Oscilando entre a empolgação
pelas duas vitórias nas primeiras rodadas e a frustração pelas duas derrotas em
seguida, a ansiedade pelo início do jogo contra o Internacional, no Beira-Rio,
era evidente. “Como a equipe se portaria
para enfrentar os colorados?” – indagava-me ao retornar de Rio das Ostras
rumo ao lar, doce lar. No final de semana em que se completaram cinqüenta anos da conquista do Bi da Copa
do Mundo, na qual metade da Seleção Brasileira era composta por jogadores
que vestiam a camisa alvinegra, teria de haver inspiração para buscar a
vitória. E a tarde de sábado haveria de trazer realmente bons fluidos. Ao
chegar à barbearia aqui no Engenho de Dentro, além dos barbeiros alvinegros, duas crianças de aproximadamente cinco
anos alegravam o ambiente ao responder “Botafogo” quando eram perguntadas para
quem torciam. Ao passo que, equivocadamente, alguns dizem que nossa torcida
não se renova, o Hino era entoado e meu cabelo cortado.
O
jogo começou e nosso Glorioso parecia atuar em casa, envolvendo os adversários
com toques de bola rápidos e tentando construir jogadas ofensivas. Apesar do
excesso de erros de passes – de ambas as equipes – e das tentativas sem perigo
ao atacar, o Fogão realizava uma partida mediana. Quando o Internacional
iniciou seu despertar, usou o lado direito para suas investidas por duas vezes.
Na terceira, sofreu uma falta. Enquanto
Guiñazu já lançava para a área alvinegra, os jogadores do Botafogo estavam de
costas para a bola. A desatenção custou caro: com linha de passe dentro da área, Leandro Damião cabeceou e Dagoberto
completou, também de cabeça, para o fundo do gol de Jefferson, que
retornava após os amistosos da Seleção Brasileira. Para variar, nossa defesa foi vazada.
No
intervalo, já soltava os bichos: não é possível, em pleno século XXI,
jogadores darem as costas para o
adversário cobrar com rapidez uma falta! Não é possível que jogadores
profissionais – que se dedicam única e exclusivamente ao Futebol – errem a
quantidade de passes a curta e média distância que alguns vinham errando! Não é
possível que a zaga oscile entre chutões para frente e recuos bizarros para o
goleiro! Não é possível que o Botafogo use um esquema com um único atacante,
que joga a maior parte do tempo pelas pontas e ainda volta para marcar!
Após
o intervalo, mais uma vez o Fogão voltou disposto a realizar uma melhor
apresentação no segundo tempo. Impulsionado
pelo motorzinho Vitor Junior, chances
foram criadas. Além disso, sem dúvidas, Andrezinho fez o melhor tempo com a camisa do Botafogo. Após passe
de Vitor Junior, concluiu de forma
perfeita, de fora da área, para balançar as redes de seu ex-clube e anotar seu
primeiro gol pelo Fogão! Depois disso, correu como um garoto, marcou,
desarmou, driblou e ainda forneceu assistência ao cobrar escanteio certeiro na
cabeça de Fellype Gabriel, que desviou e
garantiu a virada em Porto Alegre. No momento do gol, berrava ao celular
ouvindo a transmissão da rádio BandNews, que me telefonara para 30 segundos de
comentários e perguntas sobre o jogo. Mesmo anunciado como “Gabriel Marcos”, de
Jacarepaguá(!!??), valeu a participação ao vivo na rádio. Vale destacar a
decisiva participação do árbitro Paulo César de Oliveira e de seu auxiliar
atrás do gol do Internacional. Os muquiranas
conversaram para – acertadamente – marcar a falta em cima de Vitor Junior
em vez do pênalti. Entretanto, num lance posterior, ignoraram o pênalti
cometido em cima do mesmo Vitor Junior quando a partida ainda estava empatada!
Ao ser substituído, Vitor Junior foi
cumprimentar o árbitro e cochichou algo: seria o agradecimento pelo pênalti não marcado?
Enfim,
por que o Botafogo não faz partidas inteiras semelhantes aos segundos tempos
contra São Paulo, Coritiba, Náutico (até o segundo gol) e Internacional? A
marcação passa a ser eficiente e o poder
de reação demonstra que – apesar das diversas limitações – é possível vencermos qualquer adversário
deste Campeonato jogando com atenção, doação e garra!
No
jogo de sábado, Jefferson só trabalhou para cobrar tiros de meta. Brinner e
Fábio Ferreira conseguiram mais desarmes do que vacilos e o único ataque do
Internacional foi o lance do gol. John Lennon foi uma grata surpresa,
improvisado do lado esquerdo, enquanto Lucas teve atuação regular. Lucas Zen
substituiu Jadson e foi bem, enquanto Renato tem, infelizmente, caído muito de
produção, não marcando como pode e errando passes bobos. O trio formado por Andrezinho, Fellype Gabriel e Vitor Junior foi o
destaque da equipe e Oswaldo de Oliveira teve coerência ao mandar para o
banco Maicosuel e Elkeson. Herrera é sempre dedicado, mas o esquema tático não
favorece muito seu futebol.
Além
de deixar um abraço para a rapaziada do “Mesa
de Boteco”, podcast que
participei neste Domingo e que fará uma promoção
no facebook para premiar o(a) vencedor(a) com um exemplar do livro “Botafogo,
uma Paixão Além do Trivial”, é importante alguém avisar ao elenco do
Botafogo que todos os demais dezenove times são grandes e ricos! Quem sabe
assim o espírito Robin Hood desaparece?
E bacana lembrar que terminamos o sábado na quinta colocação e, no domingo, sem
jogar, voltamos ao G-4 com a derrota
do Grêmio para o Náutico.
Se este Sábado
foi dia de barba, cabelo, bigode na
barbearia e mais uma virada do Fogão no Beira-Rio, Domingo que vem é dia e 18:30 é o horário para apoiar o Fogão no
Engenhão em busca de mais uma vitória e do Tri, dessa vez contra a macaca!
*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985
Bacana, Zé. Vamos com tudo neste campeonato. Abs - Zé Fogareiro
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