sábado, 23 de junho de 2012

Participação em episódio + Promoção do MESA DE BOTECO

No último dia 19 de junho, foi ao ar o episódio 59 do programa MESA DE BOTECO, com a minha participação como convidado:

Confira: 
http://www.mesadebote.co/2012/06/19/mdb-episodio-59/

Além disso, está ocorrendo pelo facebook uma promoção e o vencedor ou a vencedora levará um exemplar do primeiro MEU LIVRO DO FOGÃO: "Botafogo, uma Paixão Além do Trivial".

Acesse e participe da promoção! Mas corra porque é até o dia 30 de junho!!!

"Quer ganhar um exemplar do Livro: "Botafogo: Uma Paixão Além do Trivial" de autoria do nosso convidado Gabriel Marques?
É simples!

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O comentário mais curtido, leva."




segunda-feira, 18 de junho de 2012

Barba, cabelo, bigode e mais uma virada*


Oscilando entre a empolgação pelas duas vitórias nas primeiras rodadas e a frustração pelas duas derrotas em seguida, a ansiedade pelo início do jogo contra o Internacional, no Beira-Rio, era evidente. “Como a equipe se portaria para enfrentar os colorados?” – indagava-me ao retornar de Rio das Ostras rumo ao lar, doce lar. No final de semana em que se completaram cinqüenta anos da conquista do Bi da Copa do Mundo, na qual metade da Seleção Brasileira era composta por jogadores que vestiam a camisa alvinegra, teria de haver inspiração para buscar a vitória. E a tarde de sábado haveria de trazer realmente bons fluidos. Ao chegar à barbearia aqui no Engenho de Dentro, além dos barbeiros alvinegros, duas crianças de aproximadamente cinco anos alegravam o ambiente ao responder “Botafogo” quando eram perguntadas para quem torciam. Ao passo que, equivocadamente, alguns dizem que nossa torcida não se renova, o Hino era entoado e meu cabelo cortado.

            O jogo começou e nosso Glorioso parecia atuar em casa, envolvendo os adversários com toques de bola rápidos e tentando construir jogadas ofensivas. Apesar do excesso de erros de passes – de ambas as equipes – e das tentativas sem perigo ao atacar, o Fogão realizava uma partida mediana. Quando o Internacional iniciou seu despertar, usou o lado direito para suas investidas por duas vezes. Na terceira, sofreu uma falta. Enquanto Guiñazu já lançava para a área alvinegra, os jogadores do Botafogo estavam de costas para a bola. A desatenção custou caro: com linha de passe dentro da área, Leandro Damião cabeceou e Dagoberto completou, também de cabeça, para o fundo do gol de Jefferson, que retornava após os amistosos da Seleção Brasileira. Para variar, nossa defesa foi vazada.

            No intervalo, já soltava os bichos: não é possível, em pleno século XXI, jogadores darem as costas para o adversário cobrar com rapidez uma falta! Não é possível que jogadores profissionais – que se dedicam única e exclusivamente ao Futebol – errem a quantidade de passes a curta e média distância que alguns vinham errando! Não é possível que a zaga oscile entre chutões para frente e recuos bizarros para o goleiro! Não é possível que o Botafogo use um esquema com um único atacante, que joga a maior parte do tempo pelas pontas e ainda volta para marcar!

            Após o intervalo, mais uma vez o Fogão voltou disposto a realizar uma melhor apresentação no segundo tempo. Impulsionado pelo motorzinho Vitor Junior, chances foram criadas. Além disso, sem dúvidas, Andrezinho fez o melhor tempo com a camisa do Botafogo. Após passe de Vitor Junior, concluiu de forma perfeita, de fora da área, para balançar as redes de seu ex-clube e anotar seu primeiro gol pelo Fogão! Depois disso, correu como um garoto, marcou, desarmou, driblou e ainda forneceu assistência ao cobrar escanteio certeiro na cabeça de Fellype Gabriel, que desviou e garantiu a virada em Porto Alegre. No momento do gol, berrava ao celular ouvindo a transmissão da rádio BandNews, que me telefonara para 30 segundos de comentários e perguntas sobre o jogo. Mesmo anunciado como “Gabriel Marcos”, de Jacarepaguá(!!??), valeu a participação ao vivo na rádio. Vale destacar a decisiva participação do árbitro Paulo César de Oliveira e de seu auxiliar atrás do gol do Internacional. Os muquiranas conversaram para – acertadamente – marcar a falta em cima de Vitor Junior em vez do pênalti. Entretanto, num lance posterior, ignoraram o pênalti cometido em cima do mesmo Vitor Junior quando a partida ainda estava empatada! Ao ser substituído, Vitor Junior foi cumprimentar o árbitro e cochichou algo: seria o agradecimento pelo pênalti não marcado?

            Enfim, por que o Botafogo não faz partidas inteiras semelhantes aos segundos tempos contra São Paulo, Coritiba, Náutico (até o segundo gol) e Internacional? A marcação passa a ser eficiente e o poder de reação demonstra que – apesar das diversas limitações – é possível vencermos qualquer adversário deste Campeonato jogando com atenção, doação e garra!

            No jogo de sábado, Jefferson só trabalhou para cobrar tiros de meta. Brinner e Fábio Ferreira conseguiram mais desarmes do que vacilos e o único ataque do Internacional foi o lance do gol. John Lennon foi uma grata surpresa, improvisado do lado esquerdo, enquanto Lucas teve atuação regular. Lucas Zen substituiu Jadson e foi bem, enquanto Renato tem, infelizmente, caído muito de produção, não marcando como pode e errando passes bobos. O trio formado por Andrezinho, Fellype Gabriel e Vitor Junior foi o destaque da equipe e Oswaldo de Oliveira teve coerência ao mandar para o banco Maicosuel e Elkeson. Herrera é sempre dedicado, mas o esquema tático não favorece muito seu futebol.

            Além de deixar um abraço para a rapaziada do “Mesa de Boteco”, podcast que participei neste Domingo e que fará uma promoção no facebook para premiar o(a) vencedor(a) com um exemplar do livro “Botafogo, uma Paixão Além do Trivial”, é importante alguém avisar ao elenco do Botafogo que todos os demais dezenove times são grandes e ricos! Quem sabe assim o espírito Robin Hood desaparece? E bacana lembrar que terminamos o sábado na quinta colocação e, no domingo, sem jogar, voltamos ao G-4 com a derrota do Grêmio para o Náutico.

Se este Sábado foi dia de barba, cabelo, bigode na barbearia e mais uma virada do Fogão no Beira-Rio, Domingo que vem é dia e 18:30 é o horário para apoiar o Fogão no Engenhão em busca de mais uma vitória e do Tri, dessa vez contra a macaca!

*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Responsabilidade e inteligência para acabar com os baques!*

Após acompanhar um grupo de estudantes do Colégio Municipal Botafogo, de Macaé, durante a tarde de domingo no Grand Slam de Judô, pude matar saudades do Complexo Caio Martins, onde acompanhei várias vitórias e algumas frustrações por parte do meu Fogão. Vale o espaço para ressaltar a necessidade e a importância da manutenção do referido Complexo como um espaço desportivo, de lazer, de cultura, mostrando minha contrariedade, portanto, a quaisquer propostas de venda do espaço para o setor imobiliário! Quando o despertador tocou às 18:10, era hora de despedir-me dos colegas e dos estudantes para sair em busca de um barzinho a fim de ver o confronto válido pela quarta rodada do Brasileirão, contra o Náutico, na capital nacional do frevo. Devido à Fórmula 1, os jogos das 16h foram adiados para 17h. Quando cheguei ao barzinho na Av. Presidente Backer que tinha duas televisões, seria possível saber o andamento do jogo apenas se algum gol fosse marcado, já que as TVs e os rádios ainda transmitiam os jogos de Vasco e Fluminense.

O primeiro baque da noite fora o informe, diretamente da rádio, de que Araújo abrira o placar para o Náutico. Apesar do sofrimento ter sido minimizado após assistir ao vivo os lances da partida, o segundo baque veio em uma jogada pelo setor direito bem tramada pelos pernambucanos, com a bola entrando nas redes de Milton Raphael. Mesmo dois gols atrás no placar, o Botafogo tinha disparadamente maior tempo de posse de bola, sem conseguir a necessária eficiência para marcar um gol.

Incomodado com o frio do início da noite e angustiado pela atuação do primeiro tempo, aquele sentimento de que era possível virar o resultado, por incrível que pareça, acompanhava as batidas do coração. E as palpitações aumentaram assim que Lucas acertou ótimo cruzamento rasteiro, encontrando no outro extremo Márcio Azevedo para acertar o cantinho esquerdo do gol do Náutico e diminuir o resultado. Era hora de ir para cima e o Botafogo foi. Elkeson entrara no lugar de Andrezinho e passou fácil por Márcio Rosário, que apelou para a falta, levando seu segundo amarelo, já que no primeiro tempo já usara seus recursos de artes marciais para interromper Maicosuel num contra-ataque alvinegro. Com um a mais, partir para a cima era a tônica. O Botafogo, que já tocava bem a bola no primeiro tempo, não demorou muito para empatar a partida. O ligeirinho Vitor Junior cobrou escanteio e Fábio Ferreira dividiu com o marcador adversário, que acertou o canto do próprio gol! Já era o mesmo placar de quando estive no Estádio dos Aflitos em 2009, bem recepcionado, diga-se de passagem, pela simpática torcida FaNáuticos.

Parecia que a terceira virada e consequentemente a terceira vitória no Campeonato Brasileiro 2012 viria em questão de segundos. Foi então o terceiro baque: em vez de partir para cima, o time ficou burocrático, acomodou-se, numa atitude irresponsável absurda! Pela esquerda, após boa troca de passes, Herrera deixou Maicosuel sozinho frente a frente com o goleiro. Entretanto, a ausência de magia foi o quarto baque: em vez de carregar mais e tocar no canto, Maicosuel foi afoito e chutou em cima do goleiro, que conseguiu rifar a bola e evitar a virada. O Náutico não passava do meio de campo. E quando resolveu tentar passar, Márcio Azevedo segurou, trombou e enfim acertou com relativo excesso de força o atacante adversário: lá veio o quinto baque com o cartão vermelho de nosso lateral-esquerdo. Quando o ponto na casa do adversário já não seria desastroso diante das circunstâncias, um sexto baque apareceu: numa bola despretensiosa chutada pelo defensor adversário, Vitor Junior chegou antes do adversário que pressionava. Todavia, resolveu, com um toque fraquíssimo, recuar para nosso jovem goleiro. Toque fraco o suficiente para o capitão adversário driblar Milton Raphael e ratificar o décimo gol levado pelo Botafogo em quatro partidas.

Mais uma derrota que adoça a boca dos pessimistas e corneteiros de plantão e retoma as naturalizações das baboseiras de ‘nadar e morrer na praia’ ou ‘há coisas que só acontecem ao Botafogo’. Oswaldo de Oliveira ficou revoltado e afirmou que tem de haver responsabilidade. Mais que responsabilidade, Oswaldo, tem que botar essa galera pra estudar! Sim, ES-TU-DAR! Os trabalhos psicológicos não têm surtido os efeitos desejados, pois em vários momentos há amareladas. Então, vamos colocar o elenco para estudar as disciplinas escolares e desenvolverem seus intelectos, “malharem” o cérebro. Vamos colocá-los para fazer trabalhos em grupo, cujo resultado positivo não depende dos esforços isolados de cada jogador, mas da coletividade, da solidariedade e da dedicação do todo!

Com inteligência, capacidade para refletir a cada jogada e compreendendo que Futebol é um Desporto Coletivo, Maicosuel teria calculado sua velocidade, distância dos adversários e percebido que poderia aguardar mais um ou dois segundos para finalizar – não teria havido meu quarto baque! Márcio Azevedo, numa falta para cartão amarelo, teria entendido que, fora de casa, com o mandante tendo um jogador expulso, era óbvio que o árbitro compensaria! Havia outros jogadores para evitar a subida do Náutico ao ataque, e não teria sido acéfalo no lance, evitando meu quinto baque. E Vitor Júnior, ousado jogador no ataque, teria percebido que, ajudando na defesa, faltando poucos minutos para o jogo acabar, pode dar um chutão para a lateral. Ou, se soubesse um pouco mais sobre Física e Matemática, teria calculado a força de seu recuo, impossibilitando meu sexto baque.

Enfim, apenas 50% de aproveitamento e mais um jogo fora de casa no próximo sábado, contra o Internacional, no Beira-Rio. Apesar de Milton Raphael não ter falhado, houve gols defensáveis dos adversários. Jefferson retorna e já é um alívio. Reforços na defesa urgem, diretoria! Tal como no ataque, pois não podemos contar apenas com as inconstâncias e péssimas cavadinhas de Herrera! (Enquanto isso, o garoto Caio marca a cada jogo no Figueirense...) Responsabilidade e inteligência, somadas ao comprometimento com a Gloriosa História, são tarefas imprescindíveis para retomarmos o caminho das vitórias e partirmos em busca do Tri!


*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Da euforia ao lamento*

            Durante o recesso de Campeonato Brasileiro, diversas notícias mantinham nossas atenções voltadas ao Botafogo. Enquanto a novela Seedorf caminha – ponto importante sua participação em evento contra o racismo! – e muitos aguardamos um desfecho feliz, deparávamo-nos com a triste notícia sobre Dona Célia, esposa de nosso ídolo Nilton Santos, diagnosticada com câncer no cérebro e com saúde debilitada. Nosso Botafogo já auxilia o eterno ídolo pagando suas mensalidades de internação na clínica e remédios, mas corretamente estuda a compra do acervo do craque de 86 anos. Vergonhosa permanece a atuação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que, ao passo que não se moveu nem se interessou em comprar o acervo do melhor lateral-esquerdo de todos os tempos, acompanhou seu novo presidente aumentar o próprio salário de R$98 mil para R$160 mil, aumentar salários de diretores aliados e... Obviamente estourar a corda do lado mais fraco com a demissão de funcionários. Saiu Ricardo Teixeira, entrou José Maria Marin. Já avisara antes que seis por meia dúzia não se configura como troca e a necessidade é de mudanças políticas e administrativas, não de personalidades!

            Novamente os interesses da televisão foram colocados acima dos interesses dos torcedores trabalhadores. Em pleno feriado, o horário do jogo foi modificado das 20:30 para as 21h, horário complicado para aqueles e aquelas que precisam acordar cedo no dia seguinte. Além disso, o absurdo preço dos ingressos permanece! Senhor presidente, o que é melhor? 5.000 pagando R$60,00 ou 30.000 pagando R$10,00!? Um estádio construído com recursos públicos não pode nem deve ficar vazio por cobrar preços tão altos!

            Com um Departamento de Marketing ativo, criativo e participativo, a Promoção TORCEDOR VIP SOU BOTAFOGO foi lançada pelo perfil do Botafogo Oficial, e para concorrer bastava postar uma frase contendo as palavras BASE, FOGÃO e CAMPEÃO(Ã). A minha frase foi uma das dez selecionadas e pude fazer a visitação, acompanhado pela irmã, à Sala de Imprensa, ao campo antes do jogo, ao camarote, à Tribuna de Honra... Além de recepcionar nossos jogadores e a Comissão Técnica e desfrutar a Sala VIP com direito a comes e bebes!

Na Sala VIP do Setor Oeste Inferior, com a galera premiada.

            Numa noite chuvosa, jogo tarde e ingresso caro, pouco mais de 5.000 pagantes no Engenhão acompanharam o Botafogo partir para cima da raposa. Numa linda tabela com Vitor Junior, veio o primeiro desperdício de Herrera, cara a cara com Fábio. Porém, aos 20 minutos, em escanteio muito bem cobrado pelo ligeirinho, Amaral desviou contra o próprio gol para a euforia da torcida da Estrela Solitária, que, antes do jogo, pode aplaudir os juniores campeões da Spax Cup, na Europa, e acompanhar o ritmo de We will rock you durante a entrada em campo do Novo Caçador! O Botafogo jogava como há muito tempo eu gostaria de ver: disposição, toques de bola rápidos, tabelinhas, jogadas ensaiadas, faltas cobradas com rapidez para pegar o adversário desprevenido... Enfim, com bastante inteligência e visão de jogo, enquanto ao Cruzeiro restava dar chutões para fora, nas canelas dos jogadores alvinegros ou até aplicar golpes de judô para impedir os dribles. E todas estas pancadas bem distribuídas autorizadas pelo árbitro Fabrício Neves, que partilhava chances aos jogadores cruzeirenses antes de aplicar cartão amarelo. Já Fábio Ferreira, Jadson e Milton Raphael, na primeira infração cometida, foram amarelados. O Botafogo deve vetar qualquer assistente do sexo feminino: e tenho dito! A gaúcha Tatiana de Freitas foi a Ana Paula II ontem e envergonhou a necessária e importante presença feminina no futebol. Se estava desatenta ou agia por mau caráter, fato é que inverteu todos os lances que pode a favor do Cruzeiro! Sinceramente, a arbitragem de ontem pareceu muito ter recebido os dedos do senador do PDT de MG Zezé Perrella e suas cifras de R$160 milhões!

            Quando enfim neste Campeonato abríamos o placar, um show de oportunidades desperdiçadas, impossibilitando matar o jogo. E quando o Cruzeiro começava a se arriscar mais e encontrar chances, todas seguramente salvas pelo garoto Milton Raphael no gol, Herrera enfim resolveu fazer as pazes com a rede e abrir 2 x 0 após brilhante assistência de Vitor Junior. E a euforia pela liderança tomava conta da torcida, ainda mais por conta de uma atuação segura do elenco. Entretanto, bastaram seis novos minutos para o Cruzeiro diminuir, empatar e virar o resultado para 3 x 2, com Anselmo Ramon, Everton e Wellington Paulista, de pênalti. Apesar de ofensivo, dessa vez não conseguimos nova virada como nas rodadas anteriores e perdemos três pontos preciosos num campeonato em que cada jogo é uma final.

            Após vibrarmos com os dois gols e a liderança parcial, restou apenas lamentar as oportunidades desperdiçadas no ataque, as bobeadas nos contra-ataques adversários, as pancadas cruzeirenses sem punições da arbitragem e a péssima atuação da Ana Paula II, além da queda para a quarta colocação na tabela. É hora de recompor os brios e percebermos que reforços são não apenas bem-vindos como necessários. E domingo temos que partir com tudo na terra do frevo para garantir mais três pontos rumo ao Tri!

*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985

terça-feira, 5 de junho de 2012

Embalado pelos Hermanos*


            Compondo a semana de comemorações pelo meu aniversário de 27 anos, o confronto do Glorioso no Couto Pereira estava marcado na agenda. Infelizmente não pude ir a Curitiba, pois apenas no dia anterior ao jogo consegui trocar meu ingresso para o show do Los Hermanos, transferindo para o domingo posterior – e que show! Enquanto o fantasma da adversa goleada por 5 x 0 no ano passado assombrava, a chama pela derrubada da invencibilidade dos coxas brancas em sua casa se acendia. Já pronto para descer as escadas de minha casa e rumar para o Baixo Méier, leio a notícia de meus colegas furões de arquibancada desmarcando o encontro. E valeu acompanhar o Fogão com a família: na sala, meu pai alvinegro e eu, para manter a resistência, não ligamos na Rede Globo!

            Com diversos desfalques, a prata da casa teria mais uma oportunidade para demonstrar seu valor. Renan, Dória e Jadson entre os titulares – Cidinho e Lucas Zen no segundo tempo – e o banco repleto de jogadores formados pelas categorias de base. (Já que o calendário nos impôs o domingo 3 de junho sem Campeonato Brasileiro... Quase 10 mil alvinegros e alvinegras de todas as idades encaramos o escaldante Sol numa fila para prestigiar as Pratas na Casa! Excelente ação!). Enquanto o time ainda peca com a mania de chutões para a frente torcendo para sair algo de interessante, um ponto positivo foi a marcação que mordia os adversários já em seu campo, pressionando com agilidade na busca do desarme. Com o susto ocorrido aos míseros 29 segundos, para demonstrar certo otimismo, tive que postar nas redes: “Poxa, Botafogo, todo jogo tomar o primeiro gol apenas para vencer de virada e dar mais emoção!?

Não demorou muito para que Lucas, o nome do jogo, respondesse com um chutaço na trave. A partir daí, o Botafogo foi muito mais time e passou a se sentir à vontade para buscar a virada. Na boa troca de funções, Lucas partiu para a área e deixou Herrera como lateral. O argentino forneceu preciosa assistência para Lucas empatar. Minutos depois, a vez do outro lateral aparecer: Márcio Azevedo partiu para cima, chutou e, no rebote do goleiro, o ligeirinho Vitor Júnior marcou seu segundo gol. O Coxa ainda empataria no segundo tempo em uma cochilada da defesa alvinegra. Entretanto, era um domingo para a Estrela Solitária! Elkeson, em excelente virada de jogo; e Cidinho, num sutil toque, foram brilhantes coadjuvantes para a troca de passes entre Lucas e Herrera, que novamente deixou Lucas sozinho para balançar as redes. Os Emerson, Demerson e Evertons tiveram que se contentar com mais uma virada do Fogão para manter o fogo em nossos peitos!

Como eu sei que nada vai mudar entre nós, Botafogo!? Eu só sei... Que todo torcedor é Sentimental e é aquilo que se vê numa moldura clara e simples. Sem procurar entender, torcemos, vibramos, cantamos, brincamos de ser felizes e pintamos narizes, bochechas: na prática, um mito, uma prova de amor... Enquanto fora do campo temporariamente emprestamos um cara estranho, tropeçando a cada quarteirão e perigando nunca se encontrar – a quem desejo sorte – ao anoitecer do domingo era hora de tirar o som da TV pra gente comemorar mais três pontos e a liderança do campeonato. Empolgado com este bom início, mas certo de que precisamos de reforços e de melhorias táticas e técnicas, acredito no sonho do Tri e na preparação da avenida onde a gente vai passar, numa cena onde a Estrela possa brilhar, pois em 2012 eu quero ser O Vencedor!

*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985
Autor do Livro “Botafogo, uma Paixão Além do Trivial”