Compondo
a semana de comemorações pelo meu aniversário de 27 anos, o confronto do
Glorioso no Couto Pereira estava marcado na agenda. Infelizmente não pude ir a
Curitiba, pois apenas no dia anterior ao jogo consegui trocar meu ingresso para
o show do Los Hermanos, transferindo para o domingo posterior – e que show! Enquanto o fantasma da adversa goleada por
5 x 0 no ano passado assombrava, a chama pela derrubada da invencibilidade dos coxas brancas em sua casa se acendia.
Já pronto para descer as escadas de minha casa e rumar para o Baixo Méier, leio
a notícia de meus colegas furões de
arquibancada desmarcando o encontro. E valeu acompanhar o Fogão com a família:
na sala, meu pai alvinegro e eu, para manter a resistência, não ligamos na Rede
Globo!
Com
diversos desfalques, a prata da casa teria mais uma
oportunidade para demonstrar seu valor. Renan, Dória e Jadson entre os
titulares – Cidinho e Lucas Zen no segundo tempo – e o banco repleto de
jogadores formados pelas categorias de base. (Já que o calendário nos impôs o domingo 3 de junho sem Campeonato
Brasileiro... Quase 10 mil alvinegros e alvinegras de todas as idades encaramos
o escaldante Sol numa fila para prestigiar as Pratas na Casa! Excelente ação!). Enquanto o time ainda peca
com a mania de chutões para a frente torcendo para sair algo de interessante,
um ponto positivo foi a marcação que mordia
os adversários já em seu campo, pressionando com agilidade na busca do desarme.
Com o susto ocorrido aos míseros 29
segundos, para demonstrar certo otimismo, tive que postar nas redes: “Poxa, Botafogo, todo jogo tomar o primeiro
gol apenas para vencer de virada e dar mais emoção!?”
Não demorou
muito para que Lucas, o nome do jogo, respondesse com um chutaço na trave. A
partir daí, o Botafogo foi muito mais time e passou a se sentir à vontade para buscar
a virada. Na boa troca de funções, Lucas partiu para a área e deixou Herrera
como lateral. O argentino forneceu
preciosa assistência para Lucas empatar. Minutos depois, a vez do outro
lateral aparecer: Márcio Azevedo partiu para cima, chutou e, no rebote do
goleiro, o ligeirinho Vitor Júnior marcou seu segundo gol. O Coxa ainda empataria no segundo tempo em
uma cochilada da defesa alvinegra. Entretanto, era um domingo para a Estrela
Solitária! Elkeson, em excelente virada de jogo; e Cidinho, num sutil toque,
foram brilhantes coadjuvantes para a troca
de passes entre Lucas e Herrera, que novamente deixou Lucas sozinho para
balançar as redes. Os Emerson, Demerson e Evertons tiveram que se contentar
com mais uma virada do Fogão para manter
o fogo em nossos peitos!
Como eu sei
que nada vai mudar entre nós,
Botafogo!? Eu só sei... Que todo
torcedor é Sentimental e é aquilo que se vê numa moldura clara e
simples. Sem procurar entender, torcemos, vibramos, cantamos, brincamos de ser felizes e pintamos narizes,
bochechas: na prática, um mito, uma
prova de amor... Enquanto fora do campo temporariamente emprestamos um cara estranho, tropeçando a cada quarteirão e perigando
nunca se encontrar – a quem desejo sorte – ao anoitecer do domingo era hora
de tirar o som da TV pra gente comemorar
mais três pontos e a liderança do campeonato. Empolgado com este bom início,
mas certo de que precisamos de reforços e de melhorias táticas e técnicas,
acredito no sonho do Tri e na preparação
da avenida onde a gente vai passar, numa cena onde a Estrela possa brilhar,
pois em 2012 eu quero ser O Vencedor!
*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985
Autor
do Livro “Botafogo, uma Paixão Além do Trivial”
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