Em
mais um Domingo de Campeonato Brasileiro, era dia de separar a camisa preta e
branca, o cartão de sócio-torcedor e caminhar meus quinze minutos em direção ao
Engenhão. Chegando ao estádio, evidenciava uma gigantesca contradição: enquanto funcionários checavam
rigorosamente a documentação que fornece direito à meia-entrada, em frente à
própria bilheteria alguns torcedores vendiam “por menor preço e sem fila” os
ingressos que a diretoria do Botafogo repassara. Não sou contrário às
torcidas organizadas; pelo contrário, acredito que as mesmas possuem papel
fundamental para impulsionar os cantos, as palmas e o ritmo da torcida nas
arquibancadas. Entretanto, por que essa permissividade em relação aos ingressos
doados às organizadas e a rigorosidade com a documentação da meia-entrada dos
‘torcedores comuns’? As organizadas querem ingresso gratuito? Tudo bem, mas que
coloquem os ingressos nominais e apresentem a documentação para ingressar e
torcer como todos os demais!
Além
das ações de marketing que entretêm a torcida, vale destacar e enaltecer a
faixa levada a campo pelo Botafogo de Futebol em Regatas em apoio aos médicos federais contra a medida
provisória 568/12, que gera prejuízo aos trabalhadores que merecem melhores
condições salariais e de trabalho. Enquanto fora de campo o clube manda bem em
diversas ações, no gramado a equipe tem
oscilado e irritado, gerando ruídos problemáticos que vou comentar adiante.
Após partir para cima da Ponte Preta, criando oportunidades de gol, o time
vacilou e levou mais um gol de contra-ataque segundos depois de Márcio Azevedo
não conseguir completar um balão
sobre o adversário pela esquerda. O pênalti sofrido por nosso lateral esquerdo
e bem cobrado por Andrezinho – que tem se destacado positivamente – estimulou a
esperança da torcida pela manutenção do título de time da virada neste Campeonato. Todavia, veio o segundo tempo e em
nova jogada de velocidade Ricardinho nos deu um banho de água fria, desempatando a favor da macaca aos oito minutos e garantindo o que seria o placar final do
jogo. Ora, Botafogo, é realmente
necessário em casa oferecer ao adversário o apetitoso banquete dos 3 pontos na
corrida rumo ao título nacional?
Sem
muito a comentar sobre mais esta bobeada, quero dessa vez dialogar acerca dos
tópicos da entrevista coletiva concedida por Oswaldo de Oliveira. Ele reclamou
da torcida? SIM! Citou as torcidas do Náutico, do Coritiba, do Inter, que
encheram seus estádios e apoiaram mesmo nos momentos adversos!? SIM! Temos
muitos corneteiros, que usam mais a voz pra vaiar ou xingar que entoar cantos
de apoio!? SIM! Agora, quer reclamar da
falta de público!? Então, professor,
DEFENDA O INGRESSO A R$10,00 EM VEZ DOS ATUAIS R$50,00!!!
Os demais
torcedores citados apoiavam porque, mesmo com seus times perdendo, os jogadores
se dedicavam em campo para mudar o placar! Diferentemente de vários dos nossos,
que ganham dezenas ou centenas de milhares de reais por mês e ficam andando em
campo enquanto curtem noitadas por aí... Muitos
na arquibancada trabalham 40 horas por semana para poder bancar o ingresso e ir
ao jogo torcer! Depois da derrota por 4 x 1 para o Fluminense, vários foram
ao segundo jogo da final e aplaudiram o time! Em vários jogos, a torcida está
apoiando e os jogadores não dão a mínima ao final, seja para agradecer,
aplaudir ou sequer acenar! Alguns ainda querem fazer gracinhas, como questionar a torcida, não é, Sr. Elkeson!? Por que Oswaldo não enaltece a presença e a
cantoria de vários lá o tempo inteiro, como a incansável torcida Loucos
Pelo Botafogo?
Como já citei
em outros momentos, não ligo se o time perde, empata ou ganha! Vou ao estádio
para ver o futebol e ver JOGADORES SE DEDICAREM!!! É o mínimo! E o treinador tem que treinar!!! O
Botafogo não consegue jogar contra times que fecham a defesa!? Ora, que
descoberta, Oswaldo! Agora: o que vocês
podem fazer durante a SEMANA INTEIRA para preparar o time para jogar contra
adversários desse estilo!? Não é possível simplesmente culpabilizar a
torcida e/ou a intranquilidade e a insegurança do elenco, supostamente com
limitações relacionadas ao trabalho psicológico!
Por que o Departamento de Futebol não
trabalha como o Departamento de Marketing!? São questionamentos que não
querem calar, após ficar chateado com o banquete ofertado à Ponte Preta e as
declarações infelizes de um bom técnico como o Oswaldo de Oliveira. Enfim, com
o adiamento do confronto contra os queridinhos
da CBF, que serão o Vasco da Gama na Taça Libertadores na próxima quarta, temos
tempo de sobra para treinar, apurar as arestas a fim de voltar a vencer contra o Bahia no próximo dia 7/7! É um Sábado para
comparecermos em peso ao Engenhão, embalados pelo número cabalístico para todos nós alvinegros, que, com o acerto de
Seedorf e a imprescindível chegada de outros reforços, faremos a contagem
regressiva para o Tri!
*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985
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