sábado, 30 de outubro de 2010

Uma boa ideia*


            Na semana em que um dos principais ídolos da Gloriosa história do Botafogo completaria 77 anos caso estivesse vivo, a magia do ex-camisa 7 teria de embalar o elenco. O saudoso Garrincha, que não pude ver jogar, possui uma vitoriosa e folclórica carreira no clube da Estrela Solitária, com seus famosos dribles e humildes frases. Faltando 7 rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro, o jogo contra um dos principais fregueses dos últimos tempos ocorreu na Arena do Jacaré, no município de Sete Lagoas. Com o histórico supersticioso da torcida alvinegra, twittaram mais uma: hoje é dia 30/10/2010: pela numerologia, 3 + 1 + 2 + 1 = 7. Nos últimos dezoito confrontos entre Atlético-MG e Botafogo, contabilizavam-se onze vitórias cariocas, uma vitória mineira e seis empates. Que retrospecto! Infelizmente não pude ir a Minas Gerais para torcer pelo Fogão e o jeito foi acompanhar pelo PPV.

            O Galo vinha embalado com uma boa sequência de resultados para se afastar da degola do rebaixamento, situação complicada que Vanderlei Luxemburgo deixou de herança para o técnico que ousou enfrentar Neymar – Dorival Junior. Pelo lado do Fogão, uma vitória feia por 1 x 0 sobre o Vitória após uma sequência de oito empates consecutivos, ou seja, a defesa de nove jogos de invencibilidade. A rodada não foi muito favorável com as vitórias de Fluminense e Cruzeiro, que mantiveram seis pontos à frente do Botafogo. Mas podemos comemorar o empate da urubuzada contra os queridinhos da CBF e o empate no qual o Peixe fora garfado contra o Colorado. Com a vitória, ascendemos à quarta posição e ratificamos a Estrela Solitária no retrovisor dos três primeiros colocados.

            O primeiro tempo foi morno demais. Num campo de pequenas dimensões, a bola chegava rapidamente ao ataque. Antes do jogo iniciar, já me perguntava por que não escalar o Edno no lugar de Fahel para explorar os contra-ataques, com um trio formado pelo canhotinha, Jobson pela direita e El Loco de centro-avante. Mas o empresário de Fahel realmente merece uma salva de palmas por conseguir a proeza dele ser quase sempre escalado como titular. O meia conseguiu errar um bizonho passe aos 33 min que possibilitou contra-ataque atleticano e chute de Obina. E, aos 37 min, lá estava ele com a velha mania: puxar a camisa do adversário dentro da área... Sua atuação sempre me dá medo! Marcio Rosário oscilou com boas antecipações e falhas grotescas que poderiam ter prejudicado. Os únicos lances de finalização do Botafogo foram chutes por cima do gol de Fahel, Lucio Flávio e Somália. O maestro, que não vive bom momento, apareceu apenas para fazer um bom cruzamento na área, em que o afoito Jobson se jogou para cavar o pênalti. Mas, essa cavadinha não é a especialidade do Fogão.

            No segundo tempo, um duelo entre Jobson e Obina que culminou apenas em chances desperdiçadas por ambos os atacantes. Quando o ataque do Atlético-MG acertava em gol, lá estava nosso paredão da Seleção Brasileira para garantir mais um jogo sem tomarmos gol. Segundos depois de El Loco perder um gol incrível após rebote em chute de Jobson, eu tive a certeza de que sairíamos com os três pontos: com muita categoria, Diego Tardelli arriscou de fora da área e caprichosamente a bola tocou o travessão. No minuto seguinte, Lucio Flávio deu lugar a Edno, que vinha entrando mal nos últimos jogos. E seis minutos depois, a canhotinha de Edno voltou a funcionar, lançando El Loco, que não fomeou e devolveu para o carequinha completar para as redes. Caio entrou no lugar de Jobson quando o placar já nos estava favorável. E começou a preocupação após duas faltas invertidas a favor do Galo, uma em cima de Somália e outra em cima do xodó. Apreensivo e comemorando a cada bicão para longe do gol de Jefferson, eis que Edno protagonizou um novo contra-ataque, deixando El Loco sozinho para carregar a bola, contar com o montinho artilheiro para executar sua mortal cavadita e sacramentar uma boa vitória por 2 x 0 em cima do Atlético-MG.

            Terminado o jogo, o que mais ouvia após nossa comemoração eram os latidos da cachorrada aqui em casa! É canja de galinha! Mais uma vitória contra o Galo, duas vitórias consecutivas para embalar a Arrancada Final da equipe disparadamente com o menor número de derrotas na competição. Mais um jogo sem tomar gols e com o ataque voltando a marcar! Apesar de todos os desfalques, alcançamos a décima segunda vitória e atingimos 51 pontos. E a boa ideia é a torcida lotar o Engenhão, apoiando o elenco do início ao fim, fazendo a nossa parte para o Botafogo vencer e prosseguir na busca pelo bi-campeonato. Enquanto isso, outra boa ideia é secar Fluminense, Cruzeiro e Corinthians, para que em breve sejam ultrapassados pela Estrela Solitária, brilhando isoladamente no céu da tabela.


*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985

domingo, 24 de outubro de 2010

Desjejum e hora do incentivo*

Ontem foi mais um sábado de Engenhão. Pelo caminho, um rubro-negro baiano seriamente ameaçado em cair pelo abismo. Até a 11ª rodada do primeiro turno, o Botafogo tinha doze pontos; nas onze primeiras rodadas do segundo turno, com a incômoda sequência de empates, somamos quatorze, dois a mais que a campanha do turno. No dia primeiro de agosto, no Barradão, enfrentamos o Vitória e foi lá que o time começou a empolgar, estabelecendo cinco vitórias consecutivas, saindo das proximidades da zona de rebaixamento e ascendendo às primeiras colocações da tabela. E foi a partir desse jogo, sob chuva na Bahia, que explicitei a importância de nosso apoio para materializarmos a hora de debutar, após 15 anos sem sermos campeões brasileiros(1)!

            O garoto Caio, suspenso, reforçou o time sub-23 do Botafogo, que venceu a equipe vascaína – já classificada para as semifinais – por 4 x 3, precisando torcer por combinação de resultados para prosseguir no torneio. Apesar de tudo quase certo para eu ir no Setor Leste Inferior, junto às torcidas organizadas mais animadas e para apimentar um pouco de superstição – já que vinha acompanhando nos setores Oeste Inferior, Oeste Superior e Leste Superior apenas empates do Fogão – acabei retornando para a Oeste Superior para encontrar um grupo de amigos e o nosso novo amuleto, o Gabrielzinho, de cinco anos. Após recebermos a quinta edição da revista Preliminar, boa iniciativa que traz informações sobre a preparação do elenco, entrevista e reportagens sobre personagens históricos do Glorioso, subimos a longa rampa antes da chuva nos fazer recordar do jogo no Barradão: vitória do Fogão! Uma novidade do clube é a presença exótica da marca Guaraviton no uniforme até pelo menos o final do campeonato brasileiro desse ano. Foi nesta 31ª rodada que a trambiqueira CBF homenageava os 70 anos do Rei Pelé. Pelé, que certamente foi excepcional jogador, mas como Edson Arantes do Nascimento é um grande conservador e aliado das forças reacionárias no país. Ao passar a placa homenageando Pelé, a torcida coerentemente ecoou: “Garrincha é melhor que Pelé!!!”.

            Os altos preços dos ingressos e a sequência de oito empates colocaram apenas 13.000 torcedores no Engenhão, sendo quase 11.000 pagantes. Para os supersticiosos, o 13 cravado poderia significar noite de El Loco Abreu, mas que teve atuação apagada com as fortes gotas de chuva. Para os oportunistas de plantão, nem 13 nem 45; é voto nulo dia 31! Antes de comentar sobre os jogadores, é preciso insistir no importante papel que a torcida pode cumprir. Durante os jogos, temos potencialidade para atuar como o décimo segundo jogador, pulando, cantando, torcendo, incentivando... Mas as elementares forças da Sofá-Fogo ainda são hegemônicas na torcida alvinegra: boa parte vaiando impacientemente Lucio Flávio e entoando o adjetivo de burro para Papai Joel. Isso tudo quando vencíamos por 1 x 0. Certas práticas equivocadas são culturais aqui nas torcidas brasileiras: nossa equipe saltando para a quinta colocação, com reais chances de vaga na Libertadores do ano que vem e até mesmo de título para mais empolgados e sonhadores como eu e a torcida...? Em vez de pedir “Mais um”, gritar para jogadores com muita raça em campo ou cantar o hino do clube... Refutava seu papel de décimo segundo jogador! Lastimável. Mais alguns doidos e eu tentamos berrar, mas percebi que era mais importante poupar minha voz pela atuação profissional docente.

            Para o adversário de ontem, um empate estaria ótimo. Nas vezes em que o Botafogo acertava bem jogadas, dribles ou tabelas, era parado com faltas, a maioria delas bem punidas pela arbitragem! (Eu também falo bem quando a arbitragem atua corretamente!). E nos momentos em que se aproximou de nosso paredão Jefferson, nosso goleiro deu conta do recado, contou com a sorte ou a limitação das finalizações rubro-negras. A confiança e a tranqüilidade de Leandro Guerreiro, somada à disposição e marcação de Marcio Rosário, a meu ver, apontam a titularidade da zaga para o ano que vem. Danny Morais não comprometeu, mas também não foi tão eficiente quanto os demais. Alessandro só precisa não fazer caquinhas como a feita contra o Flamengo, pois se encontra em sua melhor fase no Botafogo. Geralmente critico a inoperância de Marcelo Cordeiro, que ontem fez valer mais um ingresso, em cobrança de falta com extrema categoria para garantir os três pontos do Fogão. E aqui está a razão de considerar o Gabrielzinho o amuleto: com a torcida já impaciente, falei para ele sentar no meu colo e dar sorte para o Fogão. 1 x 0 com um golaço! E, para variar, mais um contundido!? Marcelo Mattos já cresceu de produção e é peça fundamental; Somália melhorou sua atuação quando foi migrado para a ala esquerda no lugar de Marcelo Cordeiro, sendo inclusive ovacionado pela torcida. Lucio Flávio está muito lento, não acompanha as jogadas, errou muitos passes... Todavia, não se justificam as vaias durante o jogo ao capitão da equipe. Houve dois momentos e a torcida parece não enxergar que o maestro deixou Marcelo Mattos e Jobson na cara do gol, e ambos desperdiçaram as oportunidades para ampliar o placar. Jobson ousou, driblou, partiu para cima, mas ainda precisa ter calma para a finalização e acabar com o jejum de gols. E o Loco ontem, nem de cabeça, conseguiu produzir algo de útil. Pela segunda partida consecutiva, Edno entra e corre menos que Lucio Flávio! Renato Cajá e Fahel completaram as substituições. Em vez de simplesmente gritar burro para Joel, a torcida deveria elogiar o treinador por reconhecer que se equivocou ao sacar Jobson em vez do uruguaio.

            Enfim, o desjejum aconteceu. Agora somos a equipe que menos perdeu no campeonato, há três jogos não levamos gol, estamos invictos há nove rodadas e dormimos de sábado para domingo classificados para a Libertadores. Para mim, ainda é pouco. Joel tem razão ao afirmar que os da frente já podem enxergar o Glorioso pelo retrovisor. Não dava mais para aguardarmos os três pontos em uma partida e temos (torcedores) que incentivar demasiadamente para garantir uma sequência de vitórias, que empurrem a Estrela Solitária para o local onde ela tem condições de chegar: a primeira colocação. E hoje, é dia de secar!


(1) “É hora de debutar” -> http://alemdotrivial.blogspot.com/2010/08/e-hora-de-debutar.html

 Eu com o Gabrielzinho. Gabriel + Gabriel = Botafogo 1 x 0 .

  Após a vitória no Engenhão, em ótima companhia!

*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Eu acredito em duendes*

Acho que desde a primeira vez em que estive no Engenhão, não pisava no Setor Oeste Superior. Pensando de maneira supersticiosa, poderia ser um incentivo para exterminar a sequência de empates e acompanhar o Glorioso voltar a vencer na competição. Coincidentemente, acabei encontrando a galera da Educação Física da UFRJ que torce pelo Botafogo e que vinha sendo pé-quente. Apesar da vitória não ter vindo, do oitavo empate consecutivo, do segundo empate sem gols, de nove jogos sem vencer, de não quebrar o tabu de vencer clássicos no estádio desde 2007, de cair para a oitava colocação na tabela... Mantivemos a invencibilidade no Engenhão, somos o time que menos perdeu nessas 30 rodadas e ficamos mais esperançosos com o retorno das 4 vagas do Campeonato Brasileiro para a Libertadores de 2011. Para os mais empolgados, como eu, a rodada foi excelente e diminuímos em 1 ponto a distância para o líder Cruzeiro, agora com o equivalente a três vitórias a nossa frente. Volto a frisar: nossa arrancada no primeiro turno começou no Barradão, na décima segunda rodada, contra o Vitória. Temos a chance de repetir esse filme, com uma boa sequência de jogos, mesmo com os diversos desfalques. E para o sonho de debutar-se campeão brasileiro novamente o apoio da torcida é primordial.

            Durante o jogo de Domingo passado, um comentário deveras pertinente do amigo Renato Sarti: “Prefiro vir ao jogo a pagar o pay per view; aqui a gente paga o ingresso e ouve diversas pessoas falando besteira enquanto no PPV apenas um fala!” Essa merece ir para o twitter. Mas a famosa Sofá-Fogo tem sua chance nas próximas rodadas de demonstrar o seu apoio à equipe, enchendo o estádio. Vale aproveitar o momento para cutucar as autoridades esportivas, administrações de clubes, mídia televisiva – principalmente – e governantes do país, que são os verdadeiros responsáveis pelos péssimos horários dos jogos, pelos altos preços dos ingressos e pela diminuição do acesso aos estádios (com a diminuição da capacidade, dificuldades de transporte etc.). Os momentos anteriores ao clássico marcaram a primeira manifestação da recém-fundada Associação Nacional dos Torcedores(1), iniciativa importante que deve ser abraçada de Norte a Sul do país para defendermos a socialização do futebol e demais esportes.

            Infelizmente, meu celular apagou a mensagem salva no rascunho com os comentários acerca do Clássico Vovô. Entretanto, levantarei alguns pontos relacionados ao Botafogo. Apesar de Renan ter dado conta do recado nas duas rodadas anteriores, foi legal ter o retorno da segurança de Jefferson, o paredão da Seleção Brasileira! A volta do Leandro Guerreiro após cumprir suspensão também foi algo positivo. Por incrível que pareça, Fahel parecia fazer falta nos trinta minutos iniciais. O setor defensivo sofreu com os ataques tricolores: enquanto Somália cumpria a função de anular totalmente o baixinho e habilidoso argentino, Marcelo Mattos ainda estava fora de ritmo de jogo, Marcio Rosário se encontrava atabalhoado e Lucio Flávio não corria para auxiliar. Joel Santana conseguiu acertar o conjunto do time e depois disso as principais jogadas de ataque e de perda de gols eram alvinegras. O ataque formado por Jobson e El Loco precisa caprichar mais nas conclusões. E, para variar: perdemos Antonio Carlos, mais um importante jogador contundido; e sofremos com as perseguições e inversões de falta por parte do árbitro Djalma Beltrami. Foram pelo menos dois cartões amarelos para o Botafogo que, em lances idênticos pelo lado do Fluminense, o árbitro relevou. Além de outros diversos pequenos lances ao longo da partida, fazendo com que o trio saísse pelo lado em que se encontrava a torcida tricolor. Eu até pensei que o nome do árbitro fosse João, já que a torcida do Fluminense pedia: “A benção, João de Deus...”. Assim como no primeiro turno, os tricolores só foram superiores aos alvinegros na quantidade de cores, porque no geral o Botafogo foi melhor, mas não conseguiu obter a vitória.

            Enfim, há oito jogos pela frente. São vinte e quatro pontos em disputa. A coluna do Márcio Guedes de hoje sobre o Botafogo(2) diz que “imaginar que repetirá a campanha do turno contra os mesmos adversários, é quase acreditar em duendes”. Pois estarei amanhã no Engenhão e para mudar voltarei ao setor das torcidas – Leste Inferior – para incentivar o elenco alvinegro no ainda possível sonho do título e da vaga na Libertadores. Nosso apoio é fundamental, não apenas acreditando em duendes, mas forjando seu aparecimento com os cantos, irreverência, palmas, apoio e pulos que colocará de volta a Estrela Solitária no caminho da vitória!


(1) Conheça a Associação Nacional dos Torcedores: http://www.torcedores.org/

(2) “Cálculo Difícil”; Coluna Contra-Ataque; Jornal O DIA; 22/10/2010.


*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985

sábado, 16 de outubro de 2010

Saudosismo nos 10 anos de Movimento Estudantil*


 Documento convocando para a cerimônia de posse.

Os ex-companheiros de gestão ATITUDE Rudi e Rafael, grandes referências na época do Grêmio. Foto às vésperas da cerimônia de nossa formatura (2002).
Apesar das poucas horas de sono, acordei motivado para registrar a data de hoje. Afinal, no dia 16 de outubro de 2000, na Unidade Escolar Engenho Novo II do Colégio Pedro II tomava posse, a gestão ATITUDE do Grêmio Estudantil. Foram necessárias duas eleições.
Capa de uma das edições do Jornal ATITUDE.

Na primeira, apoiei a chapa 7 dentre as 8 que disputavam o pleito eleitoral. A Direção da Unidade organizara o processo e ficara incomodada com o nível de politização dos adolescentes que ganharam a eleição. Misteriosamente surgiram nas urnas mais votos que a quantidade de assinaturas. As eleições foram impugnadas e convocadas novas. Diante disso, houve uma articulação para aumentar a quantidade de cadeiras na gestão do Grêmio, criando 6 suplentes. As sete chapas se uniram para derrotar a chapa 7. Por conta do meu apoio à chapa ATITUDE e de certo envolvimento com a campanha, fui convidado para ingressar. Sem titubear, aceitei o convite, morrendo de medo da reação que meus pais teriam com esse envolvimento, apesar de certa experiência como representante de turma em anos anteriores. Com mais de 700 votos, obtivemos a vitória e estivemos à frente da entidade estudantil após a posse, que hoje completa 10 anos. Até hoje somos lembrados por professores e funcionários como uma geração aguerrida, politizada e compromissada com os rumos da instituição e das demandas estudantis. É bacana ainda esbarrar com ex-alunos do período que lembram nossos nomes porque o período foi marcado por lutas e conquistas. Criamos a rádio, produzimos oito edições do jornal, realizamos saraus, iniciamos a luta pela construção do prédio que hoje está de pé, mas principalmente impulsionamos a participação estudantil na greve histórica de 2001 e estivemos nas mobilizações pelo passe livre.
 Lembro que minha mãe não permitira minha ida à primeira manifestação. Fiquei extremamente abalado e com o coração escrevi uma carta em três folhas frente e verso daquela caderneta pequena, expondo diversos motivos e argumentando para obter a permissão. Colei no computador, seu instrumento de trabalho, durante a madrugada. Ao acordar, ela veio chorosa dizendo para eu tomar muito cuidado. Que empolgação! Com mais de 3.000 estudantes, uniformizados, vibrantes, aguerridos, percorremos da Radial Oeste até o prédio da Prefeitura, no início da Avenida Presidente Vargas: “O dinheiro do meu pai não é capim! Eu quero passe livre sim!”. Daí em diante não teve mais jeito: o entendimento da necessidade de nos organizarmos coletivamente para lutarmos pelas melhorias, por conquistas e pela transformação da sociedade... Crescia, se desenvolvia e amadurecia.



 Em 2001, durante o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, o funcionalismo público parou, realizando uma greve com três meses de duração. A adesão era grande! O Grêmio Estudantil do Engenho Novo ingressou no Comando de Greve. Eu ganhava tickets de alimentação a cada reunião e achava isso o máximo. Participamos de atos pelas ruas do Centro; confeccionamos a mão uma faixa muito grande que carregávamos para as Assembléias dos Servidores do Colégio Pedro II; com os dizeres "ESTUDANTES DO COLÉGIO PEDRO II EM DEFESA DO ENSINO PÚBLICO, GRATUITO E DE QUALIDADE", assinada por nosso Grêmio; realizamos Assembléias Estudantis para definir a posição da base discente sobre a greve... Em todas elas, defendi o apoio. Meu pai é professor da rede estadual e sempre acompanhava as importantes mobilizações da categoria dos profissionais da Educação. Até que numa reunião de pais de alunos do CPII, quando, como “estudante, filho de professor e cidadão”, afirmei: “apoio a greve dos servidores”... Um grupo de pais desceu da arquibancada para me ofender, um deles inclusive tentando me agredir. Com 15 anos, não agüentei a pressão e comecei a chorar, sem que deixassem terminar a minha fala. Fui ao banheiro, lavei o rosto e voltei para terminar a fala, expondo argumentos que certamente deixaram muitos outros pais em dúvidas e até aplausos recebi. Essa situação fez com que minha mãe fosse até a Assembléia discente fazer uma fala pra mais de 200 pessoas, trêmula e me deixar muito orgulhoso.

Apesar do atentado de 11 de setembro ter ofuscado a greve na mídia, foi uma vitória e um grande aprendizado, que certamente contribuiu para alavancar minha formação durante os anos de Ensino Médio. Ainda conseguimos eleger uma chapa sucessora de nosso trabalho, que depois de eleita, virou as costas para nosso suporte e acabou se aproximando dos setores próximos à Direção do Colégio.


Numa das manifestações contra o REUNI, como conselheiro estudantil no CONSUNI (2008)

Como representante discente no CEG (2006).
Em 2003, comecei a Licenciatura em Educação Física na UFRJ e participei das gestões 2004 a 2007 do Centro Acadêmico de Educação Física e Dança; participei do processo de fundação e consolidação do Movimento Quem Vem Com Tudo Não Cansa, que hoje tem mais de 5 anos; fui coordenador do DCE Mario Prata na gestão 2005/2006; representante discente no Conselho de Ensino de Graduação (2005/2006); representante discente no Conselho Universitário (2007/2008); e coordenador do Centro Acadêmico de Pedagogia (2008/2009). Nesse período, lutamos pela construção do Bandejão, barramos cursos pagos, confeccionamos jornais, dialogamos com milhares de estudantes passando em sala... Mas o momento mais marcante e histórico foi a luta contra o REUNI, que culminou com a ocupação da Reitoria. Inclusive, vale registrar que foi o Movimento Quem Vem Com Tudo Não Cansa o primeiro grupo a defender e impulsionar a ida dos mais de 700 estudantes para ocupar a Reitoria da UFRJ, com a intervenção que fiz, após as duas lideranças anteriores (Não Vou Me Adaptar e Nós Não Vamos Pagar Nada), que agitaram mas não propuseram a ocupação.



Movimento Quem Vem Com Tudo Não Cansa sempre nas lutas!
No Movimento Estudantil de área, estive nos Encontros Nacionais de Estudantes de Educação Física em 2004 (UnB – Brasília), 2005 (UFBA – Salvador), 2006 (UEG – Goiânia) e 2007 (UFPB – João Pessoa) e nos Encontros Nacionais de Estudantes de Pedagogia em 2008 (UFES – Vitória) e 2009 (UFPE – Recife), além de diversos encontros e conselhos de entidades, fóruns, plenárias e manifestações.

E no Movimento Estudantil geral rompemos com a União Nacional dos Estudantes e estivemos no processo de reorganização do Movimento Estudantil no Brasil, defendendo teses e construindo campanhas e eventos como Encontro Nacional de Estudantes; Congresso Nacional de Estudantes.

Apesar de não estar não mais tão diretamente envolvido com o Movimento Estudantil nos últimos meses devido aos compromissos acadêmicos e profissionais, quis escrever estas linhas que ficaram longas para explicitar a importância que a juventude possui para definir os rumos de nossa sociedade. Devemos ser realistas e exigir o impossível! As tarefas de construir as lutas em defesa da Educação Pública e nos organizarmos para superar esse modelo cruel, desigual e opressor que é o capitalismo, estão na ordem do dia para que tenhamos um novo amanhã! Com a energia que temos, precisamos seguir em frente com tudo sem cansar!

*Gabriel Marques
10 anos de Movimento Estudantil
Ex-diretor do Grêmio do Colégio Pedro II – U. E. Engenho Novo II (2000-2002)
Ex-coordenador do Centro Acadêmico de Educação Física e Dança da UFRJ (2004-2007)
Ex-coordenador do Centro Acadêmico de Pedagogia da UFRJ (2008/2009)
Militante do Movimento Quem Vem Com Tudo Não Cansa e do Coletivo Marxista

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Pra seguir mudando? Que nossos sonhos transcendam as urnas!*


Estamos a alguns dias do segundo turno das eleições parlamentares de 2010, onde nacionalmente o país optará entre a candidata petista Dilma Rousseff e o candidato tucano José Serra para presidi-lo entre os anos de 2011 e 2014. 2014, ano em que novamente ocorrerá uma Copa do Mundo em solo brasileiro após 64 anos, evento certamente bastante comemorado por consórcios de empresas e empreiteiras que lucrarão com as obras e reformas. Quanto será que estas investiram em campanhas de candidatos nessas eleições?

            Ontem à noite, organizado pela Rede Bandeirantes, ocorreu o primeiro debate entre os presidenciáveis que restaram e pretendo traçar algumas linhas que avancem além do trivial e do simplismo com que Serra e Dilma polarizaram. O verbo ‘polarizar’ é totalmente inadequado, já que os programas políticos apresentados por PT e PSDB assim como suas práticas atualmente não divergem.

            Enquanto Serra denunciava a ocorrência de onze arrastões no Rio de Janeiro, Dilma retrucava usando as rebeliões de São Paulo. Parecia até uma disputa bairrista em determinados momentos. Mas vamos comentar sobre a (in)Segurança no país. Já li uma frase aproximadamente assim: “metade da população do mundo não come; outra metade não dorme, com medo da que não come”. Como os candidatos poderiam explicar e comentar as maneiras por meio das quais acabariam com a violência, os homicídios e a criminalidade se os mesmos estão comprometidos exatamente com o alicerce que origina e multiplica esses problemas? É só ladainha e tró-ló-ló! A falsa solução das Unidades de Polícia Pacificadora é alardeada como bem-sucedida no Rio de Janeiro e é apresentada como política de Governo petista Brasil afora, enquanto o tucanato burocraticamente apresenta a criação de um Ministério da Segurança Pública. Enquanto estiverem mantidas as propriedades privadas dos meios de produção nas mãos de poucos, sendo fabricada comida suficiente para alimentar bem mais pessoas do que as existentes na Terra, mas não podendo ser comprada e consequentemente consumida, teremos violência!  

            As miúdas diferenças entre Serra e Dilma era trocadas por meio de farpas e provocações baratas. O tucano dizia que o PT é duas caras; a réplica da fantoche de Lula cutucava ao afirmar que Serra é 1000 caras. Parece até piada, mas Dilma esbravejou que o pré-sal é uma riqueza do povo brasileiro e Serra resgatou seu passado enquanto líder estudantil pela UNE para explicitar que lutou pelo fortalecimento da Petrobrás. E foi além, afirmando que como presidente irá reestatizar os Correios, fortalecer o BNDES e a Petrobrás, diminuindo as terceirizações e os cargos por indicações políticas. No que diz respeito às privatizações, foi uma grande tergiversação! Serra não respondia sobre a Vale do Rio Doce e a Petrobrax; e Dilma ignorava as privatizações de bancos e saneamento básico realizadas em governos petistas, assim como as ações do Banco do Brasil na Bolsa de Nova York. Tergiversar que foi o verbo preferido da ex-ministra chefe da Casa Civil, estando nos TTs do twitter. Apesar da erudição do verbo, por várias vezes a língua portuguesa foi jogada para as calendas, como o “nem tampouco”. A disputa pela medalha de ouro apresentada é: qual deles é mais neoliberal? Qual dos governos apresenta maior serventia para a manutenção da ordem capitalista? Qual dos candidatos melhor representa a gestão do Estado burguês?

            Com a ausência dos demais candidatos que estavam no primeiro turno, o tema da Educação nem apareceu com ênfase, apenas a promessa leviana de que vai se investir da creche à pós-graduação e blá-blá-blá. Por que o veto aos 7% do Produto Interno Bruto (PIB) para a Educação feito por Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi mantido por Luis Inácio Lula da Silva (PT)? Porque ambos estão comprometidos com os setores privatistas! Enquanto Serra atacou os profissionais da Educação em greve em São Paulo, Lula chantageou as Reitorias por todo o país para impor goela abaixo das Instituições Federais de Ensino Superior o REUNI. Nos próximos anos, começaremos a sentir mais claramente os efeitos dessa expansão e interiorização sem os recursos necessários. Vale destacar que Lula e PT usaram força policial e aparato institucional para impor esse modelo de Universidade que não serve à classe trabalhadora!

            Nada mais inusitado que o dia 31 de outubro para escolher entre Dilma Serra e José Rousseff! Dia d@s Brux@s. Ambas as propostas de governo defendem interesses de empresários, banqueiros e latifundiários. PT e PSDB, atualmente, são faces opostas da mesma moeda de um centavo: não valem nada para a classe trabalhadora! Uma tristeza ouvir um ritmo tão bacana quanto o forró ser usado nos jingles neoliberais...

            Depois de ter ajudado a construir, com muita energia, na minha primeira eleição em 2002, a vitória da esperança sobre o medo, acompanhei o Governo Lula/PT aprovar uma Reforma da Previdência prejudicial aos trabalhadores, impor de maneira fatiada uma Reforma Universitária que retrocede as conquistas da Educação Pública, se envolver em escândalos de corrupção, enviar tropas brasileiras em consonância com o imperialismo estadunidense para explorar e oprimir a população trabalhadora haitiana, aliar-se a Collor, Sarney e Renan Calheiros etc. Ao longo desses 8 anos, Lula se transformou no “cara”, roubando a denominação de Romário, que agora estará na base aliada do PT no Congresso Nacional. Em tempos de crescimento da economia brasileira, Lula propiciou lucros exorbitantes para os banqueiros; comprou a classe média com redução de IPI e meia-dúzia de concursos públicos; e amansou os setores mais pauperizados com políticas compensatórias como o Bolsa-Família. Obteve sucesso ao impedir o crescimento de mobilizações, pois possuía como seus sustentáculos de apoio no seio dos Movimentos Sociais a Central Única dos Trabalhadores e a União Nacional dos Estudantes. Cumpriu fielmente o papel de marionete da burguesia internacionalmente e como prêmio trouxe os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo para o Brasil.

            Na minha caracterização, tudo leva à vitória de Dilma, conduzida pela marola de popularidade lulista após mais uma crise cíclica do sistema capitalista, na qual a mídia alardeia que o Brasil saiu-se muito bem. Apenas um escândalo catastrófico tira a vitória da petista como primeira mulher presidente do país, que apóia candidatos como o agressor de mulheres Netinho de Paula e se recusa a defender publicamente a descriminalização do aborto e sua legalização. Pra seguir mudando? Como se os 8 anos de Lula tivessem modificado os rumos dos 8 anos de FHC ou os anos anteriores de Itamar, Collor e Sarney. A concentração de riquezas permanece e a barbárie é sentida pela maioria da população, com péssimas condições de acesso à Saúde e à Educação, sofrendo com a falta de saneamento básico e o excesso de violência. Talvez a única mudança mais profunda tenha sido a troca de um estilista por um palhaço como o mais votado para a Câmara dos Deputados!

            No dia 31 de outubro, nada mais coerente e significativo para a classe trabalhadora do que anular o seu voto, negando as candidaturas de Serra e Dilma, que são exímios representantes da burguesia e que não servem aos nossos interesses. Nossos sonhos não cabem nas urnas e se quisermos uma efetiva mudança, precisamos construir o Partido Revolucionário e operar a transformação sonhada e possível de ser materializada: uma sociedade sem classes; onde não haja mais direitos sem deveres tampouco deveres sem direitos!

*Gabriel Rodrigues Daumas Marques
Militante do Coletivo Marxista e Professor de Educação Física

domingo, 10 de outubro de 2010

Tabuleiro de xadrez*

Devido ao feriado de terça-feira e do calendário escolar apresentar a segunda como ponto facultativo, hoje foi um Domingo que gostei, pois nem de perto parecia os Domingos rotineiros de Faustão e companhia. Para ficar ainda mais interessante, jogo no Engenhão em bom horário – 16h – entre o clube da Estrela Solitária e o porco paulista, que, quando enfrentou a urubuzada em nosso estádio há poucas rodadas, emporcalhou o vestiário. Vale destacar que o gramado encontra-se em estado bastante melhorado e esperamos que isso evite contusões como a que nos retirou Maicossuel por mais de um semestre. Como atração, o retorno do jovem Jobson, repleto de especulações por conta da presença em noitadas e possibilidade de uso de drogas ilícitas, que já o suspenderam do esporte durante seis meses.

Na direção das equipes, um duelo entre renomados técnicos, que já dirigiram Seleções nacionais de futebol; no currículo, vantagem para Felipão contra o Papai Joel. Se fizermos uma metáfora com um jogo de xadrez, podemos dizer que estamos sem importantíssimas peças e isso tem influenciado na queda de rendimento do Glorioso, sem vencer há oito rodadas. A ausência de dois cavalos, dois bispos e duas torres prejudica demasiadamente qualquer enxadrista. O Papai Joel não conta atualmente com Jefferson (com a Seleção Brasileira), Fabio Ferreira, Marcelo Mattos, Maicossuel e Herrera (contundidos) e Leandro Guerreiro (suspenso pelo terceiro amarelo). No futebol, outras peças podem substituir, mas nem sempre dão conta do recado...

Por aguardar um atrasado casal de amigos chegar ao Estádio, perdi os sete minutos iniciais da partida. Ao chegar na Leste Superior, assim que visualizei o campo, o árbitro acabara de marcar penalidade a favor do alvinegro. Uh El Loco, entoávamos animados até nos resignarmos em aplaudir timidamente o uruguaio por lançar nossa oportunidade de abrir o placar para as calendas. Não era tarde do carismático atacante, que ainda desperdiçaria outras oportunidades claras por não dominar a bola, parar de correr ou chutar equivocadamente. Jobson, apesar da conhecida ousadia e correria, ainda encontra-se fora de ritmo de jogo. E nosso ataque passou em branco. Renan assumiu a responsabilidade de substituir o melhor goleiro do país e garantiu uma defesa com brilhante reflexo e elasticidade no final, evitando o gol do alviverde paulista. Marcio Rosário e Danny Morais têm condições de ganhar entrosamento com Antonio Carlos. Pela direita, Alessandro voltou a mostrar raça e disposição, puxando contra-ataques e garantindo desarmes, mas ainda erra passes muito bobos e precisa ir ao fundo para cruzar a bola na área. Merecidamente recebeu a faixa de capitão com a saída de Lucio Flávio, outro que jogou bem novamente e mostrou sua importância para a equipe. Marcelo Cordeiro permanece o limitadíssimo ala pela esquerda. Excetuando-se as três tentativas frustradíssimas de bizonhos chutes a gol, Somália voltou a jogar bem, dando importantes passes e marcando eficientemente as investidas adversárias. Já o Fahel... Resta-nos torcer para que retorne ao banco com a volta de Leandro Guerreiro e Marcelo Mattos contra o Fluminense na próxima rodada.

Sou daqueles que acreditam em toda e qualquer possibilidade de mudança nas mais variadas dimensões humanas, mas certas coisas não têm mudado: o gladiador Kleber mais uma vez mostrou sua violência ao agredir Alessandro, recebendo o cartão vermelho. O nervosinho chileno Valdivia, depois de dar um esporro no árbitro e levar o amarelo, fez surtir efeito sua valentia: diversas faltas inventadas ou invertidas pela arbitragem a favor do Palmeiras, prejudicando em diversos momentos o anfitrião do jogo. Falando em dificuldades de mudanças... Nosso Fogão, pela sétima vez consecutiva, obteve apenas 1 ponto. Os quase 12.000 presentes puderam acompanhar um jogo sem gols contra o time de chiqueiro e a manutenção das invencibilidades no Engenhão e contra as paulistas nesse Campeonato Brasileiro.

Se por um lado devemos contemporizar por conta dos desfalques e dos pequenos e frequentes erros da arbitragem; por outro, não podemos admitir que jogadores profissionais que treinam diariamente errem passes ridículos e percam a quantidade de gols que o Botafogo tem perdido, forjando nosso distanciamento da liderança da competição. Faltam agora 27 pontos em disputa e estamos a 10 do líder Cruzeiro, na sexta colocação. Está mais difícil? Certamente, mas como em nossa história várias vitórias são bastante sofridas, eu ainda acredito! Não há um xeque-mate! Semana que vem, rumo ao Engenhão para o jogo contra o Fluminense!


Obs1: na próxima terça-feira, 12 de outubro, a partir das 8h, no Engenhão, as crianças serão recebidas pelos cachorros Biriba e Biruta, pelo Papai Joel, pelos jogadores Renan, Somália e Caio. Com muita alegria e diversão em preto e branco, essa é uma importante iniciativa para os futuros torcedores do Glorioso! Confira o vídeo -> http://www.botafogo.com.br/interatividade_videos.asp

Obs2: às 10h, pela série C, o Macaé recebeu a equipe do Criciúma, vencendo de virada por 3 x 2. Caso empate o jogo de volta, a equipe da cidade da Costa do Sol estará classificada para a série B do Campeonato Brasileiro de 2011. Saiba mais -> http://www.futebolinterior.com.br/news.php?id_news=154969
 
Já o Madureira, pela série D, venceu fora de casa a equipe do Operário-PR por 4 x 2. Caso passe para a semifinal da competição, o Tricolor Suburbano garante sua ascensão para a série C em 2011. Saiba mais -> http://www.gazetaesportiva.net/nota/2010/10/10/658263.html
 
Com 39 pontos em 27 jogos, o Duque de Caxias encontra-se na oitava colocação da Série B e quase certamente permanecerá na Segundona em 2011.

Interessante comentarmos essa boa presença das equipes do Rio de Janeiro, que sofreram bastante durante a os sombrios tempos de Caixa d’Água e Eurico Miranda.

 Inaugurando a camisa da LOUCOS de Rio das Ostras.

No Engenhão, em boa companhia.

*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985

sábado, 9 de outubro de 2010

De grão em grão*


28ª rodada do Campeonato Brasileiro. De um lado, nosso Fogão, que não perdera nenhuma partida para os times paulistas; do outro, o Guarani, que não perdera nenhuma para os times cariocas. Por conta dos compromissos profissionais, quinto jogo assistido na cidade de Rio das Ostras e dessa vez o pastel foi substituído por uma porção de batata frita e suco de laranja. Além da comentada, conturbada, especulada e polêmica ausência de Jobson, nosso paredão Jefferson estava ausente devido aos jogos da Seleção Brasileira e o zagueiro de penteado exótico Fabio Ferreira cedido ao Departamento Médico por seis meses.

            Prata da casa e mais uma vítima da impaciência da torcida alvinegra, o goleiro Renan demonstrou, com apenas 2 minutos de jogo, que está à altura e preparado para substituir o melhor goleiro em atividade no país – Jefferson. Enquanto a zaga, com o retorno de Antonio Carlos e a entrada dos ex-reservas Danny Morais e Marcio Rosário buscava entrosamento, Fahel não comprometia e Leandro Guerreiro, com a raça e dedicação que lhe são peculiares, continuava apresentando seguro e bom futebol, inclusive arriscando subidas ao ataque. Somália tem lembrado os seus primeiros jogos no Botafogo, errando passes curtos, cruzamentos e dribles, ou seja, caiu demasiadamente de produção. No ataque, contávamos com o retorno da dupla Mercosul; e no meio, Túlio Souza e Lucio Flávio não repetiam a boa atuação contra a urubuzada. Com o cochilo da defesa e gol de cabeça do Barbosa aos 26 minutos, Joel Santana esperou apenas três minutos para sacar Túlio Souza, que obviamente saíra chateado, para a entrada do Edno, que há duas partidas também tem estado mal. O Guarani ainda pressionou aos 33 minutos, para nova defesa de Renan, até que o ataque Mercosul repetira jogada contra o Corinthians: cruzamento de Herrera para a mortal cabeceada do tsunami na área El Loco Abreu. 1 x 1 termina o primeiro tempo, mesmo placar da partida no Engenhão, do primeiro turno.

            Vindo o segundo tempo, o alviverde paulista quase desempatou, esbarrando em Renan aos 9 minutos e passando rente ao travessão aos 14 minutos. Um minuto depois, contra-ataque alvinegro. Herrera e Loco contra dois adversários e o goleiro, mas o argentino preferiu arriscar da entrada da área em vez de passar para o uruguaio. Aos 17 minutos, Herrera corria em direção ao ataque; por trás, o adversário dá uma cutucada de leve e o goleiro vem pela frente na bola: queda do argentino e ombro machucado, forçando sua substituição pelo garoto Caio, que voltou a incendiar a partida ao entrar no segundo tempo. Aos 28 minutos, jogada de craque driblando os adversários e chutando para que a bola caprichosamente esbarrasse na trave... O menino está mesmo azarado! Sete minutos depois da trave, Somália enfim acertou uma: lançou bem forte, mas com muita velocidade Caio alcançou e cruzou rasteiro para El Loco, que se desdobrou todo para chutar para fora de esquerda em vez de bater direto com a perna direita. Joel ainda substituiu Lucio Flávio para a entrada de Renato Cajá, que entraria sozinho, cara a cara com o goleiro e novamente deixaria de usar a perna direita para a tentativa ao gol, aos 41 minutos. No finalzinho do jogo, o então capitão Leandro Guerreiro cometeu falta providencial e levou o terceiro cartão amarelo, ocasionando mais um desfalque para o jogo contra o Palmeiras.

            Enfim, foi o sexto empate consecutivo do Alvinegro. Se, por um lado, não perdemos há seis rodadas; por outro, não vencemos há sete. Mantivemos a invencibilidade contra os paulistas e repetimos o resultado do primeiro turno. Foi o sétimo jogo com o placar de 1 x 1 e o 13º empate na competição. Dizem que de grão em grão a galinha enche o papo... Mas, nesse ritmo, não será possível acreditarmos no título. Como Fluminense e Corinthians foram derrotados nessa rodada, estamos a 9 pontos da primeira colocação e ainda há trinta pontos em disputa. No primeiro turno, nos 9 primeiros jogos, tínhamos 10 pontos; no segundo, estamos com 12 nos mesmos 9 confrontos. É preciso voltar a vencer e impulsionar o sprint final rumo ao bi. Amanhã vamos que vamos em peso para o Engenhão! Dá-lhe, Fogão!

*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985

Estrelas x Aves*

Quando criança, lembro que organizava algumas armadilhas para pegar pássaros. Com muita paciência, deixava pedacinhos de pão, com uma caixa de sapato vazia sustentada por um galho amarrado a um barbante, que seria puxado assim que o pequeno animal estivesse em posição para ser preso. Hoje, quando vejo animais presos em gaiolas que impedem sua liberdade de voar e cantarolar mundo afora, tenho muita vontade de abrir as portinhas para libertá-los dessa prisão. Já no sábado passado, 2 de outubro, véspera de eleições parlamentares, a sensação em relação aos mascotes era diferente, pois queria vê-los caírem, como na época das armadilhas.

            Às 18:10 cheguei em casa e restavam apenas 20 minutos para iniciar o jogo. Com a vantagem de morar no Engenho de Dentro, foi possível, nesse parco tempo, estacionar o carro, separar a carteirinha de estudante e o dinheiro, ir até o ponto de ônibus, descer, andar até a bilheteria, comprar o ingresso, entrar no setor certo depois de alguns segundos perdidos no local errado e sentar antes da partida ser iniciada. Raras são as vezes em que vou ao clássico Botafogo x Flamengo devido às preocupações maternas, mas dessa vez não teve escapatória. Em péssima fase, o Glorioso estava diante da oportunidade de afundar ainda mais os urubus rumo à Segunda Divisão.

Uma pausa: absurdamente aumentam os preços dos ingressos nos clássicos; há muito tempo não assistia jogos do Fogão no setor Oeste Inferior e paguei R$30,00 a meia entrada, porque ainda sou estudante! Imaginando um casal e seus dois filhos, num clássico lá se vai quase metade do parco salário mínimo de nosso país! O pior: para ingressar em estádios cujas construções e reformas são constantemente patrocinadas pelos recursos vindo dos impostos pagos por todos nós! Não é à toa que apenas pouco mais de 13.000 pessoas pagaram para assistir a essa partida.

            Apesar dos desfalques, da falta de entrosamento e de diversos erros bobos vindos de jogadores profissionais, que treinam quase diariamente, o Botafogo segurava o placar sem gols e criava poucas chances. E, numa cobrança espetacular de falta, o maestro e capitão Lucio Flávio ratificou que ainda tem condições de ajudar com sua categoria e precisão. Enquanto Leandro Guerreiro sobrava na defesa, Túlio Souza e Lucio Flávio garantiam a qualidade do meio-campo e Jefferson segurava os ataques dos flamenguistas, El Loco e Edno estavam apagados no ataque, Somália errava tudo que tentava e Marcelo Cordeiro confirmava toda sua limitação. Tínhamos tudo para vencer, até mesmo porque enfim Fahel estava suspenso pelo terceiro cartão amarelo... Tínhamos... Pretérito Imperfeito! Imperfeito tal como o lateral Alessandro, que eu vinha elogiando por conta de seu crescimento, amadurecimento e confiança adquiridos nos últimos jogos. Num lance de pelada de várzea – com todo o respeito aos peladeiros – em vez de chutar a bola para fora, tentou chutar em cima do adversário, que caminhava para a entrada da área, totalmente sem ângulo. Não bastasse a primeira burrada, Alessandro ainda cometeu o pênalti e foi expulso. $#&*¨@!% Esse seria o primeiro palavrão publicado no blog – e merecidamente! Mas não vou apelar às palavras de baixo calão. É, temos o melhor goleiro em atividade no Brasil e algo me dizia: Jefferson vai pegar, enquanto recordava o gol do vascaíno Felipe após rebote de pênalti em rodada anterior. Os números da Mega-Sena nunca me vêm à cabeça... Para variar, o Flamengo contaria com uma regra ludibriada. Leo Moura correu antes da cobrança e estava em total vantagem sobre os adversários para pegar o rebote e empatar a partida... Ainda houve tempo para a expulsão do rubro-negro Renato. E, apesar de ter gostado dos poucos minutos da atuação do Marcio Rosário, é de lamentar mais uma baixa no elenco por conta da contusão do Fabio Ferreira.

            Todavia, cravamos o quinto empate seguido no campeonato e não fomos capazes de liquidar o Urubu, que tem na liderança de suas crises externa e interna a presidente tucana Patrícia Amorim. Os tucanos, apesar das pesquisas de intenções de votos, conseguiram levar o apático José Serra para o segundo turno no dia seguinte. Na briga das estrelas contra as aves, teremos de aguardar mais alguns dias para saber quais serão as consequências. Entretanto, é certo, nítido e notório que a estrela petista não brilhe mais como antes e hoje esteja ao lado dos ricos, poderosos e dominantes, aplicando a mesma política dos 8 anos de tucanato. Ainda é duvidoso que a urubuzada caia, situação que seria interessante e completaria o ciclo dos quatro maiores clubes do Rio de Janeiro terem passado pela Série B.

            Diante dessa espera, prossigo com a minha Estrela Solitária no peito, torcendo pela queda de urubus, tucanos e também da estrela petista. É Fogão na cabeça e no coração e VOTO NULO nas urnas!

*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Bode expiatório ou garfada violenta?*


Depois de 1 vitória e 2 empates em jogos assistidos em Rio das Ostras, quarta-feira à noite era o momento de acompanhar o quarto jogo do Glorioso pelo Centro da cidade da Costa do Sol. Embora nosso último jogo no estádio trouxesse boas recordações, o prenúncio era assustador: o Timão vinha de 11 vitórias em 12 jogos realizados no Pacaembu. Enquanto as dificuldades por conta da suspensão de Jobson e do não pagamento da multa para o Edno poder jogar apareciam, a superstição poderia ser um trunfo nosso: 13º jogo do Corinthians em casa. E quem é o nosso camisa 13? O ataque Mercosul estava de volta à ativa. Colocando os prós e contras, dirigi-me animado para o jogo, com a sensação de vitória! Cheguei 16 minutos atrasados e o placar já apontava 1 x 0 para o adversário.

            Dez minutos depois, uma arisca jogada do Fogão: Lucio Flávio para Herrera, que cruza e... TSUNAMI NA ÁREA!!! Lá estava nosso uruguaio para empatar a partida e marcar seu sexto gol em seis jogos, dessa vez usando com muita categoria o fundamento do cabeceio. Com o empate, o Botafogo cresceu e é muito bom ver a disposição, a garra, a energia com as quais os dois atacantes gringos vão para os jogos. Enquanto a defesa do Botafogo ainda oscila demasiadamente, com momentos de total passividade, ficamos preocupados. Mas a maior preocupação nesse jogo de 29 de setembro não foi a defesa, que inclusive poderia ter protagonizado um golaço. Aos 37 minutos, Fabio Ferreira foi lançado e partia para a área adversária, sozinho, sem marcação, quando o defensor corinthiano acertou um carrinho e seria expulso! Porém, havia uma bandeirinha no meio do caminho! Impedimento equivocado.

            Em homenagem à vitória que parecia premente contra a paulistada, fui comer um pastel no intervalo. E com 3 minutos, os botafoguenses presentes na rua do shopping, junto aos tricolores cariocas, comemoravam a virada com o gol de Herrera. Entretanto, havia outra bandeirinha no meio do caminho! Novo absurdo a favor dos gambás! Prejuízo para o Botafogo, que prosseguia com jogadas aéreas. Herrera parecia ter aprendido com El Loco o fundamento do cabeceio e obrigou o goleiro do Corinthians a fazer ótima defesa. Depois disso, mesmo com a entrada de Renato Cajá no lugar do argentino e de Caio no lugar do Lucio Flavio, o Botafogo encolheu. O Corinthians pressionava e parecia mais próximo do desempate, mas tínhamos o paredão da Seleção Brasileira em nosso gol, que só parou com uma entrada do atacante corinthiano para derrubá-lo ao chão. Jefferson teve que jogar a bola à lateral para ser atendido pelo Departamento Médico. E qual foi a atitude dos gambás pelegos da Confederação Brasileira de Futebol??? Contrariando toda a lógica proposta do fair play, cobraram o lateral e partiram para o ataque, sem devolver a bola para o Botafogo! É um TIMINHO!

            Não bastassem os dois absurdos impedimentos, ainda acompanhamos o árbitro dar cartão amarelo para o Antonio Carlos, contundido e no chão. Cena inédita! Nos minutos finais, o Botafogo reacendeu suas chamas e teve duas oportunidades para concretizar a virada e conquistar mais uma vitória contra os paulistas, contra quem temos total invencibilidade nesse Campeonato Brasileiro. Todavia, na primeira delas, Somália se precipitou e chutou nas mãos do goleiro adversário. Na segunda delas, o garoto Caio arrancou após cobrança rápida de falta marcada sobre o Alessandro – que culminaria num contra-ataque ótimo – mas quis caprichar demais, driblar e marcar de fora da área. O árbitro, desesperado com a possibilidade de derrota do Corinthians, decretou o final do jogo: 1 x 1.

            O que temos acompanhado nos últimos dias é uma tentativa desenfreada de crucificar o xodó Caio pelo empate. Pera lá! Há muito tempo não temos jovens revelados pelo clube sendo tão bem aproveitados como o Caio e as palavras dele expressam a boa vontade da juventude, muitas vezes inexperiente: “Só quis ajudar!”. A torcida do Botafogo não pode entrar nesse clima de perseguição, querendo arrumar um bode expiatório! A grande culpa por não termos vencido a partida está atrelada à CBF, ao Ricardo Teixeira, ao Andrés Sanchez: foi o trio de arbitragem. Que os adversários não venham com histórias da carochinha de chororôs: o que presenciamos em São Paulo foi uma baita garfada violenta!


*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985

Se meu pai fosse mulher, eu teria duas mães*


Depois de mais uma aprontada pela Prefeitura de Rio das Ostras, que trocou por sábados letivos os pontos facultativos de segundas-feiras, tive que assistir ao jogo do Fogão num quiosque na Praia do Centro. Pela terceira vez nesse Brasileirão, fiquei na torcida a cerca de 180 km de distância do Engenhão. Era a 25ª rodada e o jogo de ida contra o Atlético-PR não trazia boas recordações, pois o Glorioso permitira a virada após abrir dois gols de vantagem no primeiro tempo. O conjunto de desfalques era outra preocupação para esse jogo e a torcida também desfalcou, comparecendo com pouco peso. Na própria entrada para o campo, atitude bacana do elenco, ao carregar a faixa “Força, Maicosuel, estamos contigo!”.

            Apesar de muitas mudanças na equipe, o entrosamento inicialmente aparentou estar em dia. Com 22 minutos, uma excelente e habilidosa tabelinha entre Jobson e Túlio Souza desencadeou dribles do ousado atacante alvinegro dentro da área, que apenas escorou para o canhotinho Edno não vacilar e marcar 1 x 0. Infelizmente, a ligação entre os setores permanece complicada: em diversos momentos, o Botafogo tem a bola no campo de ataque e atrasa para a defesa dar chutões e contar com a sorte de sair alguma boa jogada. No primeiro tempo, mais uma vez tivemos de enfrentar os equívocos dos auxiliares ou bandeirinhas. Numa cabeçada para trás do jogador atleticano, a bola sobrara livre para Jobson, que rumava para ficar frente a frente com o goleiro Neto. Equivocadamente, foi marcado o impedimento, em jogada que talvez definisse algum vitorioso no duelo entre os goleiros convocados por Mano Menezes, ambos em ação no Engenhão. Os passes errados no meio são outro problema seríssimo. E num deles, o Atlético-PR armou o contra-ataque e obrigou nosso paredão Jefferson a mostrar serviço e o porquê de estar na Seleção Brasileira! A mania de se jogar em lances polêmicos e abrir mão da tentativa de gol ainda é hegemônica entre os atacantes. E a fantasia pouco antes de terminar a etapa inicial custou um cartão amarelo a Jobson e sua suspensão para o jogo seguinte.

            O jogo demonstrava que temos bons jogadores e, com mais atenção e cautela, é possível vencer os jogos, mesmo desfalcado. Lucio Flávio subiu de produção e ainda é uma excelente opção para jogar uns 60 minutos. O meia até deu carrinho para disputar a bola! Edno se movimentou muito bem e armou boas jogadas e dribles pretensiosos. A entrada de Paulo Baier é sempre preocupante; ele adora aprontar contra o Fogão. Enquanto o Atlético-PR tinha facilidade em cima da lentidão do cansado Túlio Souza e do limitadíssimo Fahel, contávamos com a segurança do Jefferson e a falta de pontaria do adversário. Caio e Renato Cajá fornecem maior movimentação, mas precisam de maior eficiência com a bola nos pés. Apesar dos diversos problemas, os 3 pontos se aproximavam cada vez mais, até que... Elizeu, que acabara de entrar, errou um passe primário – desses que são ensinados em escolinhas para crianças de 6 anos de idade – e possibilitou um contra-ataque do rubro-negro paranaense: Guerrón passou facilmente por Fabio Ferreira e chutou quase sem ângulo para empatar a partida nos minutos finais. Só deu tempo para o detalhe, o azar, o quase... surgir como protagonista. Numa sobra de bola na entrada da área, chute (quase) perfeito do garoto Caio... Quase comemoramos, mas a bola caprichosamente espancou o travessão, ratificando o décimo empate no campeonato. Ah, se essa bola tivesse entrado, se o Elizeu não tivesse errado o passe, se o impedimento não fosse marcado...

            Como não podemos nos submeter à lógica do Quase ou Se meu pai fosse mulher, eu teria duas mães, não adianta lamentarmos os problemas, os desfalques, as suspensões, os erros de arbitragem (impressionante, voltaram a acontecer todo jogo) e a desatenção e o cochilo da equipe nos momentos finais. É preciso acertar onde os equívocos têm acontecido e ficar acordado de verdade até o apito final. Todavia, contrariando os torcedores pessimistas, o sonho do título ainda é muito possível e temos de apoiar para torná-lo real. Nas seis primeiras rodadas do primeiro turno, o Botafogo conquistara 8 pontos; nesse segundo turno, são 9. Nossa arrancada começou contra o Vitória, na 12ª rodada, após uma sequência de 3 empates...

*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985

XIII Encontro Fluminense de Educação Física Escolar - ENFEFE

Entre os dias 25 e 27 de novembro, ocorrerá a XIII edição do Encontro Fluminense de Educação Física Escolar, no campus Gragoatá da Universidade Federal Fluminense, em Niterói-RJ. O evento discute importantes temáticas relacionadas à Educação Física enquanto componente curricular da Educação Básica.

Tive a oportunidade de participar das edições de 2005, 2006 e 2008 e considero o espaço como um dos mais importantes eventos nacionais que discutem a Educação Física a partir de sua concepção pedagógica.

Após sua última edição, em 2008, o ENFEFE passou a ter sua periodicidade bienal.
Realizado pelo Instituto de Educação Física, o evento é gratuito e de bastante qualidade. Em 2010, o tema será "Orientações Curriculares do Ensino da Educação Física Escolar na Educação Básica".

As regras para envio de trabalhos, sob os formatos de Comunicação Oral ou Pôster, já estão disponíveis na página do evento. O prazo limite é 17 de outubro. Uma novidade esse ano é a inclusão de mais um espaço de diálogo e troca de experiências: as oficinas.

As inscrições serão feitas pela própria página e há limite para 600 inscritos(as). Mesmo que não consiga se inscrever, vale a pena aparecer em Niterói, curtir a bela paisagem do campus e participar dos espaços que podem contribuir para nossa formação enquanto educadores(as).

Confira as informações no seguinte endereço: http://www.enfefes.uff.br/