Quarenta e oito horas após o Dia Internacional da Mulher, já estava anotado na agenda o duelo do nosso Botafogo contra o Bangu. Indubitavelmente, a lembrança, a homenagem e a comemoração são merecidas no 8 de março. Contudo, é preciso transcendermos a simples vinculação com uma data e reconhecermos que são necessários novos avanços na sociedade, considerando cada dia um dia de luta contra o machismo e quaisquer formas de subjugar as mulheres, buscando relações humanas que não se construam a partir da exploração ou da opressão de qualquer ser humano sobre outro! O dia 8 de março não pode nem deve ser uma data comercializada, com descontos em salões de beleza ou o estímulo ao uso de produtos cosméticos! NÃO! O dia 8 de março é muito mais do que isso e certamente o Futebol deve se enquadrar nesta lógica de rupturas.
Algumas iniciativas importantes têm aparecido. Ano passado, em um plebiscito, a ANT passou a se chamar oficialmente Associação Nacional de Torcedores e Torcedoras! Uma das mais animadas e contagiantes torcidas organizadas levou a faixa LoucAs pelo Botafogo! Recomendo inclusive a leitura do bonito texto acerca da temática: “A Mulher e o Botafogo”, publicado no BotafogoNews: http://www.botafogonews.com/sem-categoria/a-mulher-e-o-botafogo/ Apesar da constante presença do público feminino nas arquibancadas, ainda é tímido o avanço que podemos conquistar. Enquanto Marta foi eleita a melhor jogadora do mundo por cinco vezes, acompanhamos calados a inexistência do estímulo ao futebol feminino; em diversos locais como as próprias escolas que deveriam ser o espaço para a formação de um novo olhar e de novas práticas, observamos a hegemonia masculina nas práticas desportivas e muitas vezes um preconceito e uma negação às mulheres que ousam romper a lógica imposta. De nada nos adianta termos a primeira presidente da República mulher, querendo ser designada presidenta e mantendo uma prática política e econômica a favor dos ricos e dominantes ao passo que as mulheres recebem salários mais baixos, sofrem assédios, são constrangidas ao denunciar cônjuges agressores e não podem decidir sobre os rumos do próprio corpo em nome da moral religiosa! Enfim, certo de que dias melhores virão, reafirmo que lugares de mulheres não são o tanque ou a cozinha; e as mulheres alvinegras podem e devem estar ao lado do Fogão, não aquele que toda casa tem, mas este iniciado por letra maiúscula que flameja em preto e branco uma Estrela Solitária!
Não havia nome melhor de estádio para o jogo após 8 de março: Moça Bonita! Concordo com a crítica de nosso carismático uruguaio acerca do gramado ruim, que estraga o espetáculo. Em contrapartida, o jogo em Bangu possibilita a presença de outros torcedores – moradores da Zona Oeste – e nos obriga a conhecer a estação de trem Guilherme da Silveira... Os próximos quatro jogos voltam a ser em nossa casa, além da semifinal e da final da Taça Rio que disputaremos no Engenhão! Vale registrar a entrevista concedida à BrahmaFogo, falando sobre o livro “Botafogo, uma Paixão Além do Trivial” e sobre a reestreia de Jobson, disponível no youtube:
Num dos bairros mais quentes da capital fluminense, o Sol foi escamoteado pelas nuvens que tomaram conta do céu, amenizando o calor, assim como o preto e o branco que invadiram as arquibancadas banguenses e ofuscaram o alvirrubro. Ainda bem que não precisei usar o guarda-chuva nem para me proteger dos raios solares nem da chuva que só ficou na ameaça. Apesar do absurdo preço de R$30, o público foi grande. E se a torcida que quase lotou Moça Bonita não assistia a um futebol vistoso, podia vislumbrar um festival de pipas nos ares da Zona Oeste, muitas delas interrompendo a partida ao cair sobre o gramado. Tarefa para a Federação: além dos gandulas, contratar dois meninos para aparar as pipas... Além do artefato popular que, com simples materiais, alcança magníficas alturas, a torcida teve a oportunidade de ouvir a charanga do Bangu tocar animadas músicas, dentre outros, de Balão Mágico e da minha querida Mocidade Independente de Padre Miguel.
Num dos bairros mais quentes da capital fluminense, o Sol foi escamoteado pelas nuvens que tomaram conta do céu, amenizando o calor, assim como o preto e o branco que invadiram as arquibancadas banguenses e ofuscaram o alvirrubro. Ainda bem que não precisei usar o guarda-chuva nem para me proteger dos raios solares nem da chuva que só ficou na ameaça. Apesar do absurdo preço de R$30, o público foi grande. E se a torcida que quase lotou Moça Bonita não assistia a um futebol vistoso, podia vislumbrar um festival de pipas nos ares da Zona Oeste, muitas delas interrompendo a partida ao cair sobre o gramado. Tarefa para a Federação: além dos gandulas, contratar dois meninos para aparar as pipas... Além do artefato popular que, com simples materiais, alcança magníficas alturas, a torcida teve a oportunidade de ouvir a charanga do Bangu tocar animadas músicas, dentre outros, de Balão Mágico e da minha querida Mocidade Independente de Padre Miguel.
Tantas coisas bacanas para comentar que certamente o jogo em si ficou como coadjuvante. Com um primeiro tempo morníssimo, a inexistência de gols foi óbvia. Enquanto os ex-jogadores do Fogão Almir e Thiago Galhardo mais o lateral Renan Oliveira construíram boas jogadas, o Glorioso sentia muito a ausência de seus principais jogadores da meiúca. Apesar de pouco mais esforçado que em jogos anteriores, Loco Abreu precisava realmente ser substituído; Herrera lutou, lutou e lutou, mas não concluiu as finalizações para o fundo das redes; e Caio, também esforçado, demonstrou novamente que ajuda muito mais a equipe quando entra no segundo tempo. Lucas Zen não entrou bem no lugar de Marcelo Mattos; Marcio Azevedo e Lucas não apoiaram como podem e o lateral-direito ainda errou muitas jogadas; a defesa vacilou em momentos que não comprometeram por conta das limitações do adversário; e Jefferson quase nos deu um baita susto numa bola para ele recuada que quicou em algum montinho de sua área; enquanto isso, Felipe Menezes comprovou que só pode ser novo Kaká se ele for alguma espécie de pastor do elenco, porque em campo está sempre dormindo...
Os destaques ficam por conta do segundo tempo: Jobson voltou e a torcida do Fogão saiu do chão para entoar euforicamente seu retorno! Depois de 6 meses cumprindo suspensão, o garoto será nosso 48º jogador convocado para defender a Seleção Brasileira em Copas do Mundo – Jefferson e ele titulares em 2014! Com seus contagiantes piques, continua afobado nas finalizações, cansou rápido, mas forneceu a assistência para um moleque franzino, com categoria, balançar as redes pela segunda vez como profissional do Botafogo: boa, Cidinho! Para completar, outro Jefferson, formado pela base, postura de gente grande, substituiu o inoperante Felipe Menezes. Com categoria, cobrou uma falta no ângulo esquerdo, mas o arqueiro adversário mandou para escanteio. Lembrando os tempos de “Almir, faz um gol aí!”, infelizmente o meia acertou um belo chute de fora da área e empatou a partida.
Apesar da manutenção da invencibilidade, com o empate permitimos que o Macaé assumisse a liderança do grupo. Quarta é tarefa primordial liquidar o time que tem número como nome, número este sempre bem-vindo na história de superstições alvinegras! Domingo que vem é dia de cozinhar o bacalhau para continuarmos entre os dois melhores e rumarmos à conquista da Taça Rio. Saudações às mulheres de todo o mundo e um bom retorno a Jobson!
*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985
Esse entrevistador é malandro... Ganhou o livro de "assalto"!!!
ResponderExcluirBruninho.