quarta-feira, 17 de outubro de 2012

I Recopa Alternativa*

12/10/2012: Pelada da Esquerda FC 2 x 0 Autônomos FC - Jogo de volta da I Recopa Alternativa


            Após a incursão na Argentina em janeiro, os cartolas do Pelada da Esquerda FC tiveram a genial ideia de realizar um confronto entre o campeão da I Copa América Alternativa e o campeão de La Liguita, aproveitando que ambos são brasileiros e não desistem nunca.

Com a ideia materializada, no dia 19 de maio, partimos para São Paulo com apenas 9 jogadores, precisando buscar na Lapa paulistana peladeiros dispostos a completar nosso time. Sem um prévio reconhecimento do gramado, tampouco sem encontrá-lo no campo de várzea, o Pelada da Esquerda até começou bem, mantendo o placar zerado. Até que os adversários descobriram a mina de ouro: nosso revezamento de goleiros passou a ficar tão rápido quanto o 4 x 100 jamaicano no que diz respeito à busca das bolas nos fundos da rede... Um autônomo cedido no segundo tempo até colaborou para garantirmos um de honra e Bruninho até hoje aguarda sua camisa do Inacreditável FC pelo lance que resultaria em nosso segundo gol. Enfim, o placar de 8 x 1 só foi exacerbado devido às limitadíssimas condições objetivas. O placar moral seria 4 x 2...

Embalados por jogar em território fluminense – no campo do campus Gragoatá da UFF, um campo público, gratuito e de qualidade – e pelas festividades de Dia das Crianças, no jogo de volta de 12 de outubro contamos com 17 peladeiros, com imensa dificuldade de concentração para organizar o elenco previamente e evitar as discussões que vieram a posteriori. Infelizmente, as brincadeiras e desatenções típicas do Ensino Fundamental não permitiram concretizar certos objetivos. De nossa trincheira, dois foram cedidos para completar o time adversário, que veio para a disputa com apenas 9 jogadores. Num campo gramado, os paulistas tiveram dificuldades de se adaptar, mesmo com a garoa, que não fora convidada, chegando de penetra durante todo o feriadão no Rio. Apesar de momentos de chororô devido à inexperiência de nossa arbitragem – que deveria já ter expulsado uns cinco deles – o Autônomos desenvolveu um bom jogo e aliviou a pressão feita pelos consecutivas investidas do Pelada da Esquerda. Após a primeira etapa sem gols, os 35 minutos finais foram suficientes para garantirmos nossa primeira vitória no tempo regulamentar (Na Argentina, vencemos uma por W x O e outra nos pênaltis)!

O placar de 2 x 0 não foi suficiente para revertermos o placar real do jogo de ida. Se levarmos em consideração o placar moral, o Pelada da Esquerda FC foi campeão da Recopa devido aos “gols marcados” na casa do adversário. Enfim, que caminhemos em busca de espaços públicos para consolidar o nome e a equipe no cenário futebolístico da esquerda no Rio de Janeiro! E os preparativos já começaram rumo à II Copa América Alternativa, de 14 a 17 de fevereiro de 2013, no Parque Gualeguaychu, próximo a Buenos Aires. Mais informações sobre o evento: http://csdyclacuchimarra.wix.com/csdyclacuchimarra#!home/mainPage

            Eis os comentários e notas de cada um de nossos jogadores no dia 12 de outubro:

Claudio (C1): apesar do longo período de inatividade, relembrou os tempos de Bonsucesso. Nosso arqueiro-xeroqueiro protagonizou alguns lances de Trapalhões, tropeçando na área, mas distribuiu bem as bolas nas saídas, não foi vazado, evitou um gol adversário cara a cara e contou com a trave amiga. Nome forte para ser nosso Capitão de Abril. Nota 8,0.

Caio: novato, integrou-se bem ao elenco em virtude de sua relação quase familiar com certo integrante. No auge da vitalidade de seus 19 anos, correu o campo todo para defender e apoiar e prendeu em demasia a bola em diversos momentos. Faltaram cruzamentos a la Cafu. Nota 6,5.

Brunão: não pôde desenvolver tanto suas habituais categoria e visão de jogo a fim de colaborar com o sistema defensivo. Orientou os companheiros em campo, fez bons passes e  levou escorregão grotesco no início da partida. Enquanto perdeu pontos por sua postura pós-moderna de levantar o punho direito na foto e acusar a organização de burocrática, manteve a pontuação por já garantir as passagens para a II Copa América, na Argentina. Nota 6,5.

Marcelão Dominguez (MD-24): nosso Rafael Nadal da zaga. Estava presente em todas para tentar dominar, tentar passar, tentar lançar, mas no fundo, no fundo, conseguir livrar a bola das chances do adversário atacar. Cobrou com categoria a penalidade que resultou no primeiro gol da partida e sua atitude falastrona irritou contundentemente o garçom do jogo. Nota 7,5.

Gustavo: sua típica cabeleira não permitiu que a chuva fina esfriasse a cabeça. Precisou de momentos de reflexão segurando a bandeira para acalmar-se. Importantíssima contribuição na ala esquerda, defendendo e apoiando. Só não foi melhor devido à insistência do time em romper com certos princípios e priorizar o setor direito, menosprezando a liberdade da esquerda. Nota 6,5.

Thiago: trouxe o toque e a velocidade dos quais a cabeça de área necessitava. Encontrou sua posição. Afinal, não pode jogar no ataque devido à protuberância de seu abdômen estar sempre em impedimento. Nota 6,5.

Rodrigo Mourelle: cedeu uma bola oficial para a partida. Contribuindo em outra posição, não desencadeou seus bons passes para a transição entre a defesa e o ataque. Nota 6,0.

Christiano: beneficiou a equipe adversária num erro infantil como bandeirinha no primeiro tempo! Revezando com Rodrigo, saiu-se melhor protegendo a zaga do que na Argentina como zagueiro. Nota 6,0

Bruninho: arriscou jogadas pela ponta e deu bons passes. Falta garantir o preparo físico para acompanhar mais minutos e chegar com velocidade. Como árbitro, foi totalmente imparcial e cobrou o respeito aos jogadores. Nota 6,0.

Felipe Demier: além de novato no elenco, chegou com toda a pinta de segunda divisão querendo virar a mesa. Perdeu três oportunidades de gol e sua nota foi salva pelo tapetão ao retornar no segundo tempo e sofrer a penalidade que resultou em nosso primeiro gol na partida. Nota 5,0.

Cadu Marconi: nosso combatente centroavante ainda vai nos brindar com seu faro de gol apurado, mas não foi dessa vez. Boa movimentação do meio para a frente. Nota 6,5.

Gabriel Marques (GM-7): fora de campo, assumiu a função de Secretário Geral. Em campo, incorporou Clarence Seedorf nas conversas com cada jogador. No segundo tempo, um chute no ângulo defendido pelo goleiro na primeira finalização. Na segunda, não teve jeito e materializou a marca do artilheiro, encobrindo o arqueiro paulista. Nota 9,5.

Diego: foi temporariamente emprestado ao adversário e ficou os 70 minutos por lá. Não cumpriu sua função de infiltrar-se para facilitar a vida do Pelada da Esquerda FC na busca pelos sete a zero. Todavia, mostrou que pode contribuir em nosso sistema defensivo em outras oportunidades. Nota 4,0.

Pedro: em virtude de já ter jogado pelo Autônomos FC e de sua amizade com a paulistada, foi cedido para os dois tempos. Depois da fracassada experiência como atacante, encontrou sua posição como lateral direito. Nota 4,0.

Maurício Mileo (MM-9): após momentos perdidos em campo visando à contribuição em diversas posições de carência do time, simplesmente calou a boca dos críticos ao encarnar o Pantera Donizete, roubando a bola no meio e fornecendo assistência no contra-ataque que garantiu o segundo gol. Nota 7,0.

Aloísio: novato mais compreensivo, contribuiu na bandeira na primeira etapa. Bom fôlego para acompanhar as jogadas de ataque, faltou voltar um pouco mais para ajudar na distribuição de bola. Um bom chute de esquerda defendido pelo goleiro paulista. Nota 6,5.

Bruno G. (BG-69): como árbitro, velocidade da reação diametralmente oposta à de Flash ao acompanhar as marcações dos auxiliares. Postura centrada de nosso presidente ao se oferecer para a tarefa e cumpri-la bem. Na etapa final, contribuiu como zagueiro, entendendo a tônica de chuta pro mato que é campeonato e agüentou quase todo o período. Nota 8,0.

Carlos Felipão Leal: com um preparo físico cada vez mais despreparado e a vestimenta adequada, ganhou a vaga de técnico. Sua insistência pelas duas linhas de quatro necessita de treinos. Só falta a prancheta! Nota 7,5.


*Karl Leirbag, jornalista alemão, que analisou o jogo com dificuldades de concentração por conta de desfrutar o que Niterói nos oferece de melhor: a vista para a Cidade Maravilhosa.


Obs. 1: vale registrar os agradecimentos ao Professor Waldyr Lins, diretor do Instituto de Educação Física da UFF, por autorizar a realização do jogo no referido campo.

Obs. 2: há nova palavra de ordem para a equipe:


"Hoje é dia de Festa
A Esquerda vai jogar
No campo, na quadra ou nas ruas
Nosso lema é transformar
Se você também é de Luta
Pode vir, pode chegar
Mas que beleza!
Que beleza...
Eu sou de Esquerda
e a Pelada eu Vou Jogar
Olá lá Olê lê
A Esquerda vem aí
E a direita vai tremer
Olá lá Olê lê
A Esquerda vem aí
E a direita vai tremer!"

Vejam - se aguentarem - os dois tempos da partida. Certamente a dificuldade é saber o que foi pior: o jogo ou a narração/comentários de causar inveja a Galvão Bueno e equipe da Rede Glóóóbo.



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