quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O espírito Robin Hood*


Terceira rodada do segundo turno. Melhor adiantar que ainda faltam dezesseis para o término do campeonato. São 48 pontos em disputa. A noite dessa quarta-feira foi um apagão generalizado. Nos anos 2000, lembro de estar presente no Caio Martins e no Engenhão, pela Copa do Brasil e pelo Campeonato Brasileiro, respectivamente. Botafogo 1 x 4 Goiás. Apesar dos dois últimos confrontos com o alviverde goiano – em que tivemos uma excelente atuação de Jobson (acho que foi sua estréia) vencendo por 3 x 1 no Serra Dourada e o 3 x 0 no Engenhão quando Caio e Herrera foram expulsos – o fantasma do 4 x 1 cismou em reaparecer.

            Os desfalques na equipe começam a pesar. Aumentar de três para cinco titulares fora dos jogos mexe bastante com o entrosamento, o ritmo e a qualidade de qualquer time. Apesar de termos bons jogadores para substituir, ficou notório que fazem muita falta Jobson, Marcelo Mattos, Herrera e Somália. Na minha opinião, a equipe fica melhor com Edno na ala esquerda em vez do Marcelo Cordeiro.

            O Goiás veio para cima desde o começo. Quando a partida começava a se equilibrar, Leandro Guerreira dormiu, Antonio Carlos levou um drible e não se mexeu, Fahel estava no lugar errado e na hora errada e Jefferson pulou atabalhoado sem enxergar a cor da bola! Com o recuo do Goiás, nosso Fogão começava a tomar conta do jogo. Entretanto, nova bobeada da defesa, falha do Jefferson, bola na trave e o Rafael Moura só empurrou para fazer 2 x 0. Em belo lançamento de Fahel, somado à garra do Edno com passe para El Loco fazer o terceiro gol em três partidas, novamente de perna direita e dando esperanças de que poderíamos virar o jogo na segunda etapa. Caio no lugar do então inoperante capitão Lucio Flavio; minutos depois, o reaparecimento de Túlio Souza para a saída de Fahel. O volume de jogo era todo alvinegro e o empate parecia estar próximo, dependendo apenas de maior eficiência, de um detalhe na finalização. A equipe do Goiás apelava para a violência com várias faltas mais a cera dos gandulas. E no contra-ataque, primeiro pênalti contra o alvinegro em 22 rodadas! Caprichosamente bate na trave e entra. A trave que ainda protagonizaria sua terceira participação providencial, no quarto gol do lanterna do campeonato, o fantasma que resgatou o espírito Robin Hood do Glorioso. Não poderia a bola ter raspado centímetros para o lado nesses três lances?

            O jeito é dormir chateado. Cruzeiro e Santos venceram e por enquanto o Corinthians vai batendo o Tricolor carioca. Sábado é tarefa da torcida embalar a equipe contra a Raposa no Engenhão para tomarmos de volta a terceira colocação e nos mantermos na cola dos líderes.

*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985

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