foi salva pelo tapetão ao retornar no
segundo tempo e sofrer a penalidade que resultou em nosso primeiro gol na
partida. Nota 5,0.
Cadu Marconi: nosso combatente centroavante ainda vai nos brindar
com seu faro de gol apurado, mas não
foi dessa vez. Boa movimentação do meio para a frente. Nota 6,5.
Gabriel Marques (GM-7): fora de campo, assumiu a função de Secretário
Geral. Em campo, incorporou Clarence
Seedorf nas conversas com cada jogador. No segundo tempo, um chute no ângulo
defendido pelo goleiro na primeira finalização. Na segunda, não teve jeito e
materializou a marca do artilheiro, encobrindo o arqueiro paulista. Nota 9,5.
Diego: foi temporariamente emprestado ao adversário e ficou os 70
minutos por lá. Não cumpriu sua função de infiltrar-se para facilitar a vida do
Pelada da Esquerda FC na busca pelos sete a zero. Todavia, mostrou que pode
contribuir em nosso sistema defensivo em outras oportunidades. Nota 4,0.
Pedro: em virtude de já ter jogado pelo Autônomos FC e de sua
amizade com a paulistada, foi cedido para os dois tempos. Depois da fracassada
experiência como atacante, encontrou sua posição como lateral direito. Nota 4,0.
Maurício Mileo (MM-9): após momentos perdidos em campo visando à
contribuição em diversas posições de carência do time, simplesmente calou a
boca dos críticos ao encarnar o
Pantera Donizete, roubando a bola no meio e fornecendo assistência no
contra-ataque que garantiu o segundo gol. Nota
7,0.
Aloísio: novato mais
compreensivo, contribuiu na bandeira na primeira etapa. Bom fôlego para
acompanhar as jogadas de ataque, faltou voltar um pouco mais para ajudar na
distribuição de bola. Um bom chute de esquerda defendido pelo goleiro paulista.
Nota 6,5.
Bruno G. (BG-69): como árbitro, velocidade da reação diametralmente oposta
à de Flash ao acompanhar as marcações dos auxiliares. Postura centrada de nosso
presidente ao se oferecer para a tarefa e cumpri-la bem. Na etapa final,
contribuiu como zagueiro, entendendo a tônica de chuta pro mato que é campeonato e agüentou quase todo o período. Nota 8,0.
Carlos Felipão Leal: com um preparo físico cada vez mais despreparado e a vestimenta adequada, ganhou a vaga de técnico. Sua insistência pelas duas linhas de quatro necessita de treinos. Só falta a prancheta! Nota 7,5.
Carlos Felipão Leal: com um preparo físico cada vez mais despreparado e a vestimenta adequada, ganhou a vaga de técnico. Sua insistência pelas duas linhas de quatro necessita de treinos. Só falta a prancheta! Nota 7,5.
*Karl Leirbag, jornalista alemão, que analisou o jogo com
dificuldades de concentração por conta de desfrutar o que Niterói nos oferece de melhor: a vista
para a Cidade Maravilhosa.
Obs. 1: vale registrar os agradecimentos ao Professor Waldyr Lins, diretor do Instituto de Educação Física da UFF, por autorizar a realização do jogo no referido campo.
Obs. 2: há nova palavra de ordem para a equipe:
"Hoje é dia de Festa
A Esquerda vai jogar
No campo, na quadra ou nas ruas
Nosso lema é transformar
Se você também é de Luta
Pode vir, pode chegar
Mas que beleza!
Que beleza...
Eu sou de Esquerda
e a Pelada eu Vou Jogar
Olá lá Olê lê
A Esquerda vem aí
E a direita vai tremer
Olá lá Olê lê
A Esquerda vem aí
E a direita vai tremer!"
Vejam - se aguentarem - os dois tempos da partida. Certamente a dificuldade é saber o que foi pior: o jogo ou a narração/comentários de causar inveja a Galvão Bueno e equipe da Rede Glóóóbo.