sábado, 4 de setembro de 2010

Sonambulismo, balanço e perspectivas para o segundo turno*

Nunca é legal retornar do Engenhão sem a conquista dos três pontos referentes à vitória. Contudo, sou daqueles torcedores que vão ao Estádio para apreciar e torcer pelo time. O resultado é conseqüência do bom futebol apresentado. Mais um jogo do Fogão em um sábado à noite, dia de repouso e folia para muitas pessoas, não necessariamente nessa mesma ordem. É um horário não muito bom em termos de mídia e divulgação, mas prazeroso para a torcida e jogadores por não estarem sob um calor escaldante e terem a opção – no caso dos torcedores – de curtir uma festa ou ir para casa curtir a família.

Última rodada do primeiro turno. Obviamente, nunca estamos satisfeitos e essa é uma característica importante do ser humano para poder avançar, superar, melhorar e transformar o quadro anteriormente apresentado. Fechamos com 31 pontos dos 57 disputados, um aproveitamento de pouco mais que 54%. Muito melhor que os anos anteriores, mas ainda aquém do que podemos alcançar no Campeonato Brasileiro desse ano. Voltarei a comentar sobre o papel que a torcida pode cumprir.

Durante a semana, a mídia supervalorizou a polêmica em torno dos gestos de El Loco após ser substituído por Joel no jogo contra o Grêmio Prudente. Se repararmos bem, em vários momentos, as notícias sobre o clube da Estrela Solitária são reduzidas nas manchetes a fim de favorecer notícias dos demais clubes do Rio de Janeiro, mesmo com a campanha do Fogão sendo a segunda melhor do Estado. Deixando de lado a possibilidade de mania de perseguição, mas sendo realista com o cotidiano que se apresenta nas telinhas e nos jornais, isso é um elemento que pode desestabilizar. Somado às ausências de Jobson e Somália e aos momentos de sonambulismo que alguns jogadores insistem em apresentar, deixamos escapar uma vitória que aparentava ser tranqüilamente possível nesse dia 4 de setembro, contra o Grêmio gaúcho.

Os primeiros trinta minutos foram excelentes. Cruzamento perfeito de Maicossuel na cabeça do zagueiro artilheiro Antônio Carlos. Boa troca de passes: Maicossuel para Herrera. Ótimo passe do argentino para Marcelo Mattos, que devolve com perfeição para Herrera mandar para qualquer outro lugar o apelido de QuaseGol. 2 x 0 para o Fogão. Também bastante aquém do que pode fazer, a festa da torcida contou com pouco mais de 20.000 botafoguenses, que em alguns momentos entoaram o pedido de Mais Um! Mas foi o adversário quem atendeu nossos pedidos. Em cochilada grotesca dos zagueiros com apenas oito minutos da segunda etapa, Jonas chutou numa situação totalmente desprevenida para o melhor goleiro do Brasil, que, em seu duelo com Vitor, também acabou no empate! O Botafogo ainda foi para o ataque e desperdiçou pelo menos quatro oportunidades para ampliar a vantagem. E novamente pecou no final do jogo. Numa falta inexistente marcada a favor do Grêmio, cruzamento para Jonas novamente, dessa vez de cabeça, aparecer sozinho e decretar o empate. Sei reconhecer quando há favorecimento – raríssimo acontecer para a gente – mas é preciso declarar que a arbitragem no segundo tempo se atrapalhou em muitos lances. Entre os técnicos, o príncipe do Rio Renato Gaúcho armou para cima de Joel, que se auto-declarara O Rei e ficou com a pior no duelo. O Glorioso cochila mais uma vez diante de um time gaúcho... E ainda bem que só há dois nesse torneio!

Algumas lições desse primeiro turno podem e devem ser tiradas para a arrancada final que começa na próxima quinta-feira, fora de casa, contra a badalada equipe santista e espero que algumas delas estejam na prancheta do Joel. O ataque Mercosul tem batido cabeça, mas o que mais tem feito falta é uma ligação coesa entre os três setores. São muitos chutões improdutivos dos zagueiros e de Jefferson diretos para o ataque. E há qualidade no time para sair jogando. Apesar de não ter comprometido no jogo de hoje, Fahel não tem condições de ser titular. Com o time trabalhando a posse de bola, Lucio Flavio tem que retornar ao time titular. Por conta da forma física, temos opções para entrar em seu lugar no segundo tempo. Marcelo Cordeiro precisa ser barrado. Em seu lugar, pode-se retornar, mesmo torto, com Somália; ou ousar lançando o Edno como ala. O garoto Caio entrou muito bem e junto com Renato Cajá – que precisa aprender a chutar com a perna direita – darão trabalho para os adversários no segundo tempo, pois a rapaziada entra descansada e com muita disposição para mostrar seu trabalho. Resta-nos também torcer pela recuperação de Jobson, pois temos bons frutos a colher nesse segundo turno.

Sobre a torcida, é preciso maior paciência. Quando o time cochila, é tarefa nossa impulsionar para que eles acordem e possamos participar mais ativamente do resultado! Há espaços para criticar, para se incomodar e até mesmo vaiar. Entretanto, isso não pode acontecer no meio do jogo. Nosso incentivo é fundamental! Ainda estamos posicionados para garantir uma vaga na Libertadores de 2011. Os que estão à nossa frente irão se distanciar um pouco mais, mas nada alarmante. A briga pelo título é possível e devemos auxiliar no caminho a cada rodada.

*Gabriel Marques
Botafoguense desde 30/05/1985

2 comentários:

  1. o time tem q se acostumar a vencer o time ta ganhando d 2 a 0 e deixa o outro time empatar na sua casa
    acho q os caras nao tao vendo q existe a possibilidade d sermos campeoes mais nao estamos em um saldo tao ruim 7 pontos atras do fluminense eh pouco pois ainda temos 57 pontos a serem disputados
    pra cima deles fogaooo

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