Na última quinta-feira, 23 de dezembro, ocorreu a VI Edição da Pelada da Esquerda, o maior evento esportivo do semestre. Historicamente, o evento reúne a constelação de professores e estudantes de Educação Física da Cidade Maravilhosa e demais municípios “adjacentes”, como Niterói, São Gonçalo, Duque de Caxias e Juiz de Fora, além do longínquo bairro de Santa Cruz.
Apesar de sua abertura para demais áreas de conhecimento, como História e Geografia, o professorado e a estudantada de fora da Educação Física, temendo o vigor físico, a sutil categoria e a refinada habilidade apresentadas nas edições anteriores, desfalcaram a sexta edição. Milhares de torcedores ficaram envergonhados de acompanhar evento de tamanha importância de maneira gratuita e preferiram ficar em suas casas assistindo pelo sistema de pay per view, gerador de royalties para a administração do evento, financiadora das críticas e enfrentamentos à ordem vigente.
Pela primeira vez acompanhando o evento, o jornalista Karl Leirbag avaliou a atuação de cada um dos vinte e quatro jogadores, destacando os aspectos positivos e negativos e lançando sua nota. Vale destacar o respeito e a admiração dos trabalhadores aeroviários, que optaram por adiar sua justíssima greve para garantir que o revolucionário alemão acompanhasse, durante a agradável manhã de quinta, as duas horas de partida no campo do Abaeté, no bairro de Vila Isabel.
Karl Leirbag ficou bastante satisfeito em acompanhar a Pelada da Esquerda, solicitou um espaço aqui no blog para expor suas avaliações e apontou seu desejo em participar da sétima edição deste requisitado evento esportivo. Além disso, afirmou não querer substituir ninguém e prometeu buscar contato para realizar uma dobradinha com o cubano judeu Breno Strozemberg, cujas especulações apontam para a possibilidade de desaparecimento político e/ou alguma enfermidade.
Bruno Gawryszewski: fora dos gramados, precisa de maior auto-confiança como a vanguarda da Pelada de Esquerda, apesar da necessidade de maior assessoria para a organicidade do evento, principalmente no quesito das finanças. Com a região patelar visivelmente debilitada por conta do excesso de patoladas, seu rendimento esteve comprometido, saindo sem deixar sua marca de oportunista. Nota 5.
Murilo Vilaça: com o faro de artilheiro limitado e poupando-se para o Jogo das Estrelas no Engenhão, deixou com estilo um gol, obviamente em condições adiantadas – na popularmente conhecida banheira – tirando com classe as chances de defesa do goleiro Marcelo Melo. Nota 5,5.
Gabriel: na primeira partida, dois incríveis chutes, um para defesa do goleiro e outro golaço de fora da área, no cantinho, garantindo a primeira vitória da equipe. Após esse jogo, nenhuma finalização na direção do gol. Todavia, as assistências açucaradas e sua visão de jogo garantiram o entrosamento e as finalizações para gol de seus companheiros, que, com cinco vitórias, foi a maior vencedora da VI Pelada. Nota 9,5.
Ian Fino: com as desculpas esfarrapadas do deslocamento em peladas anteriores, ora por conta da ausência ora do atraso, dessa vez, mesmo motorizado, foi um dos últimos a chegar. Deveria estar ocupado com o aquecimento antes do jogo, fazendo jus ao apelido. Nitidamente precisa de uma sequência de jogos para emplacar o seu bom futebol. Nota 5.
Marcelo Forró: seu estilo mineirinho não impediu que aparecesse demasiadamente ao ser driblado pelo alcoolizado protagonista do drible elástico. Nota 4,5.
Marcelo Melo: o alto teor alcoólico, devido aos destilados ingeridos durante a festa de sua sobrinha em noite anterior comprometeram seu reflexo apurado como goleiro, perdendo o posto de melhor goleiro da esquerda do Brasil. Na linha, incorporou Roberto Rivelino ao aplicar um fantástico elástico pra cima de seu xará do forró. Perdeu pontos por não levar sua sobrinha de 15 anos para o evento. A propósito, felizmente não foi sorteado para o exame anti-doping. Nota 6.
Marcelo Pagodinho: a idade começa a pesar no desempenho. No jogo, apareceu pouco; deveria estar preocupado com os preparativos para a presença de Exalta Samba no show do Rei em Copacabana. Nota 5.
Estevão: o elemento-surpresa da Pelada. Artilheiro da edição, com aproximadamente cinco gols. Com suas artimanhas espírito-revolucionárias, incorporou os fluidos de Bebeto na Copa de 1994 na torcida para o primogênito que há de vir. Nota 7,5.
Vinícius Conca: animado pela conquista do tricampeonato brasileiro pelo tricolor carioca, lançou-se à linha e não teve seu destaque como goleiro. Tentou jogadas, arrancadas e dribles ao estilo do baixinho argentino, todas sem sucesso, deixando claro que deve dar mais valor à carreira musical, talvez no coral da terra de macaba doce. Nota 4,5.
Magrinho do Fonca: sem suas granadas de homenagens ao 15 de outubro, sucumbiu diante da força revolucionária dos docentes em campo, ratificando que até no futebol a PM é a vergonha do Brasil. Parecia muito preocupado também, talvez recordando um dos términos de namoro anos atrás... Nota 3,5.
Renato Sarti: ocupado como vice-coordenador e novo tumultuador de Congregações, suas esvoaçantes bicicletas se destacaram em diversos momentos. Bastante disposto, foi um elemento importante para garantir a sequência de bons jogos de sua equipe, fechando bem a retaguarda e avançando em alguns momentos. Nota 7.
Bruno Rodolfo: sua promessa de carrinhos não intimidou os demais participantes. Participação decisiva em boas jogadas da equipe mais entrosada. Desencantou com oportunismo depois de perfeita assistência de Gabriel. Com uma dieta baseada em carnes de peixe, porco e boi, pode melhorar seu desempenho. Nota 6,5.
Marretovski: novamente presente no maior evento esportivo do semestre, deixou seu golzinho pra história. Nota 6.
Gustavo: a correria são-gonçalense de sempre somada à disposição historicamente construída nas longínquas várzeas de Columbandê. Popularmente conhecido como Braço, armou diversas jogadas de contra-ataque, mas faltava olhar menos para a bola e mais para o restante do campo para ser mais eficaz. Nota 6,5.
Leonardo: inaugurou a isenção para a história do evento. Com seus reluzentes meiões, mais parecia o personagem Kiko, do “Chaves”, no gol. Ao ganhar ritmo de jogo, o goleiro, folcloricamente conhecido como Panda, oscilou golpes de vista mesmo sendo míope, com defesas inacreditáveis. Numa das partidas, impossibilitou o gol adversário com defesas miraculosas, forjando a animação da torcida, que quase subiu o alambrado do campo. Provisoriamente garantiu o posto de melhor goleiro da esquerda do Brasil. Nota 8,5.
Luiz Carlos: sofrendo da síndrome neymariana e com algumas rabanadas acima do peso, esteve totalmente vedete, com uma atuação incrivelmente abaixo do esperado. O único a ser vaiado pela coerente e animada torcida. René Simões explicitou: “estamos criando um Monstro na Pelada da Esquerda!” Nota 2.
Bruno Patrício: reviveu a dupla Gardenal com a presença de Formoso no jogo. A fim de honrar seu nobre sobrenome, os recentes investimentos à indústria do tabaco como fiel consumidor deixaram-no esgotado. Nota 4.
Dari: definitivamente incorporado à Pelada, sente-se cada vez mais à vontade, arriscando boas jogadas. Nota 6.
Juliano: adotando o “estilo Murilo”, posicionou-se na banheira durante boa parte do tempo, mas foi solenemente esquecido pelos companheiros, com pouca visão de jogo. Quando acertou belo cabeceio, tirando do melhor goleiro, a zaga salvou em cima da linha. Nota 5.
Felipe Formoso: vivenciou sua estréia no maior evento esportivo do semestre. Fez boas tabelinhas com o companheiro de período Bruninho. Foi embora antes da foto oficial para não sofrer a revanche do trote aplicado ao Gabriel em 2003. Nota 5.
Marcello Bernardo: conseguiu uma folga para prestigiar o evento. Apareceu muito mais como vendedor de agendas 2011 do que atuando nas partidas. Nota 5.
Bruno Adriano: destacou-se novamente pela lábia polêmica. Apesar das reclamações alegando serem burocráticas as corretíssimas propostas de organização da pelada, em campo, apresentou futebol notadamente burocrático. Nota 3,5.
Cláudio “O Xeroqueiro”: O Motoqueiro Fantasma merece uma nota alta por ter se libertado das amarras de sua pequena empresa de grandes negócios no bairro mais Glorioso da Cidade Maravilhosa para participar da Pelada de Esquerda. Esquivou-se de seu destacado passado como arqueiro para arriscar jogadas na linha, desempenhando uma ótima função na defesa e se tornando o zagueiro-revelação. Infelizmente, saiu contundido. Nota 8.
Alex: apesar do estilo fanfarrão e faladeiro, foi peça importante para armar atabalhoadas jogadas de contra-ataque junto ao companheiro Braço. Nem balançou as redes com estilo. Todavia, a camisa pesou por jogar ao lado de seu irmão. Nota 6.
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