Em mais um segundo domingo de
maio, comemoramos o dia daquelas que
durante nove meses nos carregaram em suas barrigas e só puderam desfazer os
laços fisicamente ao termos cortado o cordão umbilical. Emocionalmente, os
laços na maioria das vezes se fortalecem, ao amamentar, ao fazer carinho, ao
ouvir proferir mãe como a primeira
palavra, ao ver os primeiros passos e consequentemente as primeiras quedas, ao
ouvir o choro e chorar junto nos primeiros dias de escola... Enfim, elas nos
acompanham, se preocupam demasiadamente, brigam, vibram com as conquistas e até
torcem pela vitória de nossos times para não nos verem tristes. Sim, TODA MÃE É UMA ESTRELA! Apesar de
minhas avós e minha mãe serem tricolores, elas são minhas estrelas e ficariam
contentes por qualquer resultado no jogo de ontem.
O
dia 13 de maio também é marcado por
um acontecimento de 124 anos atrás,
quando, ainda monárquico, nosso país acompanhava a assinatura da Lei Áurea, demonstrando que há mais de
um século nossos governantes elaboram e assinam leis tentando ludibriar a
população. Mesmo farsante, é triste saber que foi o último país das Américas a
reconhecer por meio da legislação a liberdade dos negros e negras, conquistada
por meio de muita luta e resistência. Várias
famílias enriqueceram às custas da escravidão e continuam enriquecendo na
atualidade devido à propriedade privada dos meios de produção,
possibilitando inclusive que planos de saúde sustentem salários astronômicos de
um elenco para as disputas de torneios de futebol...
No
jogo de ontem, até que o Botafogo demonstrou valentia. Partiu para cima do
Fluminense. Loco Abreu perdeu gol e
Jefferson salvou logo no início do jogo após perda de bola de Elkeson no
meio-campo. O primeiro tempo foi bem movimentado, com o Glorioso arriscando
mais e buscando abrir o placar. Inteligentemente, o Fluminense se fechava,
acuado, mas gozando a vantagem dos três
gols obtida no primeiro jogo após o imbecilóide Lucas ser expulso – e não é que
o lateral conseguiu a façanha de expulsão
contra o Vitória pela Copa do Brasil, novamente prejudicando a equipe!? Brinner,
com seus chutões; Gabriel, sem comprometer; e Jadson fechando a retaguarda não
foram mal ao substituir Antônio Carlos, Lucas e Marcelo Mattos,
respectivamente. Por mim, Lucas tem que ser limado para a entrada imediata de
Gabriel, que, ganhando experiência, ainda demonstra a valorização da prata da casa! Márcio Azevedo tem sido
um leão nos últimos jogos: se a
técnica não é muito apurada, tem superado com a disposição e a vontade de
acertar; Renato começa a errar passes e isso é muito preocupante; Fellype Gabriel foi uma boa aquisição e
merece nossa confiança ao afirmar que trocaria tudo pelo título; Elkeson
vai de mal a pior; Maicosuel cisca, cisca, cisca, mas não rende o que
esperamos; e Loco Abreu afunda com a equipe abalada psicologicamente. Herrera,
Caio, Vitinho... Entraram, mas não puderam alterar o curso do jogo. E o Jobson? Será o novo Wally?
“FAÇA BONITO! Proteja nossas crianças e
adolescentes da violência sexual” foi o recado mostrado no intervalo do
jogo após um primeiro tempo sem redes balançadas. Importante iniciativa que
merece ser registrada! Enfim, no domingo frio, chuvoso e triste para a Estrela
Solitária, ainda fiquei por 10 minutos no Engenhão após o gol de Rafael Moura
para o tricolor, que mais uma vez teve a oportunidade de gritar É Campeão no nosso estádio. Mesmo
menosprezando a competição, tendo cinco derrotas, o Fluminense teve a
capacidade de ganhar quando necessário, nos momentos decisivos, sagrando-se
campeão. O efeito Fernandinha Maia parece não ter feito bem ao Glorioso,
infelizmente. Após vinte e três partidas sem perder em 2012, vieram três
derrotas seguidas, com eliminação da Copa do Brasil e vice-campeonato Estadual.
Foi uma semana para ser apagada de
nossas mentes e corações.
No sábado,
tive a felicidade de acompanhar o casamento
dos amigos Michelle e Egberto, que namoram desde nossos tempos de Colégio Pedro
II e possuem todas as condições de conservar a relação respeitosa e amorosa
durante longos anos. Qualquer relação pode oscilar entre ótimos e péssimos
momentos e entre conquistas e perdas, precisando de balanços e mudanças para
não se desfazer. E é assim que nós, torcedores, devemos nos sentir com o
Glorioso: ficamos tristes, abalados, revoltados com as recentes derrotas.
Portanto, mudanças são urgentes e
necessárias para que, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, a relação
permaneça forte, intensa e preparada para vivermos novas emoções já a
partir do próximo domingo, quando começa o Campeonato Brasileiro. A torcida não pode nem deve sucumbir e
merece uma diretoria e um elenco comprometidos com a História Gloriosa dessa
Estrela Solitária, um patrimônio mundial do futebol!
*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985
Autor do livro
“Botafogo, uma Paixão Além do Trivial”
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